Com indicados anunciados ontem (13), a décima edição do The Game Awards acontece no próximo dia 7 de dezembro.
O evento procura premiar o melhor da indústria dos jogos: neste ano, os destaques ficam para Alan Wake 2 e Baldur’s Gate 3, que receberam 8 indicações cada, incluindo na categoria de Jogo do Ano. Além disso, a Nintendo foi a publisher que mais recebeu indicações, com 15 no total, incluindo para Jogo do Ano com Super Mario Bros. Wonder e The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom.
Para começarmos a entrar no clima do evento, a equipe d’O Mega conversou sobre suas opiniões em relação a premiação e palpites para os vencedores de algumas categorias – confira abaixo:
Thai Spierr – Diretora de Comunicação d’O Mega (@thai_spierr)
- Jogo do ano: Baldur’s Gate 3
Baldur’s Gate 3 é o jogo do ano em todos os sentidos: localização bem feita, inclusão de elementos para pessoas PcD – por ser um jogo que é possível ser jogado completamente em turnos, jogo que tranquilamente passa de 100 horas de gameplay, possível zerar de forma singleplayer ou multiplayer, pouquíssimos bugs devido seu longo tempo de produção e possibilidades muito plurais de enredo, decisões e jogabilidade no geral.
A categoria, porém, parece que não leva em conta diversos aspectos e deixa de fora jogos como Street Fighter 6, game que tem uma história concisa, executa bem as novidades que propõe, trabalha de forma excelente questões de acessibilidade e mais. Parece que o júri não leva jogos de luta a sério.
Outro game esnobado é Final Fantasy XVI: o jogo pode não ter agradado a todos em questão de história, mas não existe nenhum problema de bug como em Alan Wake 2, por exemplo. Tem várias mecânicas facilitadoras/de acessibilidade, é um jogo localizado, completo por si só e não é uma continuação.
Games como esses perdem o posto para Alan Wake 2, que estava impossível de zerar quando a imprensa estava avaliando o jogo (no PS5), no mesmo período em que a votação para os indicados acontecia; ou ainda Spider-Man 2, que não faz nada de diferente do primeiro game e apenas cumpre a cota Sony, e Super Mario Bros. Wonder, que é um bom jogo mas não inova.
- Melhor Direção de Jogo: Alan Wake 2
Novamente a falta de Final Fantasy XVI não faz sentido, já que sua direção é um de seus pontos mais altos e oferece muito mais do que a direção de Spider-Man 2, por exemplo. Dentre os jogos indicados no momento, Alan Wake 2 tem a melhor direção.
- Melhor RPG: Octopath Traveler 2
Outro ponto inconsistente da premiação, que indica Final Fantasy XVI, um jogo majoritariamente de ação; Starfield, jogo que não foi um grande sucesso de público e nem de crítica; e ainda Lies of P, que é um bom jogo mas não seria o melhor RPG (ou sequer seria um RPG). Um game que deveria estar na disputa é Octopath Traveler 2, que é aclamado como um dos melhores RPG de todos os tempos mas que nem é lembrado pelo júri, fazendo parecer que jogos da primeira metade do ano são rapidamente esquecidos para a premiação.
Renan Alboy – Editor-chefe d’O Mega (@renan_alboy)
- Jogo do Ano: Alan Wake 2
O game trouxe uma boa continuação e uma história que vincula bem o universo de mais de título da Remedy. Também se destaca na interação entre jogo e cutscenes com atores reais. Além disso, tem um ótimo visual, gameplay, trilha sonora.
- Melhor Trilha Sonora: Hi-fi Rush
As trilhas sonoras são divertidas e conversam bem com cada momento do game. Ele também apresentado um vínculo ainda maior com a música quando consideramos que até mesmo os golpes e combos são influenciados pelo ritmo.
- Jogos de Impacto: Vebna
Um jogo que se baseia na culinária para contar sua narrativa e o impacto de diferentes momentos da vida. Proposta nova e muito curiosa.
- Melhor Jogo Independente: Dredge
Como um jogo de pesca e imerso ao universo e Lovecraft pode dar errado? Esse título prende a atenção e engaja em suas missões imersivas.
Luis Nascente – Redator d’O Mega (@Nascente_Lulu)
- Jogo do Ano: Resident Evil 4
Eu poderia votar em Tears of the Kingdom, por exemplo, mas por mais que seja um novo jogo, eu não acho ele tão diferente assim de Breath of the Wild. Já o RE4, como um remake, é surreal: tem tanta adição (se comparar com o jogo clássico) que funciona até mesmo pra quem nunca tocou na franquia. É uma aula de remake.
- Melhor Direção de Arte: Super Mario Bros. Wonder
Revitalizar uma série tão conhecida e que já estava começando a ficar saturada em seus jogos 2D – com todos da série New Super Mario Bros. – é impressionante. Todos os visuais do jogo são lindos e revigorantes, dando completamente novos ares para a franquia.
- Inovação em Acessibilidade: Street Fighter 6
Colocar um modo para que jogadores iniciantes possam ter a chance de jogar até mesmo contra um fã mais experiente é a prova de um bom sistema de acessibilidade, e claro, isso se prova ainda mais sendo um sistema funcional e aprovado por toda a comunidade.
- Jogo Mais Antecipado: Final Fantasy VII Rebirth
Estou bem curioso para ver como será o vasto mundo pós-Midgar e imaginar como será a linearidade do mesmo.
Rafael Sabaki – Redator d’O Mega (@RafaelSabaki)
- Jogo do Ano: Baldur’s Gate 3
O prêmio de jogo do ano é algo que, ao meu ver, deveria recompensar jogos que além de serem excelente em aspectos técnicos, ainda se propõe a nos fazer repensar algo sobre a mídia. Baldur’s Gate 3 é de longe o jogo que mais conseguiu entregar aos jogadores toda a sua ambição – ambição essa até um pouco doentia para os padrões de video games AAA que temos hoje. Conseguir transmitir a infinidade de possibilidades que uma campanha de RPG tem e se comprometer com levar a risca todas as decisões que os jogadores tomam da forma que Baldur’s Gate 3 faz é algo completamente sem paralelo.
- Melhor Jogo Mobile: Honkai: Star Rail
Apesar de não trazer muitas ideias inovadoras, Honkai: Star Rail não se contenta em ser “apenas um jogo mobile”. Com uma campanha expansiva, uma alta qualidade de produção, sistemas sólidos de progressão e um combate profundo o suficiente para ser envolvente, mas que também é simples e direto, Honkai: Star Rail chega perto de ser o jogo casual perfeito e, logo, o melhor jogo mobile do ano.
- Melhor Jogo de Luta: Street Fighter 6
Street Fighter é o grande avô dos jogos de luta. Tudo o que conhecemos hoje como “fighting game” é o legado de Street Fighter 2 de 1991. E mesmo sendo um ancião do meio, Street Fighter 6 conseguiu se reinventar e ser uma grande surpresa, tanto com mecânicas novas quanto ressignificando mecânicas de títulos passados.
Não só Street Fighter 6 consegue entregar personagens carismáticos com kits únicos e divertidos, sendo uma grande diferencial de SFV, como também atendeu a todos os pedidos da comunidade de jogos de luta para mudanças na qualidade de vida como a implementação de rollback netcode, melhores modos online, um modo campanha de respeito, informação sobre frame data no modo de treino e crossplay.
- Jogo Mais Antecipado: Like a Dragon: Infinite Wealth
Yakuza: Like a Dragon foi um jogo de grandes mudanças pra série, entre elas a mudança para um sistema de RPG de turno e também um novo protagonista sendo estabelecido. Eu costumo dizer que Yakuza: Like a Dragon é simplesmente o suprassumo de tudo de bom que existe em JRPGs, muitas mecânicas emprestadas de outros jogos sendo aplicadas de forma espetacular e com todo o respeito devido, além da história conseguir estabelecer uma base extremamente forte não só com Ichiban, o novo protagonista, mas também com todo o seu grupo de aliados.
Yakuza: Like a Dragon, o “Yakuza só que RPG” foi inicialmente recebido como uma piada de primeiro de abril, mas ele acabou se tornando o meu jogo favorito da série e Infinite Wealth promete trazer outra história com o mesmo tom mais pessoal do jogo anterior e também mais subversões de JRPGs com jeito “Yakuza” de ser.
Apolo Dionísio – Redator d’O Mega (@apolo_junior)
- Jogo do ano: The Legend of Zelda Tears of the Kingdom
Quem diz que o novo The Legend of Zelda é uma DLC de Breath of the Wild não jogou o jogo. Trata-se de uma continuação que expande ainda mais a exploração sem parecer cansativo, além de trazer novos poderes e uma narrativa melhor desenvolvida e mais triste de certo modo. O jogador realmente vive em Hyrule, criando raízes em jornadas singulares para cada tipo de jogador. É um feito impressionante tudo o que esse jogo possibilita em sua gameplay.
- Melhor Trilha Sonora: Final Fantasy XVI
O jogo foi completamente injustiçado no The Game Awards de 2023, no entanto, seria impossível não lembrar da trilha sonora de Masayoshi Soken para Final Fantasy XVI, talvez uma das composições musicais mais épicas do ano. É completamente memorável como essa trilha sonora acrescenta nas batalhas contra os Eikons e chefes finais, tornando tudo muito grandioso, exatamente como o jogo foi construído.
- Melhor Jogo Independente: Sea of Stars
Esse é um dos jogos RPG mais confortáveis do ano e com uma das pixel arts mais bonitas entre os jogos indie lançados em 2023. Tudo em Sea of Stars é detalhado ou muito bem construído, sem espaço para situações desnecessárias. Esse enredo brilha quando intercala os elementos mitológicos do universo do jogo com uma exploração da gameplay, algo que torna o jogo ainda mais instigante.
- Melhor Jogo Família: Super Mario Bros. Wonder
Quem olha de fora pode pensar que é “marmelada”, mas de fato, mais uma vez a Nintendo conseguiu reinventar sua franquia chave. Entre as grandes qualidades de Super Mario Bros. Wonder estão a criatividade dos novos levels designs e a integração com os novos poderes e/ou funcionalidades do jogo. Todos esses elementos se diferenciam em muito dos jogos 2D anteriores de Mario, trazendo novos caminhos para a franquia com mais inventividade e humor.
Matheus Moura – Redator d’O Mega (@matheus7_moura)
- Jogo do Ano: Baldur’s Gate 3
Em termos de inovação, qualidade e tudo mais que um jogo precisa entregar para ser considerado o melhor do ano, Baldur’s Gate 3 é o que mais se encaixa nessa posição dentre os indicados para mim. A construção de um sistema robusto que não só leva a sério as decisões dos jogadores, mas que também suas próprias regras, é algo que não vemos em nenhum outro jogo este ano. Além disso, combate, construção de personagens e atuação do elenco, roteiro e tudo mais garante Baldur’s Gate 3 como Jogo do Ano – mesmo que sua estrutura de RPG de mesa não seja para todo mundo.
- Melhor Estreia de Jogo Independente: Pizza Tower
Pizza Tower é um excelente exemplo do que são os jogos indies hoje em dia: fortes inspirações em mídias do passado, foco em um elemento específico de gameplay e visuais e trilha sonoras impecáveis. A jogabilidade de Pizza Tower é extremamente prazerosa, com movimentação veloz que recompensa aqueles que levam o tempo para aprender. Sua estética noventista a la cartoons da época também evoca, juntamente com sua trilha sonora, a sensação de estarmos entrando em um vórtex de maluquice muito divertido.
Vale destacar que, pelo menos para mim, Pizza Tower também deveria estar na categoria Melhor Jogo Independente: a indicação de Dave the Diver, por mais que seja um excelente jogo, mostra a falta de comprometimento que o júri da premiação tem com o próprio evento. O game é produzido pelo estúdio Mintrocket, subsidiária da NEXON, empresa sul-coreana baseada no Japão avaliada em mais de 270 bilhões de ienes – Kim Dae-whon, vice-presidente da empresa, já confirmou em entrevista que Dave the Diver pode parecer um indie, mas não necessariamente é um. Jogo independente não pode ser baseado apenas em estética, mas sim nas realidades de seus estúdios.
- Jogo Mais Antecipado: Hades II
O primeiro Hades é uma obra prima em muitos – se não todos – os sentidos: gameplay extremamente bem feita, fluida e viciante; história que não só apresenta um ou outro personagem na jornada do protagonista, mas que constrói um mundo vivo; visuais e trilha sonora espetaculares e muito mais. Sua sequência tem tudo para ser do mesmo nível do primeiro game.
O The Game Awards 2023 acontece no próximo dia 7 de dezembro. Você pode conferir mais detalhes sobre o evento e saber quem são os jogos indicados abaixo: