A série de Sandman está disponível no catálogo da Netflix desde o dia 05 de agosto com seus 10 episódios. Contando com um roteiro adaptado e bastante fiéis aos quadrinhos, a primeira temporada cobre os arcos “Prelúdios e Noturnos” e “Casa de Bonecas”, que correspondem exatamente as duas primeiras partes da hq. Além do roteiro, as interpretações, efeitos visuais e direção também estão impressionantes.

Como já dito anteriormente, o enredo cobre os dois primeiros arcos dos quadrinhos escritos por Neil Gaiman. Inicialmente, o espectador acompanha Morpheus- O Senhor do Sonhar – no ano de 1916, quando foi capturado por engano pela seita “A Ordem”, que buscava capturar a Morte. Mais de 100 anos após sua captura Sonho se liberta e deve recuperar seus itens (rubi, elmo e algibeira) e reestabelecer seu reino.

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A mudança de arcos na história é perceptível, fazendo a série parecer duas temporadas muito bem fechadas em uma única. Os episódios 1 ao 6 cobrem “Prelúdios e Noturnos”, enquanto que do 7 ao 10 são contados de forma sucinta e didática “Casa de Bonecas”.

Enquanto os seis primeiros episódios são mais soturnos e intimistas, explorando a jornada de Morpheus para obter seus poder e lições que ele precisa aprender, o segundo tem momentos mais dinâmicos e coloridos.

Atuações, efeitos e cenografia

As atuações estão muito convincentes e mostra que tanto a direção como os atores captaram o que precisava ser representado pelos personagens. No núcleo dos perpétuos Tom Sturridge representou muito bem o Senhor do Sonhar da forma intimista e egoísta como é caracterizado o personagem.

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Reprodução/Netflix

Kirby Howell-Baptiste e Mason Alexander Park não ficam para traz como Morte e Desejo. Outros destaques são David Thewlis como John Dee, Boyd Holbrook como Coríntio, Asim Chaudhry e Sanjeev Bhaskar como os irmãos Cain e Abel também não ficaram menos marcantes.

A cenografia e os efeitos visuais em Sandman andam de mão dadas, já que boa parte do cenários, como o reino do sonhar, exigiram bastante elaboração. Novamente a direção soube aproveitar bem dos recursos oferecidos, usando os cenários  com diferentes angulações para mostrar a mistura dos diferentes reinos e tempos mostrados na temporada.  

Reprodução/Netflix

As mudanças foram eficientes?

Um dos pontos que mais amedrontavam os fãs era como as mudanças iriam impactar nos acontecimentos. Em relação a este ponto foi um alívio confirmar que as adaptações foram trabalhadas com muito cuidado, afim de trazer o máximo de fidelidade possível.

Até mesmo mudanças que foram consideradas impactantes, como a personagem Constantine e ausência dos personagens da DC Comics, se mostraram acertadas, funcionais e interessantes.

Entre as modificações feitas estão a mudança temporal e forma com que o embate pelo elmo ocorre. O fato de Morpheus enfrentar Lúcifer e não Choronzon enriquece ainda mais histórias que podem ser adaptadas na próxima temporada. Também vale ressaltar como presença do corvo Matthews na caça pelas relíquias do Sonho é didática e server para explicitar regras deste universo de forma clara e delicada.   

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Reprodução/Netflix

Veredito

Sandman é uma série que enche os olhos tanto dos fãs do quadrinho como dos espectadores que não haviam tido contato com a obra. As mudanças propostas funcionaram bem e mantiveram a essência dos personagens modificados, bem como a mudança de situações, como a maior proximidade de Morpheus e Rose Walker, serviram para expor conceitos do universo da história e deixar a narrativa mais didática.

Ainda em relação a didatismo da produção, a presença do corvo Matthew em boa parte do primeiro arco também funciona bem, trazendo explicações sem duvidar da capacidade de quem assiste.

As atuações estão boas e bem caracterizadas, conseguindo mostrar a essência dos perpétuos e explorar os demais personagens com suas respectivas complexidades. Os aspectos técnicos se mostraram muito bem planejados e executados. Assim, apresentando uma direção competente que soube explorar tomadas marcantes e ângulos que mistura o onírico com a realidade, uma trilha sonora impactante e efeitos visuais que imergem o espectador.

Ao terminar a primeira temporada de Sandman fica um gosto de querer explorar muito mais este universo, saber dos demais perpétuos e como os arcos posteriores serão adaptados. Sem dúvida uma recomendação certa que vai entreter, emocionar e afligir.

REVER GERAL
Roteiro
Atuação
Direção
Cenografia
Efeitos Especiais
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e jornalista.
sandman-vale-a-pena-criticaA série de Sandman é uma ótima adaptação. As mudanças realizadas mantém a essência do quadrinho em relação aos diversos tópicos abordados e características principais dos personagens. Sem dúvida é uma produção que vale a pena acompanhar e agrada tanto aos fãs como aos espectadores que não tiveram contato com o material base.