The Witcher Segunda Temporada | Primeiras Impressões – A convite da Netflix, nós já pudemos conferir os seis primeiros episódios da segunda temporada de The Witcher.
Nesse texto de primeiras impressões não serão passados spoilers da trama, porém analisaremos tópicos importantes que fazem parte da composição da série e também alguns que já são de conhecimento público, como por exemplo o primeiro episódio intitulado como “Um Grão de Veracidade”, que está adaptando o conto de mesmo nome.
A trama e referências
Geralt começa essa temporada convencido de que Yennefer perdeu sua vida na Batalha de Sodden, e então leva Ciri para o lugar mais seguro que ele conhece: Kaer Morhen, o lar de sua infância, que também conhecida como a Fortaleza dos Bruxos. Enquanto os reis do Continente, elfos, humanos e demônios lutam pela supremacia fora das muralhas, Geralt precisa proteger Ciri de algo muito mais perigoso: o misterioso poder dentro dela.
A temporada além de fisgar muitos pontos retirados diretamente dos livros, também apresenta diversas referências a outras produções do Bruxão da própria Netflix, como por exemplo a história do Bruxo Deglan que Vesemir conta para Ciri que é revelada na animação A Lenda do Lobo, como também a destruição da Fortaleza e criação de novos Bruxos.
Para você que também é fã de The Witcher 3, pode aguardar a nova temporada com um sorriso no rosto, já que tem um easter egg para lá de especial no episódio 2. Vale ressaltar que Vesemir também cita tramas originais como a história de Klef, que é conhecido por ser um dos primeiros Bruxos do Continente – história essa que provavelmente será abordada na série prequel Blood Origin.
Figurino
Sobre os figurinos, não é surpresa para ninguém que a segunda temporada em comparação com a primeira teve uma melhora enorme, até pelo fato de que já é algo bastante visível até mesmo nos trailers.
O que podemos afirmar é que as roupas e armaduras dessa temporada estão infinitamente superiores, apesar de ainda conter algumas escolhas estéticas questionáveis e não condizentes com os personagens, mas elas são heranças do tom da primeira temporada.
Pelo menos nessa nova temporada, os espectadores podem esperar melhores perucas, armaduras e principalmente maquiagens – até o episódio 6, a Yennefer não apareceu nenhuma vez de sombra verde e isso é uma vitória!
Direção Geral
Outro fator incontestável é que que as locações dessa temporada estão muito mais grandiosas em comparação com a primeira, apesar de algumas ainda parecerem ter sido retiradas de jogos com baixa texturização – alô pedras do “Forte” da Fringilla.
Apesar de contar com um estilo de direção e jogo de câmeras mais criativo que permite explorar os sets e locações reais com maior cuidado, algumas escolhas técnicas como uso de “slow motion” em cenas que envolvem computação gráfica e principalmente arremessos, ainda ressaltam resquícios de essência de série da “CW” e não assertividade no ponto de relevância que de fato merecia destaque nas respectivas cenas.
A Coreografia e os Efeitos Especiais
Já sobre os efeitos, o que podemos frisar é que eles melhoraram, mas ainda continuam longe de estarem bem satisfatórios como desejávamos. Se fosse necessário definir os efeitos especiais dessa temporada – assim como a série em um geral, essa palavra seria uma grande montanha-russa.
O episódio 1 ao mesmo tempo que nos apresenta uma cena impecável com Vereena, nos mostra um Nivellen não muito satisfatório que se passaria tranquilamente pelos personagens que andam pelo parque Magic Kingdom. Infelizmente ao longo da progressão da história, enquanto a trama se torna mais interessante, os efeitos vão decaindo – mas claro, com algumas exceções pontuais que ainda estão sob sigilo.
Por outro lado, as coreografias de luta estão super consistentes nessa temporada, não há uma luta que não seja divertida de assistir. E claro que não poderíamos deixar de ressaltar o grande responsável por isso, Wolfgang Stegemann, que foi coreógrafo da cena de Blaviken, dessa vez assumiu todas as coreografias da temporada.
Trilha Sonora
Ah, música! Até o episódio 6 ouvimos apenas a música “Burn” do Jaskier, que também é uma outra canção para lá de chiclete. Mas os destaques para a trilha ainda são para as cenas que resgatam as que foram criadas pela dupla Sonya Belosouva e Giona Ostinelli, uma vez que o uso de instrumentos era mais criativo.
O Joseph Trapanese fez um trabalho competente nas novas faixas, mas às vezes o som me parecia um tanto de fantasia genérica. O que não é ruim, porque som de fantasia sempre é legal, mas não tem aquela assinatura que passamos a esperar de The Witcher.
Roteiro
Agora chegamos na parte que vocês provavelmente mais estavam curiosos: roteiro! Nessa primeira parte vamos falar da história da série como um produto isolado, e nesse contexto, é impossível negar que o roteiro está muito melhor trabalhado.
Agora com uma história linear, as informações complexas do Continente são entregues para a audiência de forma mais natural e coerente. Os arcos dos personagens estão muito mais claros, os diálogos mais naturais, os conflitos mais conectados uns aos outros – informações que são apresentadas nos primeiros episódios da temporada se carregam até o último.
Isso dá a sensação imediata de uma série mais coesa, bem trabalhada, com um propósito em mente. Não estamos mais acompanhando eventos desconexos e relações interpessoais mal explicadas, e sim um grande arco que conecta os personagens de maneira significativa.
E em relação aos Livros?
Quando se fala de adaptação, temos uma situação bem similar à primeira temporada. Muita coisa tirada diretamente dos livros, mas também muita coisa original que, para os leitores, vai parecer frívola e desnecessária.
Até o momento, não tivemos nenhuma decepção tão grande como o arco de Brokilon da primeira temporada – que nossos caros leitores e espectadores do YouTube já sabem o que achamos, mas já tiveram várias sensações de Aretuza, se é que me entendem.
Isso para dizer que, novamente, muito do conteúdo original é legal, mas também muito do conteúdo original deixa uma sensação estranha de estar vendo uma fanfic muito “cara de alguém” que de fato não conhece muito bem os personagens secundários e não sabe o que fazer com eles.
Alguns rumores confirmados foram decepcionantes, outros rumores foram negados e isso foi muito bom. Alguns personagens foram adaptados ao pé da letra dos livros, outros não são reconhecíveis, apenas os seus nomes. Digamos que é uma situação bem complexa para abordar sem entrar em spoilers.
Considerações até o momento
De toda forma, quem se divertiu com a primeira temporada, provavelmente também se divertirá com a segunda, até porque a mesma apresenta um conteúdo mais linear e fácil de digerir, além de apresentar uma trama mais profunda que é o pilar da saga.
Se você foi a pessoa que curtiu a primeira temporada com ressalvas assim como eu, vai curtir com ressalvas – em algumas cenas você irá respirar fundo e apenas seguir o fluxo. Por fim, se você é o tipo de fã que é super purista e odiou, certamente vai odiar essa também.
De toda forma, é perceptível que a equipe por trás dessa produção claramente ama o que faz e ouviu as principais críticas dos fãs. A principal mudança é no Geralt, que fala mais que “hms” e “fuck”, além dos pequenos detalhes no decorrer da obra – afinal, o homem é quase uma “Bíblia de The Witcher” de acordo com as próprias palavras de Freya Allan.
Se você é fã de The Witcher, seja apenas da série, dos livros ou dos jogos, ou se é fã de fantasia em um geral, recomendo conferir a segunda temporada de The Witcher no dia 17 de dezembro na Netflix. Pode não ser Algo Mais, mas certamente vale uma caminhada até a casinha do Yurga.
Gostaríamos novamente de agradecer a Netflix pelo convite para assistir aos seis primeiros episódios da série. Lembrando que The Witcher estará disponível na plataforma a partir do dia 17 de dezembro.
Para mais curiosidades e informações sobre a segunda temporada de The Witcher, fiquem ligados no site d’O Megascópio e também na playlist de The Witcher no YouTube onde temos reviews de episódio por episódio comentando sobre a diferença entre os livros, jogos e série.