O vigésimo episódio de Yashahime finalmente dá o palco para Setsuna contar sua história, e esclarecer o que ainda não havia sido tratado até agora. Ela leva sua irmã até uma floresta e lá, conta que sua primeira lembrança da infância é de um incêndio, o que imediatamente faz Towa se sentir culpada por não ter ficado ao seu lado durante todo esse tempo, mas ela explica que nunca esteve sozinha.

Uma criatura acompanhada de uma voz familiar (que na verdade era Jaken) a guiou até aquela montanha, onde vive uma vila de meio-youkais. Ela chega junto a uma mensagem para Shiori, a líder da vila, pedindo que “por favor tome conta dela”. O uso dessas pequenas placas com mensagens curtas e diretas acabou se tornando uma constante na criação de Setsuna, enquanto Shiori a ensinava o alfabeto e matemática, as pequenas placas direcionavam Setsuna para melhorar sua habilidade como guerreira.

A pequena Setsuna chega à tribo dos meio-youkais

Shiori era de uma tribo de morcegos-youkais, o que lhe deu a habilidade de comunicar-se com outros morcegos, e também tinha o poder de erguer barreiras, o que permitia a vila dos meio-youkais continuar escondida de ameaças externas, enquanto lá eles mantinham a rotina de buscar mantimentos e colher durante o dia e se esconder durante a noite.

A vila não era notada por humanos, mas youkais sentiam sua presença e às vezes achavam, mas não tinham sucesso em quebrar a barreira de Shiori, mas alguns rondavam a área esperando por alguém da vila sair, e esses eram derrotados com o trabalho conjunto da pequena Setsuna e das outras crianças. Apesar de ser bem sucedida em proteger a vila, Shiori deixava implícito que seus sentimentos em relação à violência eram negativos.

“Corte a Água”

Até que um dia, uma carta instruindo Shiori a deixar Setsuna voltar ao mundo humano chegou, e assim ela o fez. Ela voltou para viver com Kaede, mas seus instintos não permitiram que ela se adaptasse à sociedade dos humanos, voltando assim para a vila dos meio-youkais. Assim, Setsuna viveu em paz durante um tempo, mas assim como todos os outros meio-youkais, de tempos em tempos Shiori perde seus poderes e a sua barreira desaparece, permitindo youkais perceberem a vila, e em específico um chamado Gaga Gozen, o devorador de samurais.

Gozen, que empunhava a naginata que hoje nos remete à própria Setsuna, estava pronto para encontrar a vila e devorar seus moradores, mas estava sendo seguido por um Miroki mais jovem e Hachi, como de costume, com medo. Mas os dois prosseguem cuidadosamente para não alertar o youkai. Quando o eclipse acontece e Shiori perde os poderes, Gaga Gozen e seus subordinados pretendem começar o ataque, mas são surpreendidos por Setsuna e os outros meio-youkais.

Uma arma tão icônica só poderia ter uma dona. E não é Gozen.

Ele quebra a faca que Setsuna usa para lutar, mas Miroki usa a oportunidade para atacar por outro lado. Enquanto os meio-youkais derrotam os subordinados de Gozen, Miroki não consegue chegar perto de causar dano ao youkai. Ele cospe veneno e machuca os outros, mas Setsuna consegue dar um golpe, mas acaba capturada. Os outros ainda tentam atacar, mas sem efeito. Então Setsuna se vê encurralada e seus poderes de youkai aparecem, liberando sua forma youkai pela primeira vez.

Setsuna destrói Gaga Gozen em segundos com sua força extra, mas ela começa a perder o controle, a ponto de atacar Shiori. Miroki a deixa desacordada, mas segura, com uma poção dos Exterminadores de Youkais. Com o fim do eclipse e a vila em segurança, Miroki usa a naginata como intermediária e cria um selo para impedir que o sangue youkai de Setsuna tome o controle novamente. Miroki e Shiori conversam por alguns minutos, mostrando o reflexo que a história de Inuyasha teve nos dois personagens. 

Será que se ela se afastar ou destruir a naginata ela vai poder usar o poder demoníaco? Poderia ser útil contra Kirinmaru

Voltamos ao presente para ver Setsuna terminando de contar a história para sua irmã, mas são interrompidos por outros youkais procurando a vila. Setsuna os corta e manda embora. Towa entende que ela continua protegendo esse lugar contra invasores, mesmo que ela seja orgulhosa demais para admitir. Mas Shiori reconhece e é grata pela ajuda de Setsuna.

O caráter episódico de Yashahime

Yashahime ainda não conseguiu redimir os problemas que vem tendo desde o início da série, de não ser consistente na qualidade dos episódios. O episódio filler da semana passada entre o final da primeira luta contra Kirinmaru e esse, acaba se destacando ainda mais como um ponto baixo da série, não por ele ser de todo mal, mas porque esses dois foram tão bem feitos que deixa um contraste gritante no geral, e esse é um problema que se repete durante toda a série.

Mas isoladamente, esse episódio de Yashahime fez tudo o que eu queria de um episódio, ainda mais chegando no fim da série. Ele estabeleceu o mundo de uma forma concreta, mostrou que a relação de Setsuna e Towa está mais próxima apesar de ela sempre parecer decepcionada com o fato de sua irmã não ter se adaptado com o Japão feudal, e fez isso de uma forma sincera e tocante. E principalmente, progrediu Setsuna como uma personagem de maneira que nenhum outro episódio fez

Finalmente a história começa a conectar os pontos entre Yashahime e InuYasha.

A animação não teve um grande destaque, mas isso acabou dando espaço para a história de Setsuna ser contada através de diálogos envolventes e não de cenas de ação, que eu creio ter sido a decisão certa para esse episódio. A temática de não se encaixar no mundo humano, e não ser compreendida por ter vindo de uma realidade onde é matar ou morrer me tocou muito, e provavelmente vai ser uma das mensagens que eu vou guardar dessa série e talvez da temporada.

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