Jurassic World: Domínio | Crítica – Durante essa semana será lançado ”Jurassic World: Domínio’’, e tivemos o prazer de conferir o filme em primeira mão na cabine de imprensa da Universal, O Megascópio traz suas primeiras impressões sobre o novo blockbuster da franquia dos dinossauros mais amados das telonas!
Para ser bem honesto os trailers não fazem juízo a o que o filme realmente é, eu explico isso dizendo que esse é o melhor filme da franquia ”Jurassic World’’, pois explora muito mais os elementos dos filmes originais de ‘’Jurassic Park’’ e sabe administrar muito bem o tempo de tela entre os atores da antiga geração, os da nova, e é claro, os personagens mais importantes do filme que são, ou deveriam ser, os dinossauros!
O filme se passa alguns anos após os acontecimentos de ”Jurassic World: Reino Ameaçado’’ e traz entre muitas aspas o encerramento da trilogia de Owen Grady (Chris Pratt) e Claire Dearing (Bryce Dallas Howard), digo isso porque em nenhum momento no filme sentimos o tom de despedida dos personagens.
Se a intenção era de não mostrar esses personagens nunca mais, digo com tranquilidade que ficou faltando emoção nesse quesito, a única coisa que foi encerrado de fato foi o arco de Maisie Lockwood, neta do idealizador do Parque dos Dinossauros, John Hammond, que é vivida por Isabella Sermon e revitaliza um pouco o ‘’núcleo das crianças’’, mas apesar de Isabella já demonstrar que consegue roubar a cena, é pouco aproveitada e durante o filme todo tem somente uma cena de destaque a ponto da gente poder falar que ela pode ser o futuro da franquia.
Elenco
Meu único desejo para esse filme era que honrasse a franquia original, já que traria seus personagens principais, e também de nos livrar do Chris Pratt que vive um momento onde ele traz uma aura ruim para todos os projetos do qual participa.
Felizmente podemos ver esses dois pontos em tela! A Bryce tem um papel bem mais importante e cenas solo de destaque muitos maiores do que as de Chris, além de por outro lado termos Laura Dern com o maior tempo de tela entre seus amigos revivendo a doutora Ellie Sarter.
E já que entramos nesse mérito, podemos falar um pouco mais sobre a trama do filme que mais uma vez envolve genética super futurista e o que deveria ser feito com ela, mais de uma vez já tínhamos visto usarem essa tecnologia para criar entretenimento, criando parques de dinossauros, e agora com os dinossauros espalhados pelo mundo e afetando todo nosso ecossistema, toda nossa fauna e flora, vemos essa tecnologia ser utilizada de forma mais ‘’realista’’ que é sendo utilizada para fazer dinheiro, uma boa imagem do nosso capitalismo que vivemos em nossa realidade.
O Doutor Lewis, vivido por Campbell Scott utiliza desta tecnologia para criar super gafanhotos que destroem fazendas e alimentos que não sejam os criados pela sua empresa, e faz com que suas sementes não afetadas tenham uma demanda absoluta no mercado mundial. E é aí que nossa querida Laura Dern volta para ação, reunindo o grande Alan Grant e o irreverente Ian Malcom, vividos novamente por Sam Neil e Jeff Goldblum respectivamente, para reunir provas e evidências dos planos maquiavélicos da empresa Biosyn.
Então o que acontece é que a cena é totalmente roubada pelo núcleo de veteranos, pois Laura não precisa de muito para se destacar em filme onde nosso foco é supostamente a ação e o CGI, cito aqui também que Sam Neil não mudou absolutamente nada de seu personagem, parece que ‘’Jurassic World: Domínio’’ foi gravado poucos meses depois que ”Jurassic Park:3’’ e vou destacar aqui também a atuação de Jeff, pois nos últimos anos ele foi se destacando cada vez mais como um ator caricato por causa desse papel que vive na franquia dos dinossauros e ter a oportunidade de ver ele voltar e reviver esse papel, ainda mais caricato, ainda mais irreverente é simplesmente a parte que eu mais gostei do filme.
Para terminar de falar sobre os elencos vou pontuar que gostaria de ter visto mais do Omar Sy que revive seu papel de ‘’Barry’’, mas não chega a ter 10 minutos de tela, e de Justice Smith que vive um personagem que tem uma cena a mais porém, super mal aproveitado.
De fato o que eu senti mais falta no filme foram dos dinossauros, porque o charme todo da franquia era de nos maravilhar com cenas deles inseridos em um cenário que nos levasse a crer que isso era possível e que um mundo maravilhoso assim com dinossauros seria incrível, o que o primeiro filme dessa nova franquia faz muito bem, diga-se de passagem, mas nesse filme temos a apresentação de mais alguns dinossauros híbridos mas o único que se destaca realmente é o dinossauro psicopata –acabei de dar esse nome pra ele porque eu realmente gostei dele-.
Sei também que isso provavelmente foi escolha deles de mostrar os dinossauros integrando nossa sociedade, como se fosse ‘’normal’’, usando mais imagens super abertas como se eles fossem parte de um documentário, mas de verdade não concordo que essa seja a melhor forma de ‘’encerrar uma trilogia” desse tamanho e nem de usar eles num contexto geral, temos no final do filme uma cena super legal de luta de dinossauros mas é o único momento que eu esbocei um sorrisinho gostoso durante o filme vendo o que deveriam ser os personagens principais!
O roteiro
Falando em roteiro, vemos mais uma vez a especialidade da franquia que é o ‘’bullshitting’’ falando muito, mas muito mesmo sobre diversas, ciências, tecnologias e métodos impossíveis de criar algo porém de forma difícil e dessa vez em ainda mais tempo, o que faz com que o que normalmente passa despercebido seja notado então acaba sendo mais do mesmo porém de forma preguiçosa.
Isso fica muito em evidência, pois o filme não trás um roteiro ruim, tecnicamente falando, ele só é preguiçoso e pouco criativo. O longa é mais um filme de Parque, que dessa vez tem o nome de reserva, com a roupagem de filmes de ação com subgênero sequestro, o que não me faz desgostar de forma alguma, só que deixa um gostinho do que poderia ser, e cria de forma indireta um desejo por mais filmes BONS da franquia.
A caracterização do filme é muito boa, o que faz com que você olhe para qualquer personagem, seja antigo ou novo, e veja exatamente seus traços de personalidade! Temos também alguns momentos de brilho da franquia clássica, com muito mistério e tensão, e o filme ganha muito, mas muito mesmo com isso, e destaco também uma cena de perseguição caótica tão legal que poderia até ser um curta, de tão legal que era.
Veredito
Concluo esse texto dizendo mais uma vez que ‘’Jurassic World: Domínio’’ é o filme mais legal dessa nova franquia, mas não porque é espetacular e sim porque os outros não se esforçaram para serem filmes fantásticos, e digo também que o momento de ver um filme desses é agora, no cinema, pois um filme recheado de dinossauros e CG é feito para ser visto nas telonas, e mesmo ainda não tendo chegado no brilho do que foram os filmes da franquia antiga é um filme divertido e que tem seu valor.
*Filme conferido em cabine de impressa*
*Crítica escrita pelo colaborador Renan Jordão*