Em 08 de julho estreou na Netflix a série animada Resident evil: No Escuro Absoluto, apresentando personagens famosos e queridos da franquia de games da Capcom, como Leon S. Kennedy e Claire Redfield. Com uma animação em CGI de se encher os olhos, o enredo opta por seguir a linha dos jogos e adicionar diversas referências. Inclusive, o papel de ambos os personagens também seguem a mesma linha, pois é perceptível as mudanças nas situações em que cada personagem é colocado. A série é composta por quatro episódios, cada um com uma média de meia hora.
A história
Os evento de Resident Evil: No Escuro Absoluto se passam após os anos 2000, já deixando claro o impacto dos eventos que ocorreram em Raccoon City e em Resident Evil 4, quando Leon resgata Ashley, a filha do presidente. No caso, o pai de Ashley ainda é o presidente, Leon está se dirigindo a Casa Branca, quando a mesma sofre um ataque zumbi orquestrado por alguém que infectou um dos membros da equipe de funcionários.
Outro acontecimento importante que é abordado logo no começo é a guerra civil do Panamistão, que é um país fictício do oriente médio. Esquadrões militares são enviados para lá para apaziguar a situação, porém algo da errado e a equipe Mad Dogs descobre alguns segredos que deveriam ter ficado lá. Estes acontecimentos terão impacto direto no no desenrolar da história, quando Leon é enviado com outros agentes para uma missão confidencial.
Um visual quase impecável
Toda a animação da série é feita em CGI e ela se apresenta de uma forma que chega a impressionar. As expressões e movimentações mais detalhistas, como cabelos e roupas, são impecáveis. Entretanto, em cenas com movimentações corporais mais intensas fica aparente a falta de frames. Um caso explícito desta falta é percebidos logo no início do primeiro episódio, quando um dos agentes do presidente chuta um zumbi enquanto cai de costas.
Muitas referências aos jogos eram necessárias?
Se a animação está caprichada, o enredo deixa um pouco a desejar em seu desenvolvimento. O núcleo dos membros do esquadrão Mad Dog evolui de forma interessante, porém os flashbacks usados para mostrar alguns acontecimentos se repetem de forma excessiva ao bater demais em trechos já mostrados. Tal estrutura poderia se justificar por ser uma série em quatro episódios se um determinado trecho não se repetisse em todo o episódio adicionando apenas alguns segundos.
Já no núcleo dos queridinhos da franquia, Leon e Clare, temos uma divisão em que Leon fica com a parte de ação, enfrentando zumbis, monstro e animais infectados, enquanto Clare é responsável pela parte mais investigativa. Leon apresenta maior tempo de tela e muitas passagens temporais e de localização em relação as ações do personagem ficam perdidas na história, deixando o questionamento “como ele chegou ai?”. Dentre tantas cenas repetidas utilizadas com os Mad Dogs, alguns segundos unindo os pontos da história de forma mais clara e coerente seriam muito bem vindos.
As referências são aplicadas de forma expositiva nos diálogos, assim, ouvimos algumas vezes sobre o salvamento da Ashley, filha do presidente, e dos acontecimentos de Raccoon City. A parte parte positiva desta utilização é a ligação estabelecida com o universo dos jogos, servindo também para reforçar o quão importante é o personagem, ou porque ele é digno de confiança. Porém, a exposição poderia ser feita de forma mais sutil, sendo mantida na fala, mas incluindo elementos visuais deixassem a narrativa mais rica.
Veredito
Resident evil: No Escuro Absoluto é uma animação muito competente, divertida e com uma boa dublagem que combina com os personagens. As referências ao universo da franquia conseguem mostrar a importância dos feitos dos personagens para quem não conhece os jogos e agradar quem já teve contato com os títulos, porém usa diálogos expositivos demais e de forma repetitiva. A história é interessante, mas previsível, simplista e se estende de forma desnecessária em alguns pontos. Se fosse adaptada para um jogo no formato de DLC, poderia ser melhor aproveitada, ou sintetizando os episódios, um filme seria mais adequado.
