Sandman foi criado por Neil Gaiman nem e foi publicado em setenta e cinco edições, entre os anos de 1989 a 1996 pelo selo Vertigo. Posteriormente novas histórias foram criadas neste universo, dando continuidade as publicações originais, inclusive contando o que levou aos acontecimentos da primeira edição das setenta e cinco. Mas, que tal falar um pouco sobre os personagens que tem muita importância neste universo? Sim! Vamos detalhar os perpétuos, suas responsabilidades e respectivos domínios.

Os perpétuos por definição

Antes de tudo os perpétuos são: Morte, Destino, Sonho, Desejo, Destruição, Delírio e Desespero. Por definição, eles são irmãos, personificam seus respectivos nomes e existem deste a aurora dos tempos, inclusive sendo mais antigos que os próprios deuses e não se limitando a um planeta. Por exemplo, em uma das edições vemos Sonho como Ajax, uma entidade marciana. Um aspecto muito importante é que cada um possui seu reino e mesmo que morram ou abandonem seus postos, sua tarefa ocorrerá de forma aleatória até que tenha um substituto, como outra personificação da entidade. 

Apesar do controle sobre os conceitos que representam, suas existências são modeladas com base na expectativa e crenças subconscientes dos seres humanos. Desta forma, sua aparência pode variar de acordo com os observadores, principalmente a aparência do protagonista Morfeus. Uma curiosidade é que Morte, a mais velha antes de Destino, será quem apagará a luz quando tudo acabar.

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Entidades e suas dualidades

Por mais que Morte e Destruição possam ser associadas a acontecimentos negativos, suas ações se estendem além do esperado. Assim como a Morte é responsável por levar as almas, ela também fica com encargo de trazê-las em suas novas encarnações. Por sua vez, Destruição também representa a mudança e novas possibilidades, já que o conceito pode ser aplicado à remoção de algo para dar lugar ao novo. Assim como o Sonho pode proporcionar bons momentos, ele também pode trazer pesadelos terríveis,  já que a entidade é o criador de terrores noturnos como o Coríntio.

Coríntio
Personagem: Coríntio.

Desta forma, as entidades apresentam seus pontos “bons” e “maus” de uma forma um tanto quanto indiferente a humanidade. Essa atitude é justificada pelos perpétuos serem entidades que refletem as crenças dos seres vivos. A dependência do acreditar é tão grande que se alguns deles caírem em descrença, eles podem deixar de existir ou perderem seus poderes. Acontecimentos como este são vistos em histórias do universo de Sandman com seres miológicos, os próprios perpétuos por serem mais presentes no cotidiano possuem maior consistência e universalidade.

Quem são os Perpétuos?

Destino

Destino é o mais velho e poderoso dos perpétuos, possuindo um semblante sério e é o mais comprometido com suas funções. Sua aparência é de um homem alto, vestido com um manto monástico e ao seu pulso acorrentado um livro. Nele há o passado, presente e futuro de todos os seres vivos. Aqui fica a dúvida se o livro está acorrentado a ele, ou se ele está acorrentado ao livro. Seu corpo não projeta sombras e seu caminhar não deixa pegadas. Mesmo cego, ele consegue enxergar o que os outros não veem.

Seu símbolo é um livro e seu reino é representado por um imenso jardim com um labirinto praticamente infinito. Destino é onipotente e não pode ser morto no conceito da palavra. Caso ele tenha uma morte mística, assim como outro personagem na história, sua essência irá se fundir a um escolhido. O novo Destino irá partilhar das memórias e personalidade do anterior.

destino

Morte

A Morte é a que se da melhor com Sonho e é a segunda mais velha depois de destino. Sua personificação se dá na forma de uma jovem gótica meiga, bem humorada e simpática. Sua tarefa é controlar o fluxo da vida e da morte e em nenhuma hipótese ela pode ser morta. Além disso, seus poderes permitem conceder a imortalidade a um mortal, ou matar um imortal. Uma vez a cada cem anos ela passa um dia como mortal, morrendo no final deste dia para ter melhor compreensão de sua tarefa.

Seu símbolo é o ankh, que representa vida na cultura egípcia. De acordo com a história, todo mortal encontra com a Morte duas vezes: uma antes de nascer e outra na hora da morte. Seu trato com os que vão é gentil e delicado, pois a passagem já é assustadora o suficiente.

morte

Sonho

Chamado de Mestre do Sonhar, Morfeus,  Devaneio, Oneiros, é um perpétuo melancólico e cheio de dúvidas. Ele é magro e normalmente e veste uma túnica preta, podendo possuir diferentes variações de forma de acordo com o tempo e lugar. Ele pode ser caracterizado como um herói nobre e trágico, típico da tragédia grega, sendo racional e ciente de suas responsabilidades com os vivos e para os que vivem em seu reino, o Sonhar. Sandman possui três itens muito importantes: o elmo, a algibeira e o Ruby.

No Sonhar, todos podem entrar desde que estejam dormindo. Cada um dos sonhadores tem seu espaço, porém o reino em si é composto por diferentes espaços, entre eles um grande castelo com a biblioteca dos sonhos não sonhados, guardada pelo bibliotecário Lucien. O Sonhar tem entre seus habitantes personagens icônicos como Cain e Abel, Eva, o corvo Matthew e outros.

sonho

Destruição

Destruição é um dos mais simpáticos e conscientes dos irmãos. Ele tem uma plena consciência da sua dualidade e é conhecido por abandonar suas funções, fugindo e refugiar em um recanto paradisíaco, onde vive com seu cão, chamado Barnabás. Lá ele guarda segredos importantes e que impactam diretamente o Sonho. Ele é uma entidade que é apaixonada pela arte e que se mostra um talentoso pintor.

Cada um dos irmãos se comunica com os reinos uns dos outros por meio de totens. Ao final de seu arco de histórias, Destruição destrói a forma de acesso e a seu totem, assim, fugindo novamente. Porém, desta vez ele não deixa rastros para ser encontrado novamente.

destruição

Desejo

Ele/Ela é  irmão gêmeo não idêntico do Desespero e apresenta sexo indefinido, podendo se manifestar como homem ou mulher, mas sempre muito belo. Assim como outros perpétuos na questão dual, por mais que esteja relacionado às vontades e paixões, também pode despertar o ódio e rancor.  Seu símbolo é um coração de vidro.

Entre os perpétuos, Desejo é o mais superfulo e egoísta, sempre centrado em sua satisfação. Ele é o mais obcecado em interferir nos assuntos dos mais velhos, sempre com um sorriso cínico e fumando. O seu reino, chamado Limiar, é uma estátua colossal com a aparência do corpo que estiver usando naquele momento. O corpo é uma cidade, e Desejo habita o coração.   

desejoDesespero

Enquanto Desejo é belo/bela, sua irmã Desespero é completamente o oposto. Sua aparência é de uma mulher muito gorda, cabelos negros e curtos, com a pela escamosa e pálida. Além disso, aparenta ser uma mulher solitária e melancólica que usa como símbolo um gancho. Ela também usa um anel com seu símbolo, o qual ela também usa para rasgar sua própria pele. 

Seu reino é um cinzento com névoas e repleto de espelhos, em que cada um deles mostra uma pessoa desesperada na Terra que a entidade pode observar. Em certas ocasiões Desespero age com Desejo para tramar contra os perpétuos mais velhos.

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Delírio

Delírio é a mais nova entre os perpétuos, sendo apresentada na maioria das vezes com uma aparência como uma garota baixa e magra, porém muda de aparência constantemente. Com um de seus olhos azul e o outro verde salpicado de estrela enxerga o mundo a sua própria maneira. Um ponto curioso é que sua sombra não tem necessariamente a forma do corpo que está no momento. Certa vez, Delírio já teve a alcunha de Deleite.  Entre os perpétuos, Morte e Destruição têm uma preocupação e carinho maior com a irmã mais jovem, ela é mais afetuosa com Destruição.

A personagem não consegue manter sua concentração e suas falas são caóticas e desordenadas. Consegue seguir uma linha de raciocínio com muito esforço, porém isso a causa dor. Seu reino é tão caótico quanto sua personalidade, se apresentando como um amontoado de cores e formas variados, com a inscrição  em latim “Tempus Frangit”, que significa “O Tempo Quebra”. A frase é uma referencia a “Tempus Fugit”, ou “O Tempo Voa”, usado pela primeira vez no em Geórgicas, do poeta romano Virgílio.  Seres humanos podem visitar seus domínios, porém é impossível compreender ou relatar o que lá encontram.

delirio