Lançado em junho de 2023, The Book Walker foi desenvolvido pelo estúdio Do My Best e distribuído pela TinyBuild, sendo lançado para as plataformas PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series S|X e PC (via Steam). Desde seu lançamento o título já está disponível no serviço Xbox Game Pass e mesmo não chegando ao Xbox One pode ser jogado via Cloud. Com uma narrativa envolvente e visual que se destaca por misturar diferentes tipos de câmeras, o game também consegue apresentar personagens secundários interessantes e uma gameplay funcional para o que é proposto.

Por dentro do mundo do game

Em relação ao enredo, controlamos o personagem Etienne Quist, um escritor que foi condenado por seus atos como escritor. Como punição ele deverá usar por trinta anos uma algema que impede de usar suas habilidades de escritor. Para tentar reduzir sua pena, ele passa a fazer trabalhos de trazer itens bastante poderosos dos livros para a realidade. Parece estranho, mas no mundo em que a história se passa algumas pessoas possuem o poder de entrar nas histórias, viver e alterá-las. Assim, podendo trazer itens e manipular o que foi escrito com habilidades de tinta.

Entre os itens mostrados no game estão o martelo de Thor, a espada Excalibur, itens alquímicos lendários e mais. As histórias mostradas não são as mesmas que conhecemos, mas sim a adequação destes itens a outras narrativas que se utilizam de muitas referências além dos itens já citados. Inclusive, em alguns momentos fica nítido que a história se passa em algum ponto no futuro, pois tudo dá indícios de que a forma com os livros são escritos mudou e que existem grupos de escritores clássicos, que não possuíam as mesmas habilidades de entrar na história de forma literal como é representado com Etienne.

The Book Walker-3

Gameplay e visual estilizados

Em relação ao gameplay, The Book Walker podemos dividir o jogo em duas partes: a parte fora dos livros e quando vamos buscar algum dos objetos requisitados. Fora dos livros controlamos Etienne com uma câmera em primeira pessoa e temos ações um pouco mais limitadas, assim, podendo navegar por um espaço pequeno em que são buscados itens que ajudam nas missões e servem como uma etapa entre capítulos. Nestes momentos temos um visual mais realista, com um design que transmite a decadência que o protagonista vive e apresenta gráficos bons. De forma geral, além de servir como o plano de fundo para o desenrolar da trama, fora dos livros se mostra como uma sala de espera para a próxima missão.

Quando Etienne entra nos livros é que tudo muda. Entre as principais diferenças estão o visual, que é adequado ao que a história se passa, e a câmera que é alterada para um ângulo isométrico. Juntamente com esta mudança também temos a adição do combate em turnos que exploram as habilidades de tinta do personagem, que não tem o objetivo de ser um confronto taticamente difícil, mas sim, funcional para a narrativa.

The Book Walker-2

Mesmo o combate aparentando não ser o foco principal do game, há a possibilidade de desbloquear e melhorar ataques e defesas em um caderno que se encontra no apartamento. A exploração da história dos livros é uma das partes mais interessantes do game e possui diferentes formas de abordar uma mesma situação, o que leva à possibilidade de evitar confrontos em alguns dos casos.

A mudança visual entre realidade e livro é propositalmente gritante e deixa claro a ideia mais lúdica ao dar a consciência do escritor dentro da história e a possibilidade de alterar entre os mundos apresentados. É muito interessante ver como estas duas visões conseguem complementar o propósito narrativo que motiva o Etienne ao mesmo tempo que propõe a ele um universo isolado que também apresenta seus próprios problemas em que é possível intervir.

The Book Walker-1

Veredito

The Book Walker apresenta uma narrativa que chama a atenção e prende o jogador ao revelar o motivo da punição de Etienne aos poucos, assim, dando mais tempo para que as características e elementos do mundo do game sejam absorvidos. Sua alternância de gameplay também se destaca com destaque para a diferença de design e estilos entre o mundo dentro do livro com o mundo real.

Ainda sobre a gameplay, o combate em turnos é eficiente e se mostra funcional para o propósito de trazer mais dinamicidade na exploração e obtenção dos itens necessários para avançar. Em cada fase, ou livro, que entramos em busca dos itens lendários temos uma época única, com muitas referências e histórias dentro da história que despertam a vontade de revisitar ao final do jogo.

Sem dúvida é um título que vale muito a pena não só pelo gameplay ou visual, mas principalmente pela história que apresenta. Vale comentar também que os personagens secundários da trama também chamam a atenção e despertam interesse, mesmo que muitas vezes nem cheguemos a ver seus rostos.

REVER GERAL
Narrativa
Gameplay
Design
Personagem
Ambientação
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e jornalista.
the-book-walker-a-busca-pelo-poder-em-meio-a-dualidadeThe Book Walker é um jogo simples, mas que se destaca com sua narrativa bem elaborada e marcante. Seu visual é muito agradável e a mudança de visual é bastante funcional para mostrar a diferença entre o mundos externo e interno aos livros em que as fases se passam.