O filme Kursk – A última Missão é inspirado na história inesquecível e verídica do K 141 Kursk, um submarino Russo emblemático, movido à energia nuclear que afundou no mar de Barents em agosto de 2000.
No longa enquanto 23 marinheiros lutaram por sua sobrevivência a bordo do submarino danificado, suas famílias lutavam desesperadamente contra obstáculos burocráticos, sabendo que tinham poucas chances de encontrar respostas e de salvá-las. Em seus primeiros minutos o filme introduz os personagens dessa história por meio de um casamento de um tripulante a fim de criar uma aproximação e carga emocional com espectador. Além desse tópico, o longa lembra o seu espectador desde seu primeiro momento que o tempo é um elemento fundamental, desde a primeira cena em que conferimos o tripulante Mikhail Averin (Matthias Schoenaerts) computando o tempo enquanto seu filho Misha (Artemiy Spiridonov) tenta ficar sem respirar submerso em uma banheira.
Depois desse acontecimento, o espectador é lembrado constantemente que o tempo é um fator crucial. Um fato curioso que vale ressaltar é que o filme também se utiliza de um corte de câmera para mostrar quando os tripulantes estão submersos, como uma espécie de divisão dos eventos.
Ao longo do filme vemos pelo menos 23 dos 118 tripulantes a bordo que sobreviveram às explosões, porém o longa foca-se apenas em um grupo principal formado por aproximadamente 7 tripulantes. Nos nove dias seguintes, os tripulantes enfrentaram diversos desafios como o frio, a falta de oxigênio e a fome, pois as operações de resgate não tiveram sucesso –até pelo fato da falta de manutenção das embarcações russas- e a ajuda externa foi rejeitada pelo fato da Rússia não querer expor sua tecnologia para as outras potencias mundiais.
O diretor dinamarquês Thomas Vinterberg, vencedor do Prêmio do Júri Especial de Cannes por seu filme Festen faz questão de frisar que os tripulantes estão a todo momento correndo contra o tempo, enquanto a parte influente da marinha está mais preocupada com o vazamento de informações do que com seus cidadãos em si. A atriz francesa Léa Seydoux que entrou na pele da esposa grávida de Mikhail Averin encabeça o núcleo que tenta confrontar as autoridades russas em busca de informações sobre a tripulação. O roteiro escrito por Robert Rodat não poupa esforços para mostrar a frieza dos russos perante as situações mais cruciais e emergenciais, -apesar dos russos falarem inglês– a carga emocional presente no longa é bem impactante, tanto na aflição causada pelo núcleo submerso com todas as suas dificuldade quanto pelo núcleo politico se divergindo com suas burocracias.
A trilha sonora também foi responsável por um dos momentos mais impactantes, apesar de curiosamente a cena mais tensa do longa não conter qualquer música. Nessa cena em questão Mikhail e outro marinheiro precisam atravessar a nado uma ala submersa do submarino para buscar cartuchos de oxigênio.
Apesar de tramas excelentes, o grande problema do filme é não explorar o potencial que cada uma delas oferece, seja como conflito político, um desastre ou desespero familiar.
O longa distribuído pela Paris Filmes estreia dia 9 de Janeiro.
NOTA: 3,3 / 5