Lançada no último dia 16 de dezembro, a versão de PC de Final Fantasy VII Remake Intergrade está disponível via Epic Games Store.
A revitalização do clássico de 1997 para Playstation traz de volta o mercenário Cloud Strife e os membros do grupo eco-terrorista Avalanche, contando os capítulos de sua jornada contra a Companhia de Energia Elétrica Shinra e, mais do que isso, como suas decisões podem afetar o curso do próprio planeta.
O remake foi desenvolvido e publicado pela Square Enix e lançado originalmente em 10 de abril de 2020 para Playstation 4. A história do jogo acompanha a sessão de Midgar do título original, mas contando com diversas adições e reimaginações de cenários e acontecimentos.
A convite da própria Square Enix, nós do Megascópio pudemos conferir na íntegra como está o port para PC. Vale ressaltar que essa review não terá nenhum tipo de spoiler do enredo do game.
O conteúdo do port para PC
O port para PC do game vem com todo conteúdo do remake para Playstation, incluindo o jogo principal com a campanha de Cloud (um ex-agente da Soldier e agora mercenário que é atormentado por visões de um inimigo que ele imaginava estar morto) e da Avalanche (um grupo de idealistas que tem como objetivo salvar o planeta do abuso da Shinra), e a DLC Intermission com a campanha da personagem Yuffie Kisaragi, que infiltra-se em Midgar e, com a ajuda do QG da Avalanche, invade o prédio da Shinra em busca da Matéria Suprema.
Além disso, o game também conta com alguns itens bônus que podem ser adquiridos na Caixa de Presentes dentro do jogo:
- Arma: Estrela Cactuar (que só pode ser utilizada com Yuffie)
- Armadura: Bracelete de Midgar
- Armadura: Bracelete da Shinra
- Armadura: Braçadeira do Corneo
- Acessório: Cinturão de Superestrela
- Acessório: Cristal de Mako
- Acessório: Brincos Seráficos
- Matéria de invocação: Carbuncle
- Matéria de invocação: Chocobo
- Matéria de invocação: Cactuar
Pontos de destaque
Apesar da história do game se passar em apenas uma parte do título de 1997, ainda assim o enredo é conciso e tem um final bem delimitado, criando boas expectativas para uma continuação. A Midgar e seus personagens, particularmente nos setores 5 e 7, se mostram cheios de personalidade, mesmo que fiquem limitados às side quests disponíveis para serem completadas.
Mas o elemento que mais merece atenção é o combate: a mistura do clássico RPG de turno com a modernidade das batalhas em tempo real rendem tanto uma dificuldade desafiadora quanto a necessidade de realmente pensar durante os encontros com os inimigos. As fraquezas a elementos de fato fazem diferença e tornam a vida do jogador mais fácil, portanto, analisar o inimigo e ter as matérias certas sempre equipadas precisam sempre ser o maior ponto de atenção – isso ao mesmo tempo em que a luta acontece e o jogador tenta não ser morto por estar se preocupando com outra coisa. Caso seja informação demais, o jogo disponibiliza a opção de poder dar atenção só aos comandos de habilidades e magias, deixando o combate em tempo real no modo automático.
Ainda nesse tópico, vale ressaltar a adaptação dos controles para a versão de PC: como o game foi imaginado prioritariamente para console, a adaptação para teclado e mouse ficou um pouco estranha, apesar de não ser ruim como um todo. Porém, fica a recomendação de ter um controle para conectar ao PC, pois a imersão no jogo fica muito mais palpável dessa forma.
Problemas e polêmicas
Mesmo com pontos positivos fortes e interessantes, ainda se faz necessário falar dos problemas que circulam esse port – assim como algumas outras versões para PC de jogos da Square Enix como NieR: Automata ou Nier Replicant, Final Fantasy VII Remake sofre com questões de performance.
Particularmente durante a DLC Intermission, o jogo passa por stutters (diminuição drástica de FPS) durante algumas transições de cenas cinemáticas para áreas de gameplay – isso também acontece na campanha principal, mas com menor frequência. A falta de customização de desempenho também é um problema: só é possível alterar coisas extremamente básicas como resolução e nível de sombra, ao contrário do que já é comum no meio gamer hoje em dia, onde os jogos costumam disponibilizar inúmeros filtros para customizar a experiência de cada jogador.
Outro problema são os bugs visuais como personagens atravessando outros NPCs ou pequenos glitches em armas, como a Buster Sword de Cloud entrando em sua perna, ou em roupas, como o short de Tifa mostrando pequenos pontos brilhantes por alguns segundos sem motivo aparente. Também podemos destacar a questão do horizonte visível do jogo: não é possível enxergar os NPCs há uma distância minimamente razoável, e é comum que algum personagem simplesmente apareça do nada na sua frente e você acabe esbarrando nele.
O canal Digital Foundry, conhecido por trabalhar com reviews de hardware de PC, classificou o jogo como “o pior lançamento AAA para PC em um longo tempo”. A opinião também foi ressoada por usuários nas redes sociais, mas é necessário levantar um questionamento sobre isso: os problemas do jogo são realmente tão grandiosos assim? Eles realmente atrapalham a experiência?
Vale a pena jogar FF7R no PC?
É importante, antes de mais nada, reafirmar que sim, Final Fantasy VII Remake para PC tem sua cota de problemas de desempenho. Os relatos tanto do Digital Foundry quanto de outros usuários online mostram que existem problemas para rodar o jogo acima de 1080p de qualidade e que os stutters existem onde não deveriam. É importante reforçar esses fatos e relatar à Square Enix para que o jogo seja devidamente consertado.
Dito isso, nesse momento ainda assim vale a pena jogar FF7R no PC (ignorando o aspecto do preço, que falaremos mais a frente), especialmente na realidade do PC gamer brasileiro. Todos sabemos que o cenário de compra de placas de vídeo anda aterrorizante e que, hoje em dia, é necessário gastar absurdos R$ 1.500 a R$3.000 em placas de nível intermediário e que lidariam sem problemas com um cenário de 1080p de qualidade (de acordo com o guia de preços do site brasileiro Adrenaline, referência na área).
Se tratando de problemas de resolução, eles não interferem na experiência a ponto de estragarem a imersão – nesse ponto, é importante até enaltecer o trabalho da Square Enix em fazer com que o jogo rode com poucos requisitos, onde nem uma placa de vídeo é necessário e o game roda aceitavelmente em gráficos integrados. Os problemas de bugs e stutters também não são tão frequentes a ponto de tornar o título injogável, como aconteceu com muitos em Cyberpunk 2077.
Também precisamos destacar o preço do jogo, que está custando em seu lançamento R$349,90, preço extremamente impeditivo para a realidade brasileira e que pode sim ser uma barreira para muitos.
Com todos esses pontos colocados em perspectiva, o veredito é que sim, vale a pena jogar Final Fantasy VII Remake Intergrade para PC: o jogo tem um enredo bem escrito, bons personagens e combate cativante, sem contar o fator nostalgia, que é muito importante para tantos jogadores.
Final Fantasy VII Remake Intergrade está disponível para PC via Epic Games Store. Confira também nossas reviews para a versão de console tanto do game principal quanto da DLC:
Key do jogo cedida por: Square Enix