Lançado para Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 4, PlayStation 5, PC (via Steam) e Nintendo Switch, Annomaly Agent – desenvolvido pela Phew Phew Games e publicado pela NAISU – traz em sua premissa um contexto cyberpunk em que anomalias temporais são possíveis. Com seu visual pixelizado e gameplay recheado de possibilidades, o game imerge o jogador em uma história louca, mas que chama a atenção.

É uma viagem

Antes de qualquer coisa é importante situar o jogador no ambiente apresentado no jogo: um universo visualmente cyberpunk – pela presença de alta tecnologia e carros voadores – em que existe a agência TDWA. Ela é responsável por lidar com anomalias físicas que se mostram bastante recorrentes na época em que o título se passa.

Neste cenário, em Annomaly Agent assumimos o papel do Agente 70, responsável por realizar as missões. Após a missão introdutória, já é revelado que um grupo comandado por um homem Encapuzado está causando anomalias temporais, assim, levando nosso protagonista novamente ao campo e então se desenrolando a narrativa.

Partindo de sua premissa temos uma história interessante e bem desenvolvida. Durante a trajetória somos apresentados a elementos bizarros e cômicos – como a própria concepção da entidade tempo – que chamam a atenção e faz que mais segredos queiram ser desvendados. Também, quando pensamos em jogos side scrolling, que remetem diretamente a beat and up, pensamos mais no aspecto gamelay, o que também é um ponto alto, mas é complementado de forma fascinante com o enredo bem explorado dentro do contexto proposto.

Batalhas variadas

Quando o assunto é gameplay a palavra variedade merece destaque, pois podemos utilizar golpes físicos, habilidades, armas e itens destrutivos encontrados no cenário. Toda essa variedade é permeada por intervalos certeiros que colaboram para o engajamento do jogador. Assim, mantendo novidades para praticamente até o final da campanha, o game apresenta uma jogabilidade divertida e que chama a atenção.

O que também colabora para a boa distribuição de novidades é o quão longo é Annomaly Agent. Não se estende além do necessário, a campanha pode ser completada por volta de seis horas em uma primeira gameplay, sendo dadas as novas habilidades da forma mais clássica possível: vencendo subchefes e chefes.

Annomaly Agent - gameplay
Reprodução/Phew Phew Games

Pensando na mistura de batalhas e narrativa, temos na evolução do protagonista o impacto do diálogo com os demais personagens. Em algumas respostas podemos escolher uma resposta mais amigável ou outra mais debochada. No caso da resposta amigável,  somos bonificados com uma máscara feliz, já no outro caso, com uma máscara triste. Na prática, este elemento não apresenta impacto na história, mas sim, no poder na habilidade do Agente 70.

A utilização das máscaras felizes promovem melhorias na vida do protagonista. Itens que trazem a mesma melhoria também podem ser encontrados nas caixas durante a aventura.

Já as máscaras tristes podem ser trocadas por moedas, que também são obtidas em baús e matando inimigos, sendo gastas para aumentar o poder dos tiros, adicionando potência a ataques básicos e novas afinidades aos itens. Por exemplo, em relação a afinidades, balas que envenenam e adição de choque que amplia a área de dano de golpes.

Boss
Reprodução/Phew Phew Games

Inimigos e visuais

Como adversários na aventuras enfrentamos na maior parte dos tempo clones, cuja variedade é suficiente para trazer variabilidade nos combates. O interessante é que clones iguais conseguem se fundir e se tornar um inimigo mais desafiador. Assim, parte das mecânicas para vencer seus oponentes também é impedir que seus eles se fundam e se tornem desafios ainda maiores. Os chefes e subchefes são interessantes e trazem diferentes fases que mudam suas mecânicas.

Embalando as batalhas com os clones temos uma navegação side scrolling com gráficos pixelizados bem charmosos. Um diferencial no visual fica por conta da apresentação dos personagens, que ganham uma imagem bem trabalhada e com mais detalhes de suas feições e roupas. O contraste e a forma de representação deixa as situações mais cômicas e se encaixa bem com os demais elementos.

Inimigos
Reprodução/Phew Phew Games

Veredito

Temos em Annomaly Agent um jogo surpreendente quando o analisamos em seus detalhes de gamepay, visual, narrativa e trilha sonora. Seu visual pixelizado funciona bem com side scrolling e sua gameplay ágil e com muitos recursos que permitem ampla variedade de ataques. Além disso, também vale destacar o capricho quando os personagens são apresentados, destoando do visual padrão e trazendo artes que deixam os personagens ainda mais carismáticos e engraçados.

Sua narrativa traz uma mistura interessante de viagens temporais com elementos psicodélicos ao apresentar entidades em meio a um contexto cyberpunk, o que gera personagens curiosos, carismáticos e caricatos. Isso faz com que a história se torne cada vez mais cômica, cativante e incentive o jogador a abraçar a loucura proposta em sua premissa. Retomando o elemento gameplay, vale elogiar a distribuição de updates, que mantém a consistência de novidades  e colabora na retenção do jogador.

Annomaly Agent é um game relativamente curto, mas que apresenta rejogabilidade pelos diferentes finais e conquistas/troféus. Assim, é uma indicação certa para iniciar uma gameplay descompromissada, mas que pode rapidamente prender sua atenção pela forma dinâmica e divertida pela forma com que seus elementos funcionam.

*Chave para análise enviada para Xbox Series pela Phew Phew Games

REVER GERAL
Narrativa
Gameplay
Visual
Direção de arte
Construção de mundo
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e jornalista.
critica-annomaly-agent-mistura-o-cyberpunk-com-o-bizarroTemos em Annomaly Agent um jogo surpreendente quando o analisamos em seus detalhes de gamepay, visual, narrativa e trilha sonora. Seu visual pixelizado funciona bem com side scrolling e sua gameplay ágil e com muitos recursos que permitem ampla variedade de ataques.