Após se destacar com uma demo durante uma Steam Next Fest no ano passado, Gestalt: Steam and Cinder finalmente está disponível e podemos devorar esse jogo de cabo à rabo.
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Em Gestalt: Steam and Cinder nós tomamos o papel de Aletheia. Uma Soldner, uma combatente de alto calibre de um país que após guerras intermináveis com demônios, conseguiu se reerguer com o poder da energia elétrica, fogo e do vapor. Esse mundo steampunk se vê prestes a entrar em uma guerra com um povo formado por guerreiros que foram relegados ao exílio após consumir sangue dos demônios.
Aletheia inicialmente não tem conexão com as intrigas políticas que ocorrem paralelamente com sua aventura, mas aos poucos ela vai descobrindo segredos que se conectam com o grande esquema da trama durante o progresso na sua própria jornada.
Gestalt: Steam and Cinder é um Metroidvania, um gênero que tem como uma das características principais o “leva e traz”, a exploração e a revisitação das suas áreas, mas sua progressão em Gestalt é bem linear já que o quanto você avança e quais áreas você tem acesso está diretamente relacionado à qual ponto você está na história.
Vale também dizer que o jogo esbanja muito a inspiração em Symphony of the Night. Os singelos sistemas de RPG, um bocadinho na trilha sonora e principalmente nas animações da nossa protagonista Aletheia dá pra sentir que os desenvolvedores do jogo tem muito respeito pelo clássico que é a principal inspiração para todos os Metroidvanias modernos.
Fantasia em um Mundo Steampunk
Gestalt gosta muito de contar a própria história. Longas cutscenes são eventos frequentes no jogo, sempre com grandes ilustrações em pixel art dos personagens ocupando toda a tela. O que é uma boa ideia quando a intenção é passar todo o carisma do elenco do jogo mesmo com ele não podendo contar com o auxílio de dublagem para vender a personalidade de cada personagem.
O script de Gestalt não tem medo algum de usar os próprios termos complicados para aumentar ainda mais o mistério sobre trama principal do jogo, sem pena nenhuma de deixar o jogador boiando desde que faça sentido os personagens dentro daquele mundo já terem todo o conhecimento dele, mas ironicamente diversas vezes onde um personagem apresentar um conceito novo à um personagem que já deveria conhecer sobre aquilo, o diálogo acontece da forma mais didática possível.
O que eu quero dizer é: Não existe meio termo na forma como o script é feito, ou ele é super didático, quebrando totalmente a naturalidade e diegética da cena ou ele vai FUNDO nas próprias loucuras, é difícil não ficar meio perdido.
O jogo está totalmente traduzido para o português, mas há momentos onde esse script faz tanta questão de fazer um grande mistério e o uso pesado de alguns termos que o jogador ainda não conhece muito bem que fica difícil saber se tem um ou outro termo fora de lugar no texto do jogo ou se é intencionalmente desse jeito.
Progresso à Base de Fumaça e Brasas
Assim como outros Metroidvanias, Gestalt: Steam and Cinder também tem seus elementos de RPG, com a protagonista acumulando experiência e subindo de nível, acumulando acessórios que alteram algumas porcentagens no jogo e também colecionando side quests que em sua grande maioria oferecem como recompensa uma certa quantia em dinheiro e pontos para serem gastos na sua árvore de habilidades.
A progressão da sua árvore de habilidade é linear, mas com pequenas divergências. No fim do dia, todos os jogadores vão ter acesso à mesma Aletheia, mas ela pode momentaneamente escolher um upgrade ao invés de outro.
Cada parte do kit da Aletheia pode receber upgrades, desde o combo básico ganhando mais golpes ou seus tiros ganhando efeitos adicionais. Contudo, os upgrades mais significativos são relegados à progressão da história.
Já o combate do jogo gira muito em torno do sistema de energia, onde cada ação especial usada custa 1 ponto de energia com o jogador podendo acumular um máximo de até 4 pontos. Energia é obtida principalmente atacando inimigos e esse recurso pode ser gasto em golpes com propriedades especiais e que causam muito dano ou então com os tiros da sua pistola que além de poder causar dano, também interage com a barra de stamina dos inimigos.
A barra de stamina é um sistema simples de entender: Cada inimigo possui uma barra de stamina e quando essa barra é zerada, o inimigo fica brevemente aberto para qualquer sequência de ataques que você imaginar.
Tanto o sistema de energia e o sistema de stamina conseguem trabalhar juntos para que tanto os jogadores mais engajados em mecânicas e criação de combo quanto os mais casuais encarem os mesmos desafios de formas diferentes, mas sem nenhum dos dois se alienando de uma mecânica principal do jogo.
O jogador mais esforçado com execução vai inevitavelmente acumular mais pontos de energia para causar o máximo de dano possível em uma só sequência quando o inimigo se tornar paralizado enquanto o jogador mais casual vai consumir mais pontos de energia com tiros elétricos que causam muito dano na barra de stamina e consequentemente paralisado os inimigos com mais frequência e usando essa janela de vulnerabilidade para causar dano com o combo básico.
Gestalt com seus sistemas consegue deixar um caminho bem claro de progressão caso o jogador tenha interesse em investir o tempo dominando seu combate e esse de longe é o maior mérito do design e combate desse jogo.
Vale mencionar também que a trilha sonora do jogo tem bastante presença principalmente durante as cutscenes com faixas bem imponentes, mas são poucas as faixas que realmente se destacam durante a aventura.
Veredito
Gestalt: Steam and Cinder é um metroidvania competente, mas tem uma experiência bem mais “controlada”, com uma progressão bem linear e muita ênfase em contar sua história e fazer com que seus personagens possam expressar todo o carisma.
O combate também não fica para trás, oferecendo opções para jogadores mais empenhados poderem explorar e extrair o máximo dos recursos ao mesmo tempo que não aliena completamente os jogadores menos interessados em montar combos otimizados.
No que importa Gestalt: Steam and Cinder consegue entregar: um jogo divertido com um combate direto ao ponto, muito carisma nas animações e diálogos e até mesmo uma história competente que faz muito para construir e justificar a temática steampunk do jogo.
Gestalt: Steam and Cinder já está disponível para PC via Steam.
*Chave para review cedida por: Fireshine Games