Em um dia de compartilhamentos de flores e parabenizações especiais às mulheres, nada mais justo que falar um pouco sobre o protagonismo feminino. E nada melhor que falar sobre RWBY, uma animação ocidental no maior estilo anime em que as personagens femininas são o verdadeiro destaque.

RWBY é produzida pela Rooster Teeth e apresentada em seu próprio site e canal de YouTube, onde as primeiras temporadas constam com legendas em Português Brasil. Atualmente a série animada conta com 7 volumes (temporadas) e ainda está em produção, a princípio a animação dá a impressão de uma produção com recursos limitados mas com o decorrer dos episódios a qualidade vai melhorando bastante.

Ambientada no mundo conhecido como Remnant, jovens caçadores de monstros portando híbridos de armas de fogo e armas corpo a corpo, e um poder individual que circula entre a magia e as individualidades de Boku no Hero, o desenvolvimento da trama parece se dar da forma mais comum possível, há um mal no mundo então devemos unir as pessoas boazinhas para lutar contra ele, mas logo esses papéis parecem menos preto no branco. Com uma inspiração clara em contos de fadas e o mágico mundo de Oz, RWBY entrega plots cada vez mais surpreendentes e em momentos que o espectador já acha que entendeu como as coisas funcionam.

Falando do que mais chama atenção na animação, o elenco principal é dominado pelas mulheres, o protagonismo é dividido em quatro personagens, Ruby Rose, Weiss Schnee, Blake Belladonna e Yang Shiao Long, todas elas, como de costume nos animes, tem uma personalidade própria que consegue alcançar todas as demandas que os espectadores procuram encontrar em um personagem de destaque, fora elas, dentre os personagens secundários e antagonistas o domínio também é feminino e o mais incrível de tudo é que em momento algum isso parece forçado demais ou feito para agradar o público, e antes que o anime venha ser taxado de feminista há também personagens masculinos de destaque mas em momento algum um personagem ofusca o outro em questões de sexo e gênero. Todos os personagens, masculinos e femininos, podem parecer crus no começo da trama mas o desenvolvimento pessoal, físico e mental é muito bem trabalhado e visualmente claro em todos os aspectos, respeitando as necessidades de cada um, Ruby adquire a experiência que precisava, Yang aprende a ser paciente e até mesmo o Jaune, que parecia ter sido inserido apenas para alívio cômico, consegue um papel de destaque mesmo tendo uma clara diferença de força comparado aos outros personagens.

Em suma, a obra é um prato cheio para aqueles cansados de ver animes de homens se batendo que inserem uma mulher super forte só para dizer que no fim mulheres também podem lutar como homens, aqui alguns homens podem tentar lutar como as mulheres, mas no fim, a história nem se trata disso.