Efeito Flashback | Crítica – Em “Efeito Flashback”, um suspense psicológico estrelado por Dylan O’Brien (Maze Runner), acompanhamos a história de Fred, um homem de 30 anos que vem passando por um momento conturbado, e após um susto começa a se perguntar sobre o passado e o paradeiro de uma antiga colega dos tempos de escola. Confira a crítica!
Fred está passando por algumas mudanças, com sua mãe enfrentando uma doença terminal, com apenas alguns dias de vida restantes. Ele é casado e se mudou para um novo apartamento, e começou recentemente em um novo emprego.
Ao sair para o trabalho, ele pega um atalho para fugir do trânsito, e toma um susto ao se deparar com um morador de rua que tenta assaltá-lo, mas logo a polícia aparece e Fred segue sua vida normalmente.
Porém, essa situação o faz lembrar dos amigos do seu último ano de escola, quando acabou se envolvendo com uma certa substância chamada “Mercúrio”, e em especial de uma garota chamada Cyndi, com a qual perdeu contato.
Uma busca pelo passado
A partir desse evento, o filme se divide em vários relances, ou se preferir, “flashbacks”, mostrando Fred com seus amigos em suas viagens alucinógenas causadas pelo uso daquela substância. No entanto, o que deixa um suspense pairando no ar é a aparição de uma criança que se assemelha mais a um “guru”, que se aproveita do “mercúrio” para espalhar sua mensagem.
De volta ao presente, Fred busca por seus amigos para saber do paradeiro de Cindy, até o momento em que o clima começa a ficar pesado, e se lembram que depois de uma festa bem “underground”, nunca mais a viram.
Nessa altura do filme fica claro que o diretor pretende que o espectador se sinta em uma viagem de “mercúrio”, mas acaba exagerado nos efeitos estroboscópicos em algumas cenas, o que na minha percepção atrapalha um pouco da imersão que vinha sendo construída ao longo do filme.
Um ponto positivo do filme é sua fotografia e trilha sonora que contribuem com a cinematografia da obra, principalmente para a construção do suspense, quando utiliza tons mais frios no presente, e tons mais quentes e avermelhados, em flashbacks insinuando o passado. Fica perceptível sua inspiração em produções como “Donnie Darko” e “Estou pensando em acabar com tudo”.
O filme tinha todos os elementos para ser um sucesso. Porém, na minha opinião, o desenvolvimento do personagem de Fred, interpretado por Dylan O’Brien, não foi devidamente explorado a ponto de ser tão cativante, que nos importássemos com seu desfecho, ou com a torcida do espectador, por seu sucesso nas situações em que se metia.
Veredito
No fim, “Efeito Flashback” tenta ser reflexivo, mas falha ao explorar ideias como “O que poderia ter sido?”, ou “Qual a natureza de nossas escolhas?” e, ainda, “Qual o controle que temos sobre o destino” e “Como lidamos com o luto ou sofrimento pela perda de nossos entes queridos”, mas se torna vago quando desperdiça situações, onde poderia ter desenvolvido melhor ou mesmo mais aprofundadas como tema.
Para os fãs de suspense e obras mais “psicodélicas”, o filme pode agradar, mesmo que não tenha sido tão bem sucedido em explorar mais as questões levantadas.
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