O filme nacional Tempos de Barbárie – Ato I: A Terapia da Vingança chega aos cinemas em 17 de agosto. Com direção de Marcos Bernstein e roteiro de Marcos Bernstein e Victor Atherino, o drama/ação se destaca com seu elenco e personagens complexos. Temas como a violência e como ela se perpetua na sociedade são abordados de forma bem direta e crível.

Em seu enredo, o espectador acompanha a história da advogada Carla (Cláudia Abreu), que vê sua filha ser baleada em uma tentativa de assalto. Buscando por justiça e vendo sua filha em estado grave, Carla busca apoio em um grupo de ajuda liderado por Natália (Júlia Lemmertz). O destino de sua filha e a falta de solução por parte da polícia leva a personagem aos limites ao transformar-se em uma busca por vingança. Com este enredo dramático o longa metragem prende a atenção e mostra de forma detalhada as razões e etapas da mudança da protagonista, como tais acontecimentos violentos a moldaram a ponto de não medir o peso de suas ações.

Além de um roteiro bem escrito, que na maior parte do tempo se mantém crível, a atuação é um dos pontos que mantém o filme em alto nível. Apresentando três facetas da forma de lidar com a violência diferentes, Carla e Natália são duas personagens que foram para caminhos opostos quando o assunto é lidar com a perda sofrida, sendo a opção de Carla pela vingança e Natália pela repreensão de sentimentos e retomada da vida mais normal possível. Já a personagem de Alexandre Borges mostra conforto em uma falsa sensação de segurança ao tratar sua arma como um totem.

Tempos de Barbárie - 2

A trama se desenvolve de forma fluida e explicita de forma natural a passagem do tempo para mostrar preparativos que poderiam não combinar com a personagem de Cláudia Abreu da forma como é mostrada no início do filme. Ao longo das cenas, a personagem de Júlia Lemmertz também se mostra com muitas camadas, sendo o seu papel de protagonismo no grupo de terapia um recurso narrativo para trabalhar seu passado de forma aberta sem parecer forçado.Os diálogos soam naturais, e juntamente com a evolução das personagens, chega ao ápice próximo ao final do filme com uma cena de “terapia” no qual o ciclo de violência é discutido abertamente.

Tais momentos de tensão, como citado anteriormente, ganham muito com uma boa direção que faz uso de ângulos diferentes para então chegar a momentos cruciais. Por exemplo, cenas que começam a partir de uma perspectiva mais ampla e tem mudanças drásticas trazem uma sensação de confusão, o que combina com a situação vivida pelas personagens e nos problemas que se envolveram. A trilha sonora, ora presente ora ausente, é bem utilizada e colabora para ambientação.

Tempos de Barbárie - 1

Veredito

Tempos de Barbárie – Ato I: A Terapia da Vingança é um drama impactante e que mostra de forma crua e clara como a violência se enraíza na sociedade e muda as pessoas de formas diferentes. As atuações estão muito boas, com destaque para as atrizes Cláudia Abreu, Júlia Lemmertz e o ator Alexandre Borges, que em seus respectivos papéis mostram de forma realista a degradação causada pelas situações que passaram.

Não só as atuações são dignas de muitos elogios, mas também o roteiro consistente com grande carga dramática e a cinematografia que explora ângulos inusitados que causam estranhamentos propositais antes de momentos mais marcantes. A trilha sonora é utilizada com sutileza, assim, sabendo criar a tensão necessária e prender o espectador. Sem dúvida uma indicação certa e que mostra como o cinema nacional pode trazer obras muito boas!

*Filme assistido em cabine de imprensa digital*

REVER GERAL
Roteiro
Atuação
Cinematografia
Trilha sonora
Direção
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e jornalista.
tempos-de-barbarie-ato-i-a-terapia-da-vingancaTempos de Barbárie - Ato I: A Terapia da Vingança é um drama impactante e que mostra de forma crua e clara como a violência se enraíza na sociedade e muda as pessoas de formas diferentes. As atuações estão muito boas, com destaque para as atrizes Cláudia Abreu, Júlia Lemmertz e o ator Alexandre Borges, que em seus respectivos papéis mostram de forma realista a degradação causada pelas situações que passaram.