Kena: Bridge of Spirits foi lançado originalmente para PlayStation 4 em 2021, chegando para Xbox One e Xbox Series X|S em agosto de 2024. Apresentando visuais caprichados e gameplay muito polido, o game desenvolvido pela Ember Labs tem uma história interessante e batalhas de tirar o fôlego!

Que tal conferir mais detalhes do título em nossa análise?  

História astral

Inicialmente, o game tem uma narrativa bastante misteriosa ao trabalhar bem a motivação da personagem Kena. A jovem, que é uma guia espiritual que auxilia pessoas em suas transições do mundo físico para o espiritual, se vê em uma região tomada por uma podridão que está impedindo a passagem para o mundo espiritual dos habitantes de uma aldeia que foi afetada por um evento catastrófico. Agora, o uso de seus poderes mágicos se faz mais do que necessário para entender o todo da situação, ao mesmo tempo que lida com perdas de seu passado.

Kena Bridge of Spirits - 2
Reprodução/Ember Lab

Falando mais da estruturação, o enredo trabalha bem o sentido de início, meio e fim ao conseguir passar para o jogador em que ponto da história ele se encontra frente ao objetivo final. Juntamente com sua duração, que pode ser finalizado em pouco mais de 10 horas de gameplay, a localização do ponto que estamos é positiva, pois em tempos que jogos podem levar mais de 30 horas enrolando, Kena: Bridge of Spirits é conciso em sua narrativa, se desenvolve bem e entrega ao jogador uma história com abordagem divertida e leve, mesmo para o tema proposto.

Parte dos responsáveis pelo carisma da história são os personagens. Não só Kena, mas também os demais secundários apresentados tem suas motivações bem definidas e trazem um incremento narrativo bastante didático para  a compreensão geral dos eventos ocorridos. Entretanto, por mais que se fazer compreender seja importante, ser didático demais não deixa espaço para a descoberta dos jogadores, assim, trazendo uma exposição excessiva em diversos momentos do jogo.

Visuais de outro mundo

Visualmente o jogo é bastante detalhado, principalmente para as interações de Kena com elementos do ambiente. Isso significa dizer que o impacto com os elementos do cenários, ao atravessar uma floresta por exemplo, os efeitos aplicados à água ao nadar e o escorregar da personagem seguem uma física bastante fiel. As cores utilizadas são bastante vibrantes e fortes, o que traz destaque tanto para os ambientes sem podridão como para os que ela está presente.

Tal utilização no ambiente já purificado consegue transmitir o visual e a sensação de limpeza e paz. Por sua vez, os cenários que ainda estão tomados pela podridão ganham um aspecto mais sombrio com o destaque das cores que navegam entre tons de vermelho.

Kena Bridge of Spirits - 3
Reprodução/Ember Lab

No Controle

A dinâmica do gameplay de Kena: Bridge of Spirits segue o padrão do que podemos esperar para um jogo de aventura em sua maior parte. Assim, temos nossos ataques básicos, carregado, defesa, pulo e esquiva. Inicialmente, temos apenas o ataque de curta distância com o cajado, mas não demora muito para ganharmos a habilidade de transformar a arma básica em um arco com flechas espirituais. Apesar de ser usado como arma, ele também serve para a resolução de puzzles pontuais e para a obtenção de itens que estão em lugares mais altos.

Como dito no parágrafo anterior, temos mecânicas bastante comuns exceto pelo uso de criaturinhas que levam o nome de “podridão”. O que são e de onde vieram são explicadas na narrativa, porém durante a campanha eles servem como ferramentas fundamentais para avançarmos nos cenários. Entre suas utilizações estão paralisar os inimigos por um curto período de tempo, coletar itens e se agruparem – se tornando um “mini dragão” – para desferir ataques em inimigos ou ativar botões.

O maior problema acaba sendo o fato de se agruparem. Quando utilizamos essa habilidade o controle se divide, assim, um dos analógicos controla Kena enquanto o outro a massa de criaturinhas. Essa mescla pode deixar os comandos um pouco confusos e a câmera desnorteada, o que quebra o ritmo de gameplay de forma estranha.

Kena Bridge of Spirits - 1
Reprodução/Ember Lab

Desafios e chefes

Combatendo a podridão que domina as diversas áreas do jogo iremos encontrar muitos embates desafiadores. Apresentando uma variedade boa de inimigos e com formas diferentes de serem enfrentados, o jogo propõe ao jogador uma análise do que deve ser usado e quais os pontos fracos que podem causar mais dano. De forma geral, os pontos ficam bastante óbvios, o que leva ao ponto de quando algumas habilidades devem ser usadas são as verdadeiras questões de destaque.

Por exemplo, temos inimigos básicos que usam escudo. Mesmo sem muita vida, estes mobs causam um dano considerável e são perigosos ao ponto que para derrotá-los é preciso transpassar sua defesa e prestar atenção para não ser atingido pelos outros inimigos no cenário. Pensando mais no lado das habilidades, temos oponentes maiores, que causam muito dano e para-los com as criaturinhas é uma boa opção para acertar seus pontos fracos.

Focando nos chefes, eles são bastante criativos, desafiadores e aparecem em boa frequência. Ao todo iremos ajudar três espíritos principais que precisam seguir seu caminho no jogo. Para cada um deles, iremos enfrentar quatro chefes. Assim, totalizando 13 batalhas (somando mais um do boss final). As batalhas não são difíceis, mas exigem uma elaboração e entendimento dos movimentos de forma mais dedicada por parte dos jogadores, assim, trazendo mais complexidade para aqueles que esperam que irão apenas spammar ataques contra os inimigos.              

Veredito

Kena: Bridge of Spirits é um jogo midge que chegou com um visual belo e atualizado para a geração mais nova. Sua gameplay é divertida, variada e tem um ritmo ao apresentar uma narrativa que consegue situar o jogador o quão longe ele está de seu objetivo final. Mesmo com diálogos expositivos em diversos momentos, sua história é curiosa e estimula o jogador a continuar a aventura. Entre os jogadores do Playstation o jogo já estava disponível desde 2024, agora presente nos consoles Xbox, é uma boa indicação para quem gosta de uma aventura leve e com combates intrigantes.

*Chave para análise enviada pela Ember Lab para Xbox Series

REVER GERAL
Narrativa
Gameplay
Visual
Ambientação
Personagem
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e Jornalista.
critica-a-odisseia-espiritual-de-kena-bridge-of-spiritsKena: Bridge of Spirits é um jogo midge que chegou com um visual belo e atualizado para a geração mais nova. Sua gameplay é divertida, variada e tem um ritmo ao apresentar uma narrativa que consegue situar o jogador o quão longe ele está de seu objetivo final.