Quando criamos uma conta no Gwent: The Witcher Cardgame, após cumprirmos o tutorial, ganhamos alguns baralhos pré-montados. Apesar da composição ser feita de cartas descentes e versátil, eles podem ser melhorados e transformados em outros arquétipos. Desta forma é comum jogadores se aventurarem com netdecks ou em seus próprios decks com ideias inéditas ou pequenas modificações.
Montar ou adaptar um deck em Gwent enquanto uma coisa relativamente trivial é uma habilidade que pode ser determinantes em aumentar as suas chances de ganhar e até mesmo diminuir a mesma se realizada da maneira errada. Dentro disto existe uma “regra não escrita” chamada Regra dos 16, ela consiste em quantas cartas vão ser jogadas ao longo de uma partida inteira, e este número se da pelo fato de que durante uma partida de Gwent serão jogadas no máximo dezesseis cartas, dez do round 1 e mais seis dos rounds 2 e 3.
Durante uma partida você quer idealmente jogar suas melhores cartas e graças ao limite de 16 cartas (que sim, pode ser aumentado ou diminuído com cartas como Kambi, Matta Hu’uri, Isbel de Hagge, Stregobor, etc) cabe ao jogador otimizar sua mão e jogadas para que isso aconteça. Mas como jogar sempre as melhores se o deck padrão é composto por 25 cartas?
A Regra dos 16
Inicialmente é necessário fazer uma distinção entre as cartas e classificar elas de forma a expor sua utilidade e compreensão do seu papel dentro do baralho, desta forma classificaremos elas como: Cartas alvo, Tutores, Afinam e Quatro provisões.
Cartas alvo
São as cartas que nós queremos idealmente usar durante uma partida como cenários, unidades importantes, feitiços poderosos e artefatos de grande valor. Dentro das cartas alvo é bom considerar o papel das cartas eco que não são tutores (diferente de Oniromancia, Assaltante Sagaz ou Águia de Sangue), pois para os efeitos da regra dos 16 elas irão contar como duas.
Tutores
São as cartas que puxam outras cartas (como Chamado da Floresta, Decreto Real, Geralt: Quen, Naglfar, Roderick de Dun Tynne, etc) e elas NÃO contam para o valor total das 16 cartas que queremos jogar porque efetivamente são cartas que buscam cartas.
Por exemplo, Geralt: Quen sempre vai buscar outro bruxo no baralho fazendo com que a carta a ser contada por ele seja de fato a que ele põe em campo junto e não si próprio. Além disso, unidades que afinam o deck como Sentinelas do Brokilon ou Caçada: Cavaleiro, que apesar de usarmos duas cópias no deck contam somente como uma, pois ela busca sua cópia quando entra em jogo.
Cartas que afinam
São parecidas com os tutores no aspecto que compram cartas do baralho (Andarilhos do Crepúsculo, Dandelion: Poeta, Thaller, etc), porém ao contrário dos tutores estas cartas não buscam nada específico, elas compram a carta do topo e adicionam a mão. Então acaba sendo sim uma carta que afina, mas sem um alvo específico.
Quatro provisões
São as cartas que de maneira geral estão no baralho para “preencher buraco”, pois dentre as vinte e cinco cartas buscamos preencher os dezesseis espaços com cartas de alto valor e tutores para as mesmas. Assim, as cartas com quatro de provisão servem como um complemento à estratégia que está sendo construída.
Entretanto, é importante considerar que mesmo cartas de quatro provisões podem tomar o lugar dentro das dezesseis que vão ser jogadas, como parte do plano maior do baralho, ou simplesmente pelo infortúnio das compras. Por ser complementares ela devem ter sinergia e fazer sentido com os objetivos do baralho. Um ótimo exemplo disso são os venenos de Sindicato, que apesar de serem cartas baratas, desempenham um papel importante na estratégia geral.
A interpretação
Tendo o conceito da regra e a função das cartas em mente, na hora de montar o deck uma sugestão (que nem sempre é fácil de acatar) é de tentar polarizar um pouco o baralho em termos de eficiência das cartas mais fortes. Assim, você terá certa liberdade em usar uma ou outra carta fora do seu plano de jogo, ou seja, tentar jogar abaixo da regra dos 16. Isso pode dar uma maior flexibilidade para usar cartas baratas como Caçada: Cérberos que apesar de serem 4 provisões tem um bom potencial em um round longo.
É bom notar também que não é porque um baralho não segue a regra que ele vai necessariamente perder as partidas que joga. A aplicação desta ideia busca a maior eficiência na partida a partir de cartas chave que possam ser acessadas. Assim, exceder a regra pode significar que a construção está diminuindo as chances probabilísticas de compras de peças importantes e fazendo um uso não otimizado das provisões.
Um exemplo e aplicação
Se observarmos o baralho abaixo podemos ver que ele ultrapassa a regra ao apresentar vinte cartas alvos, o que nos dá um extra de seis provisões (4 das larvas, 1 do Bruxo Aprendiz e 1 do Naglfar’s Taskmaster). Desta forma o que nós podemos fazer é rebaixar estas cartas a quatro provisões e usar um Geralt, por exemplo, deixando o baralho como a imagem ao lado após o ajuste.
Para conferir a aplicação e análise da Regra dos 16 no seu baralho, você pode acessar o site Gwent Data. Nele, além de muito conteúdo, também está em fase beta uma ferramenta que realiza este tipo de análise na lista desejada.
Considerações
Ainda existem algumas considerações que podemos fazer baseado na regra. A primeira delas é que em um deck com exatamente dezesseis cartas alvo é uma consideração interessante evitar jogar muitas cartas de quatro de provisão se existe a possibilidade de jogar uma de cinco ou seis. Já que a princípio elas não fazem parte do seu plano inicial, podem ser trocadas em rodadas futuras por cartas mais fortes e que fazem parte do plano.
Outra coisa é lembrar que a regra dos 16 consiste em um jogador usar todas as cartas principais durante um jogo, por mais redundante que isso pareça. Desta forma é importante notar que na eventualidade de se ganhar a primeira rodada com sete cartas na mão, dar um passe seco no round 2 e ir pro round 3 com 10 cartas então somente treze das dezesseis cartas alvo do deck serão jogadas. Logo é sempre bom ter essa consideração em mente quando jogar, quais concessões fazer e como fazê-las.
Texto escrito por: Jerônimo/ Colaboração: Somnas/ Edição e revisão: Renan Alboy