Em jogos de cartas é comum que a adição de novos conjuntos resultem na omissão de algum mais antigo, assim, mantendo uma coleção padrão com os conjuntos mais atuais. Esta mecânica é utilizada em jogos físicos e digitais como Magic: The Gathering e HeathStone, por exemplo.
Além de gerar uma rotação na cartas utilizadas, ao adorar a rotação estes cardgames criam novas modalidades de jogos. Por exemplo, o MTG que possui o Standart (válido somente cartas da rotação padrão), Pauper (somente cartas comuns) e Legacy. Já no caso do Hearthstone, que se limita ao digital, a mecânica de rotação trouxe o modo Standart e o Livre.
E o Gwent: The Witcher Cardgame, se beneficiária com está rotação? Quais seriam as possíveis consequências desta mecânica para o cardgame da CD Projekt Red? Questões como está foram levantadas no canal Gwentfinity em uma conversa entre Pawel Burza e Flake.
O rework do gwent
Antes de entrar na situação atual do jogo, é válido lembrar que o Gwent teve um grande rework em 2018 com o Homecoming. Além das mudanças de tabuleiros, visuais e construção dos baralhos, também foi alterada a coleção básica de cartas, sendo inicialmente reduzida, já que a versão anterior contava com pelo menos uma expansão.
O Homecoming organizou as regras e possibilitou maior variedade de jogadas e construção de baralhos. Felizmente, trazendo mais consistência e se distanciando do que foi apresentado no mini game em The Witcher 3. O mini game é bom e divertido, mas quando jogado em multijogador se mostrou limitado e possivelmente problemático para a adição de novos conteúdos.
As expansões e mudanças na adição
Basicamente, o Gwent está em sua décima primeira adição de cartas, sendo três delas em menores quantidades por serem mini expansões (27 cartas cada) e uma temática de Thronebreake: The Witcher Tales (com cerca de 20 cartas). As oito restantes adicionaram cerca de 70 cartas cada uma, com a última lançada – Price of Power – sendo divida em três partes.
Com as adições de cartas vimos que quanto maior a coleção adicionada, maiores eram as modificações que precisavam er feitas para equilibrar o jogo. Assim, a divisão de Price of Power em três etapas se mostrou mais consistente e equilibrada ao desenvolver a ideia básica da coleção com mais calma. Entretanto, este método de adição exige mais paciência do jogador, já que táticas mais elaboradas podem demorar mais tempo para se mostrarem efetivas.
Além de mais tempo para trabalhar e testar as interações das cartas, a divisão de adições em pacotes menores diminuiu o ritmo em que a quantidade de cartas aumenta, também trazendo novidades fracionadas ao longo do ano. O que leva a questionamentos interessantes, como qual seria a hora de implementar a rotação de coleção no Gwent ou se seria essa a solução para o balanceamento das facções.
Gwent e a rotação
Primeiramente, devemos considerar que a rotação de coleções é algo que fatalmente ocorre em um cardgame devido ao aumento no número de cartas e o quão sustentável é balancear cartas de coleções muito antigas. Porém, até o momento, este é um aspecto que o Gwent: The Witcher Cardgame consegue manter e se utilizando bem de sua característica digital.
Uma possível rotação seria benéfica para a criação de novos formatos, mas ao mesmo tempo, não extingue a necessidade de balanceamento, já que o esquecimento das cartas levaria a um formato bizarro que poderia afastar jogadores ou a perda cartas de coleções, assim, não se beneficiando mais do digital.
Pensar na rotação para resolver o balanceamento de facções é cabível, só que exigiria que cartas fossem adicionadas para substituir interações já existentes. Isso poderia tornar o jogo menos acessível, que é uma característica atual do Gwent, além de exigir mais retrabalho nas cartas que permaneceram. Não podemos deixar de considerar que tais mudanças podem manter o desbalanceamento, ou até mesmo, criar novos que quebrem outras facções.
A questão aqui posta não é a favor ou não da rotação, mas se seria o momento. Creio que não. O jogo ainda apresenta uma quantidade de cartas que os Patchs dão conta de balancear e manter o jogo saudável. A questão de decks meta e facções predominantes sempre irão existir. Inclusive, atualmente se vê uma maior variedade de baralhos rodando, o que indica que o balanceamento de cartas vem funcionando.