The Witcher é uma saga repleta de personagens icônicos, com personalidades marcantes e histórias emocionantes. Entretanto, nenhum deles possui tantas marcas identificáveis quanto Yennefer: olhos violeta, roupas sempre em preto e branco e o aroma mencionado a cada página de lilás e groselhas.
A dualidade de Yennefer
Todas estas características são partes da mesma construção da personalidade de Yennefer, que é sua dualidade. Ao mesmo tempo que Yennefer é rude e egoísta, ela também é delicada e altruísta. Ela ama com a mesma intensidade que odeia. Ela exaure confiança, mas possui inúmeros traumas que a levam a auto sabotagem.
Ou seja, Yennefer é lilás (uma flor doce e atalcada) e groselhas (frutas azedas e cítricas). A feiticeira de preto e branco. Ela é seus olhos violetas, que ora são quentes e acolhedores, ora são frios e arrebatadores. Alguém capaz da magia de criação – algo incompreensível aos olhos de Geralt -, mas incapaz de gerar vida da forma que mais deseja. É por isso que há tanta repetição em suas descrições: aos poucos o autor nos lembra quem é Yennefer.
A estrela de obsidiana de Yennefer também traz este aspecto de sua personalidade. Segundo Simone Kobayashi, a obsidiana é uma pedra que lida com a purificação do ego, e que se bem trabalhada, pode ajudar a desobstruir suas negatividades e trazer a tona sua essência única.
Até mesmo o famoso unicórnio traz essa dobradinha! Afinal, o animal mítico é associado com pureza a virgindade… Mas ela o usa para fins que são bem contrários ao seu simbolismo original.
Lilás e Groselhas… na história?
Há também outra possível explicação para o aroma icônico, que a Herbalista Syringa Wolfii contou para mim em um vídeo do nosso canal. Utilizaram a flor de lilás para a domesticação de lobos selvagens na região da Alsácia-Lorena. Plantavam-na ao redor de vilas para atrair jovens lobos solitários e usá-los para defender suas vilas, além de torná-los parte de sua família.
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Ou seja, é possível que além de representar a dualidade de Yennefer, o aroma de lilás também tenha sido inserido propositalmente na história para representar a atração que Geralt sente pela feiticeira. É mais que destino, é mais que amor, é alquimia.
E quanto às groselhas? Bem, não encontrei nenhuma ligação delas com lobos ou nenhum significado histórico que pareça ser relevante. A não ser, talvez, pelo fato de que seu cultivo inicialmente era muito longo, o que podemos associar com a demora de Yennefer para chegar a sua melhor versão. Mas já acho que isso já é forçar uma ligação que não existe…
Quer tenhamos acertado as intenções do autor ou não, é inegável que Yennefer e suas características marcam os fãs da saga. É impossível pensar em lilás e groselhas, roupas pretas e brancas ou em olhos violetas e não pensar imediatamente nela.