Imagine a mistura entra a ciência e o oculto, em que algo deu terrivelmente errado e entidades cósmicas invadiram um plano. Eventos macabros se desencadearam e geraram criaturas monstruosas e um cenário que instiga o jogador a explorar e evoluir. Basicamente este é o enredo de Hellpoint, desenvolvido pela Cadle Games e distribuído pela tinyBuild, que foi lançado para as plataformas Xbox One, PC, PlayStation 4 e Nintendo Switch neste dia 30 de julho.

Para ser um pouco mais especifico, jogo se passa na estação espacial de Irid Novo. A base é considerada uma conquista para a humanidade como uma marco da evolução científica e exploração espacial. Na estação diversas salas e estruturas poderão ser exploradas e muitos segredos podem ser descobertos. Após tudo dar errado, assumimos o controle de uma dessas unidades, chamada apenas de “A Criação”, uma criatura sem expressão e bastante frágil iniciantemente. Perdido, sem direção e ainda sem compreender a seriedade da situação é feito o pedido para encontrar o “Arquiteto”.

Além da história misteriosa, que tal discutirmos um pouco mais de algumas características do jogo? Como estão os gráficos? Os inimigos são desafiadores? E o modo multijogador? Vamos conferir isso e muito mais informações abaixo!

Um bom level design

Visualmente o jogo é bem bonito, os cenários são detalhados e apresenta uma variedade e diferenciação muito boa entre si.  Um aspecto interessante é como é feita a navegação pelas áreas, não tão extensas, mas complexas o suficiente para instigar a curiosidade do jogador e incentivar a busca por corta caminhos, itens e passagens secretas. Inclusive, existe muitas portas secretas, porém aprendendo o padrão visual delas é possível encontrar as demais de forma fácil. A exploração vertical do cenário é amplamente utilizada e leva para áreas que somente a olho nu não seria possível imaginar que dariam para serem exploradas.

Outro ponto muito positivo do mapa são as transições e localizações dos check points, também chamados de “Fendas”. Tais pontos são bem distribuídos e permite  um fácil acesso a regiões chaves, como locais de batalha de chefes ou pontos de trocas de cenários.

Mecânicas básicas

Em relação a suas mecânicas, Hellpoint se comporta como um RPG de ação com muitas características de jogos souls like. A começar pelas informações da tela que são compostas apenas elementos essenciais, como barra de vida, mana e estamina, e direcionais para uso rápido durante as batalhas. Da mesma forma que outros jogos do gênero, ele apresenta o ataque fraco e forte, porém adiciona combos bem interessantes com a combinação de ataques com pulo e correndo. A ação de pular é executada de forma fácil e muito utilizada para ultrapassar desafios encontrados nos cenários. Para a evolução do personagem é utilizado recursos ganhos nas batalha e ao consumir itens específicos, sendo aplicado junto ao checkpoint (Fenda) nos atributos clássicos de todo RPG (força, vitalidade, carga, entre outros).

Os itens do jogo, como armas e armaduras, são variados e proporcionam diferentes sensações durante a gameplay. No jogo não escolhemos uma classe, então fica por conta do jogador escolher os equipamentos que melhor irá se adequar a sua jogabilidade. Assim,  há opções de armas de corte, impacto e distancia, armaduras que permitem melhor mobilidade do que outras. Em um dos slots de equipamento podemos equipar um cubo com diversas funções dependendo da variedade obtida, estando entre suas funcionalidades marcar inimigos em ambientes fechado, iluminação e até mesmo servir apenas para tocar música. Todo o gerenciamento de itens é feito sem que o jogo pare, o que exige que o jogador procure um lugar “tranquilo” para equipar o que deseja.

Como já falado no tópico anterior, o mapa do jogo possui uma navegação fluida, porém ela também deve ser pensada de forma estratégica pelo jogador. As fendas permitem que o jogador navegue entre os mapas, porém um item deve ser usado e fixado do ponto desejado para o hud do jogo, chamado Observatório. Neste hud há máquinas para a melhoria e construção de equipamentos. Outro ponto interessante é a recuperação dos recursos perdido ao morrer, pois seu fantasma o aguarda e para pegar os pontos de volta é necessário derrota-lo.

Inimigos e desafios

Com uma variedade grande de inimigos, o jogo se mostra balanceado em suas diversas áreas e com uma inteligencia artificial boa. Os inimigos apresentam padrões de ataques reconhecíveis e com uma física real o suficiente para que um mesmo tipo de inimigo ataquem com velocidades distintas quando usam armas diferentes. Da mesma for que inimigos mais altos não invadem locais passando por obstáculos como fantasmas. Retomando sua variedade, eles são compatíveis com as áreas em que estão localizados e apresentam um design que combina com a temática do mapa e do jogo em si.

As lutas contra chefes são bem divertidas para quem curte o gênero, pois são carregadas de desafios e exige que o jogador identifique os diferentes padrões de ataque e como realizar a movimentação para escapar de golpes indefensáveis. Assim como os mobs, os chefes apresentam um design muito bom e uma estética no mínimo ameaçadora.      

Um pouco do Modo Multijogador

O jogo apresenta a possibilidade de jogar com amigos em diferentes modos, estando entre as formas cooperativo local com tela dividida e online. Ao entrar no mundo de outro jogador é possível definir de será para ajudar ou combate jogador contra jogador. Testamos o modo multijogador com cooperativo online, o modo traz novidades interessantes para o gênero em relação a conectar os jogadores de forma mais direta. Além disso, caso o dono do mundo morra, a conexão é mantida e o convidado ressurge no checkpoint. A mesma coisa ocorre caso o convidado morra, porém ele só irá voltar para a partida assim que o jogador principal morrer também.

O jogador convidado pode transferir itens e equipamentos para o dono da sala e ajuda-lo não só nas batalhas, mas também na melhoria do personagem. O único problema que encontramos ao jogar online foram alguns travamentos que ocorreriam quando o convidado morria. Ao retornar no check point, caso o jogador principal estivesse distante, o jogo apresentava lentidão e input lag. Caso o convidado fosse esperado próximo ao ponto de retorno o problema era atenuado e a conexão entre os jogadores se estabelecia mais rapidamente. Vale lembrar que isso estava acontecendo antes do lançamento do jogo, então deve ser corrigido e possivelmente os jogadores não terão tal problema.

Veredito

Comparações com os jogos da franquia souls é inevitável, porém Hellpoint usa destas mecânica e adiciona elementos que o torna único e destingível dos demais. A movimentação é fluida, visualmente é bem elaborado, os desafios são equilibrados e seu modo multijogador é ágil ao estabelecer uma forma de comunicação mais constante em caso de morte de um dos personagens. Sua história é contada de uma forma envolvente e em momentos que permitem o descanso do próprio jogador após uma área de batalhas intensas.

Por mais que esse gênero de jogo possa parecer complexo para muitos jogadores, Hellpoint consegue criar uma curva de aprendizagem semelhante a de suas inspirações. Assim, mostrando que pode ser um jogo acessível, e recomendado, para quem busca bons títulos que permitam explorar, evoluir seu personagem e matar chefes memoráveis.      

NOTA: 4,0/5