Lançado no último dia 13 de setembro, Voice of Cards: The Beasts of Burden é o terceiro título da série de RPG de cartas da Square Enix.

Desenvolvida pelo mesmo time responsável pelas franquias NieR e Drakengard, a franquia Voice of Cards tem Yoko Taro como diretor criativo, Keiichi Okabe como diretor musical e Kimihiko Fujisaka como designer de personagens.

Os jogos são conhecidos por ter a estética de RPG de mesa apresentados inteiramente via cartas, com clássico combate de turnos e histórias com desenrolar inesperados – e seu terceiro título, The Beasts of Burden, também não foge a regra.

A convite da Square Enix, nós d’O Megascópio pudemos vivenciar em primeira mão o que o novo jogo de Taro tem a oferecer. Confira nossa crítica sem spoilers abaixo.

Premissa

The Beasts of Burden retrata um mundo dividido pelo ódio entre humanos e monstros, que vivem em conflito há mais de mil anos. A história acompanha uma garota de uma vila subterrânea, que jura vingança contra os monstros após assistir sua casa ser destruída e as pessoas que ama, mortas.

Após conhecer um garoto misterioso, ela parte em sua jornada de vingança, conhecendo e se juntando com outros personagens no caminho, viajando por diferentes áreas, engajando em combates com várias criaturas poderosas e se relacionando com diferentes cidades e pessoas. Além de vingança, sua aventura também tem um ar de descoberta, pois a personagem não conhecia o mundo exterior até o início do jogo – é interessante ver suas reações a coisas simples como dinheiro e a venda de itens.

Assim como seus predecessores, a história de The Beasts of Burden brinca com a ideia de que nem tudo é o que parece e que o jogador não terá as informações necessárias para entender o enredo por completo até o final do game – característica marcante da escrita de Yoko Taro. E para chegar até lá, será necessário engajar em diversas batalhas e entender bem o sistema de combate do jogo, assim como seus elementos de gameplay.

Voice of Cards: The Beasts of Burden
Reprodução: Square Enix.

Gameplay

O game se passa em um mundo representado completamente por cartas, onde o jogador se movimenta por um peão através de cidades, calabouços, campos, desertos e mais. A movimentação em si é extremamente simples, sendo possível utilizar apenas um mouse durante o jogo todo, por exemplo.

As cidades contam com lojas de armaduras e itens, locais para descanso e o famoso Game Parlour, que conta com mini-games de cartas para relaxar e que também garantem itens interessantes como recompensas. Também é possível jogar esses mini-games no multiplayer online do jogo.

A história é contada por uma mestra, assim como em um RPG de mesa: diferente dos dois primeiros jogos, a mestra de The Beasts of Burden é dublada por Yui Ishikawa, voz da personagem 2B de NieR: Automata. Como o jogo não tem dublagem além da mestra, todos os personagens também são interpretados por ela.

O mais interessante, entretanto, é o combate: assim como os outros títulos da franquia, o game tem combate clássico por turnos, com golpes normais e especiais, itens, relação de fraqueza e resistência a elementos e mais. A maioria dos efeitos dos golpes são resolvidos via dados, que aumentam sua eficácia de acordo com o resultado.

A maior novidade, porém, é a adição dos monstros, sendo possível capturar certos inimigos e usá-los no lugar dos ataques especiais dos outros jogos da série. Isso abre possibilidades maiores de combinação de ataques e elementos com os personagens da equipe, já que todos os monstros podem ser usados por todos do time, sem restrições.

Essa maior flexibilidade na seleção de ataques acaba tornando os combates mais fáceis, pois é possível se preparar para todas as situações pensáveis e impensáveis, principalmente quando o jogador entende o padrão de inimigos em cada área.

Voice of Cards: The Beasts of Burden
Reprodução: Square Enix.

Veredito

The Beasts of Burden, assim como seus predecessores, é mais um exemplo da qualidade do trabalho da equipe responsável por NieR. A escrita de Taro e a trilha sonora de Okabe continuam ótimas, com o destaque novamente indo para o design de personagens de Fujisaka, que expressam com maestria a personalidade de cada um dos membros do time e dos personagens secundários usando apenas imagens paradas.

O game é bastante simples, com combate e gameplay intuitivos, excelente para uma jogatina mais tranquila e que, mesmo assim, mantém um bom nível de qualidade de produto como um todo: explorando todas as áreas por completo e procurando por todos os segredos, The Beasts of Burden leva cerca de 20 a 25 horas para terminar, mas também sendo possível terminar o jogo em cerca de 5 a 10 horas caso esteja procurando só conhecer a história principal.

Vale lembrar também que, mesmo fazendo parte da trilogia Voice of Cards, não é necessário ter jogado The Isle Dragon Roars ou The Forsaken Maiden para aproveitar completamente o jogo – porém, fazemos a recomendação de qualquer forma, pois se tratam de games com o mesmo nível de qualidade e com histórias interessantes e contidas em si mesmas.

Voice of Cards: The Beasts of Burden
Reprodução: Square Enix.

Voice of Cards: The Beasts of Burden está disponível para Playstation 4, Nintendo Switch e PC via Steam.

Key para PC cedida por: Square Enix.

Confira também:

REVER GERAL
Enredo
Personagens
Trilha Sonora
Jogabilidade
Direção
Matheus
Fã de Yu-Gi-Oh!, Drakengard/NieR e Tomb Raider. Nas horas vagas, analista de Relações Internacionais e professor de inglês.
voice-of-cards-the-beasts-of-burden-criticaVoice of Cards: The Beasts of Burden é um jogo bastante simples, com combate e gameplay intuitivos, excelente para uma jogatina mais tranquila e que, mesmo assim, mantém um bom nível de qualidade de produto como um todo, com bom enredo, excelente trilha sonora e design de personagens.