Castlevania apresenta uma 3ª temporada madura e estruturada | Crítica – Na quinta-feira (5/3) finalmente estreou a 3ª temporada de Castlevania, uma das mais aclamadas animações adultas. Nessa terceira temporada, a animação da Netflix conta com o retorno do aclamado autor Warren Ellis e o produtor Adi Shankar.
Nessa terceira temporada vemos Trevor Belmont (Richard Armitage) e Sypha Belnades (Alejandra Reynoso) se desviando de seu foco e indo parar em um vilarejo coberto de segredos para lá de sinistros.
Enquanto isso Alucard (James Callis) em seu auge da solidão é encontrando por um grupo de admiradores que gostariam de serem treinados e Isaac continua sua jornada de vingança a fim de localizar a matar Hector. Apesar dos diversos pontos de narração, Castlevania apresentou um bom balanceamento distribuindo o tempo de tela muito bem entre seus protagonistas nessa temporada.
Muitos dos espectadores estavam sedentos por muita ação, algo que os talvez decepcione, pois a terceira temporada se apresentou como uma grande transição com diálogos muito bem estruturados e uma bela animação -apesar de as vezes estática-.
A 3ª temporada da animação conseguiu se manter muito bem até mesmo sem seu principal chamariz, o Drácula Vlad Tepes (Graham McTavish), a troca constante entre narrativas juntamente com um diálogo profundo e carregado de sarcasmo consegue envolver o espectador nas tramas contadas.
Como indicado anteriormente um ponto fraco dessa temporada vai para falta de ação, porém nem tudo está perdido já que o grand finale da temporada reservou um espetáculo de luta recheado de magias e sangue.
O roteiro aproveitou para explorar o lado sentimental/sexual dos personagens, coisa que não havíamos visto com afinco nas temporadas passadas. Temos o desenvolvimento da relação entre Trevor e Sypha -entre tapas e beijos-, a solidão de Alucard que o envolveu de fato em maus lençóis -particularmente eu amei- e claro que eu não podia deixar de frisar a inocência de Hector que novamente caiu em garras vampirescas.
Essa temporada utilizou vazio que Drácula deixou para preencher com novos personagens e estruturar ainda mais os remanescentes. Um bom exemplo disso foi traiçoeira rainha dos vampiros Carmilla (Jaime Murray) que volta para sua casa em Estíria com seu prêmio em cativeiro Hector (Theo James) e encontra suas outras irmãs.
Essa boa estruturação de temporada certamente levou a animação a um futuro mais incerto, porém bastante maduro e com potencial. Vale ressaltar que nessa temporada, mais do que nunca, podemos ver o quão Ellis é capaz de dar vida ao universo de Castlevania pintando-o como um mundo onde a magia e a miséria andam de mãos dadas.
De fato a terceira temporada de Castlevania passou a impressão para o espectador de ser uma pré-season, muito bem estruturada e com grande potencial. Uma nova e proeminente guerra foi criada e a mensagem “há vida após Drácula” foi passada. Castlevania está disponível na Netflix.