A série de Sandman já está disponível na Netflix e foi muito bem recebida. Mesmo com diversas adaptações que ligam bem os pontos para criar uma história integra e coerente, a produção trouxe um roteiro bastante fiel aos quadrinhos. Vem com o Mega e confira algumas das mudanças e comparações com os quadrinhos.
Adequação temporal
Da mesma forma que acontece na HQ, Sonho e capturado pelo culta ‘A Ordem’ nas primeira décadas do século 20. Inclusive, a liberdade só é possível graças a cadeira de rodas de Alex Burgess (filho de Roderick Burgess) que apaga parte do selo e permite que Morpheus invada o sonho de um dos guardas que cochilava.
Porém, uma diferença foi bastante acentuada na adaptação da Netflix: o ano de sua liberdade. Enquanto que nos quadrinhos ele se liberta em 1989, na série sua liberdade se dá na década de 2020. Mesmo com a história mudando o ano em que se passa, o roteiro se manteve fiel a suas mensagens e a atualização traz mais imersão do que retratar um tempo mais antigo.
Maior protagonismo ao Coríntio
Muito importante nos arcos ‘Prelúdios e Noturnos’ e ‘Casa de Bonecas’, o Coríntio (Boyd Holbrook), considerado o pior dos pesadelos, teve mais espaço e protagonismo na adaptação da Netflix. Por exemplo, um dos motivos da capturas de Morpheus é a sua presença na terra para caçar o Coríntio. Inclusive, na série há diversos momentos em que ele orquestra situações para evitar ser capturado.
Por mais forte e importante que o Coríntio seja nos quadrinhos, ele não é a causa da captura de Morpheus e sua fuga sói ocorre após a ausência do soberano do Reino do Sonhar. Analisando a decisão a escolha por este início é possível observar a escolha de um início mais sintético, sem a necessidade de abordar acontecimentos ocorridos na hq Sandman Prelúdio.
A importância do corvo Matthew
Além do Coríntio, o corvo Matthew também ganhou mais protagonismo no início da história, sendo o companheiro de viagem de Morpheus ao inferno para recuperar seu elmo. A presença do corvo é interessante pois ele serve como os olhos do espectador a um novo mundo, servindo para diálogos mais expositivos e trazem conceitos da obra de forma bastante clara.
É interessante comentar que logo no primeiro capítulo é abordada a história do antecessor de Matthew. O antigo corvo de Morpheus foi assassinado por Alex Burgess enquanto tentava ajudar ele a fugir do cativeiro.
Mudança de gênero de Constantine
Uma das mudanças que mais causou polêmica foi sem dúvida a mudança de John Constantine para Johanna Constantine. Porém, por mais barulho que tenha feito, a adaptação apresentou uma personagem muito fiel em seus trejeitos, pensamentos e caracterização.
Ajudando Morpheus a recuperar sua algibeira, é mostrado mais de suas atividades em um contrato para exorcizar demônio. Além disso, também é mostrado mais dos traumas da personagem, relacionando seus pesadelos com os acontecimentos que condenaram Asta ao inferno.
Duelo e motivação de Lúcifer
Enquanto que nos quadrinhos Morpheus enfrenta Choronzon para recuperar seu elmo, a série traz uma batalha contra Lúcifer Estrela da Manhã. Por mais que a essência da cena seja mantida e o duelo interessante, enfrentar o Choronzon traria um impacto maior por ser mais fiel e mantida a desmoralização de Lúcifer após a vitória de Sonho.
Ao mesmo tempo que a cena poderia ter mais impacto, a troca de personagens que protagonizam o confronto pode ser importante para a alimentar os ressentimentos de Lúcifer e dar mais justificativas a ações que podem ser adaptadas em arcos futuros. Vale lembrar que Estrela da Manhã já mostra logo de cara sua intenção de expandir os seus domínios.
Hector Hall e Jed Walker
Como é mostrado nas hqs, Rose walker continua sendo o vortex, que é uma pessoa que apresenta uma intersecção entre o mundo terreno e o reino do sonhar. Devido a esta conexão, o vortex apresenta grande potencial para criar e destruir mundos, como é dito pelo próprio Morpheus. Já na questão de diferença, a série aborda uma proximidade maior entre Lity Hall e Rose.
Ao mesmo tempo que aproxima as personagens, a série separa Hector Hall (falecido marido de Lyta) e Jed (o irmão desaparecido de Rose). Enquanto nos quadrinhos Hector habita o imaginário do garoto e atua como o super-herói Sandman, na produção temos cada um em seu núcleo e Jed sendo o próprio Sandman.
Outra mudança que está relacionada a Jed é ao motivo de se tornar herói em seus sonhos e o que cria tal universo. Nas hqs os responsáveis são Bruto e Glob, já na série é obra do pesadelo Gault. Tanto Brito e Glob como Gault são representados como pesadelos que fugiram do sonhar com a ausência de Morpheus.
