Goetia foi lançado em 2016 para PC (via Steam), chagando em 12 de dezembro de 2020 para os consoles Xbox One e PlayStation 4. O jogo foi desenvolvido Sushee e distribuído pela Square Enix Collective e Forever Entertainment. O game envolve a resolução de puzzles desafiadores com a mecânica de point-in-click. Além disso, há grandes quantidades de documentos para a leitura e um background muito interessante: a própria Goetia, que dá nome ao jogo.
Para situar os jogadores, a Goetia é um grimório, ou livro ritualístico, que trata dos instrumentos para a invocação e evocação de 72 espíritos, conhecidos no ocultismo como daemon. A sua construção é baseada nas culturas e tradições das religiões abraânicas e as raízes de sua origem remetem a construção do Templo de Salomão. Os textos do grimório se difundiram em diversas culturas com o passar do século e é comumente referenciado em diversas obras midiáticas.
Mistérios e ocultismo
A história se passa nos anos de 1940, quando Abigail Blackwood “volta à vida” em forma de espírito. Desnorteada, Abigail percebe que está na propriedade de sua família, após 40 anos de sua morte. Ao explorar a propriedade ela percebe que algo de muito estranho está acontecendo. O clima da casa da família está mais misterioso e ela deve descobrir o que está acontecendo explorando diferentes ambientes da propriedade.
Ao adentrar nos mistérios, o fantasma descobre que foram realizadas invocações na casa, assim, a sua missão se torna liberta-los e entender o que se passou após a sua morte. Um ponto que ajuda na ambientação da narrativa é a tralha sonora, ela entra nos momentos certos e ressalta a tensão e obscurantismo dos acontecimentos.
A voltando de mecânicas clássicas
Assim como o enredo, a jogabilidade é concisa e pouco variada. Por ser do gênero point-in-click , exploramos inicialmente os cômodos liberados na casa resolvendo puzzles bem elaborados. Os quebra-cabeças são complexos e exigem a caça e leitura de vários documentos para serem resolvidos. Além disso, resolvendo os mistérios os jogadores também ficam por dentro da história e acontecimentos da família Blackwood, o que fortalece ainda mais a trama. Vale ressaltar que os documentos são interessantes, o que torna a leitura agradável e curiosa. Em relação ações possíveis podemos possuir objetos para leva-los de um lado para o outro, aplicar suas funções e saber mais de suas histórias em diálogos expositivos de Abigail.
Basicamente, o jogo é composto por cinco mapas que variam entre a mansão da família, região de florestas e construções da propriedade, como igreja e torre. Apesar de parecerem inicialmente pequenos, rapidamente eles se desdobram em mais e mais cômodos secretos e que são coesos com os ambientes propostos. Em um determinado momento devemos explorar fotografias entrando dentro delas. Se não bastasse, uma fotografia leva outra e descobrimos um novo mapa dentro do mapa inicial.
Os puzzles são bem interessantes e complexos, como já ditos anteriormente, a ponto de tornar leves as idas e vindas entre os mapas. A complexidade vem justamente da proposital falta de informação que faz o jogador testar muitas possibilidades, se atentar aos documentos e procurar nos cantos mais escusos da residência ou mapa que está sendo explorado. Entre os puzzles mais interessantes está o que devemos escrever nomes usando uma linguagem de símbolos para libertar um espírito. Este exemplo une a caça de informação para entender cada um dos símbolos e também quem é que estamos tentando libertar, já que para completar missão devemos saber o seu nome de quando ainda estava vivo.
Veredito
Goetia traz as melhores características dos clássicos point-in-click e as une a uma história misteriosa e interessante. Seus mapas surpreendem e a exploração flui bem com a descoberta de novas pistas. Entretanto o jogo não apresenta versão com textos em português do Brasil, o que pode ser uma barreira para jogadores que não entendem ou possuem fluência na leitura do inglês. Isso pesa ainda mais quando se considera a importância da leitura para a resolução dos complexos puzzles.