Na animação da Paris Filmes, Ainbo: A Guerreira da Amazônia, acompanhamos uma menina que nasceu e cresceu na selva mais profunda da Amazônia, o Candámo. Ela vive em uma civilização desconhecida nas costas do Espírito Materno mais poderoso da Amazônia, Turtle Motelo Mama.
A Jornada da Protagonista
Eis que em um belo dia a nossa protagonista Ainbo, que perdeu seus pais quando era uma bebê, descobre que sua terra natal está sendo ameaçada e percebe que existem outros humanos no mundo além de seu povo – impossível não notar a similaridade com Tarzan (2005).
Enquanto ela luta para salvar seu paraíso da ganância e exploração de crianças, extração de madeira e mineração ilegal, ela começa a lutar para reverter essa destruição e o mal iminente dos Yacuruna, a escuridão que vive na Amazônia. Vale ressaltar que o desenvolvimento apresentado da protagonista é bem estruturado, apesar de não aprofundar nas raízes da história.
No filme fica claro que Ainbo é a única pessoa possível que pode salvar sua vila, de acordo com a Motelo Mama, o espírito da Amazônia emerge da cachoeira. Apesar de uma proposta bem ambiciosa e uma animação super bem feita e fluida, o filme não consegue explorar todo o seu potencial e acaba caindo no limbo das animações genéricas.
A perda de uma grande oportunidade
A animação perde a grande oportunidade de explorar o cenário indígena, que é pouco mostrado nas telonas, como por exemplo as crenças dos povos indígenas e suas lendas.
O filme infelizmente opta por abordar mais da floresta em si do que a rica cultura dos povos. O filme também aproveita para beber na fonte de outra história que se tornou mundialmente conhecida por causa da Disney, o filme Pocahontas de 1995.
Ainbo por fim descobre que pode salvar seu povo com uma raiz de uma certa árvore e obviamente conseguir esse tão almejado objeto não é nada fácil. Ao longo do desenvolvimento do longa também nos é revelado que os antepassados da protagonista envolvem diversos segredos de mistérios e é aqui que a trama se iguala a Pocahontas.
Veredito
Dirigido pela dupla Richard Claus e Jose Zelada, Ainbo ainda se destaca por ter uma animação boa e simpática, porém falha ao não desenvolver o seu grande potencial mostrando mais da cultura indígena e a riqueza de seus povos.