Tópicos canônicos em The Witcher: Lenda do Lobo – E a animação do papa Vesemir já está disponível na Netflix. Nós aqui do Megascópio já gravamos uma review sem spoilers e com spoilers, onde falamos sobre todas as referências presentes nos livros – majoritariamente em Tempo de Tempestade, dublagens, análise técnica da animação e mais.
Como sabemos que nem todos preferem assistir aos vídeos, vamos listar abaixo nesse artigo os tópicos canônicos em The Witcher: Lenda do Lobo que foram confirmados pelo roterista da animação, Beau DeMayo, em seu twitter.
Invasão a Kaer Morhen
A invasão a Kaer Morhen é algo que todos ficaram bastante intrigados, já que Tetra Gilcrest é uma personagem que nos apresenta mais perguntas do que de fato respostas. Ela além de ser uma feiticeira, também nutre um rancor mortal contra os bruxos.
Os panfletos assinados e distribuídos por ela e seus discípulos são uma versão abreviada de uma passagem do livro Monstrum. Confira o trecho de “O Sangue dos Elfos”, onde Triss descreve o ataque da seguinte forma:
“Não se assusta uma criança assim com a perspectiva de que ela também possa ouvir sobre si mesma palavras como as que gritaram os fanáticos que marcharam sobre Kaer Morhen: ‘Mutantes’; ‘Monstros’; ‘Aberrações da natureza’; ‘Seres amaldiçoados por deuses e contrários à ordem natural das coisas’. Não, não me espanta que os bruxos não tenham lhe contado nada, pequena Ciri. E eu também não lhe contarei, porque eu, minha querida Ciri, tenho ainda mais motivos para permanecer calada. Porque sou uma feiticeira, e sem a ajuda dos feiticeiros os fanáticos não teriam conseguido conquistar a Fortaleza. E aquele horroroso pasquim amplamente distribuído por toda parte, Monstrum, que tanto inflamou os fanáticos e os incentivou ao crime, também foi, pelo que dizem, uma obra apócrifa de um feiticeiro anônimo.”
Com o que é sabido dos livros é que a multidão não poderia ter sitiado a fortaleza nem deixa-lá em ruína sem a ajuda dos magos e agora sabemos o motivo!
Kitsu foi inspirada em uma Aguara
É descoberto no filme que Kitsu já foi uma garota élfica que foi submetida a experimentos mutagênicos como parte do esquema dos bruxos para criar novos monstros. Ela pode conjurar ilusões mágicas avançadas, controlar outras criaturas e ganhou a habilidade de se transformar em uma raposa. Fato esse que é bem similar as Aguaras, que aparecem no livro Tempo de Tempestade. Confira alguns trechos retirados do livro:
“As aguaras não se reproduzem. Mantêm a espécie sequestrando e transformando as crianças élficas.”
“A aguara é um anterion, um animal, uma criatura capaz de assumir a forma de um ser humano.”
“Ela está criando ilusões para nos desorientar.”
Como muitas histórias de monstros de Andrzej Sapkwoski, esta é fortemente baseada na mitologia da vida real. A Aguara é uma figura que aparece no folclore do povo indígena Guarani da América Latina.
No entanto, histórias semelhantes existem há muito tempo em várias outras culturas. Vale ressaltar que o Kitsune do folclore japonês é uma raposa com habilidades paranormais que claramente serve de inspiração para o nome Kitsu.
Os bruxos foram criados por feiticeiros
Ainda em Tempo de Tempestade, temos paralelos com os magos de Risberg e os mostrados em Kaer Morhen. Neste livro, é revelado que os mesmos feiticeiros que criaram os bruxos também criavam outros monstros e criaturas em seus estudos. Confira abaixo:
“Não consegue entender as ideias de gênios como o próprio Idarran ou o seu mestre Alzur, dotados de uma genialidade e de um talento extraordinários, que inventavam e criavam grandes obras em prol da humanidade. (…) Pois foi Cosimo Malaspina e, após ele, o seu aprendiz Alzur, o próprio Alzur, que criaram os bruxos. Foram eles que inventaram a mutação graças à qual foram criados seres parecidos com você, graças à qual você existe, anda por este mundo.”
Outro ponto que vale destaque é que os bruxos também sabem utilizar magia, mas de uma forma mais simplista já que eles não tem controle sobre o “caos”. Apesar de ser visualmente incrível, sabemos que os bruxos não são capazes de lançar chamas como um jato interrupto. Como Yennefer explica em Sangue dos Elfos:
“O chamado Sinal de Aard, Ciri, é um encanto extremamente simples do grupo de feitiços psicocinéticos. (…) Os bruxos adotaram esse encanto porque ele não requer o conhecimento de uma fórmula mágica; bastam concentração e um gesto. Foi por isso que o denominaram de “Sinal”. (…) seria difícil encontrar um feitiço psicocinético mais fácil.”
O retorno de Filavandrel de Tom Canton
Um tópico que chocou muito gente foi o retorno do Filavandrel de Tom Canton, o elgo que o Geralt conhece na primeira temporada da série da Netflix. No filme “A Lenda do Lobo”, Canton apresenta uma versão mais jovem do elfo e muito menos amarga.
Outro fato curioso é que o Filavandrel parece ter uma boa amizade com Vesemir, o que não é falado e nem mencionado nos livros, porém pode ser explorado futuramente na série.
Encerramento da criação de novos bruxos
Sim, isso é muito canônico! Triss confirma em Sangue dos Elfos o final de Lenda do Lobo – no final do ataque sobra apenas Vesemir, que não faz ideia de como fazer novos bruxos. Confira o trecho:
“Eles querem tornar aquela criança uma mutante, submetê-la à Prova das Ervas e às Mutações, mas não sabem como fazê-lo. Dos bruxos antigos, o único que continua vivo é Vesemir, um simples mestre de esgrima. (…) Os bruxos têm as plantas medicinais, as ervas, o laboratório, conhecem a receita, mas não dispõem de um feiticeiro.”
Apesar de ser uma descrição vaga, o filme teve a possibilidade de expandir os detalhes de como tudo isso veio a acontecer.
A Creche de Vesemir – nem tão canônica
Também tivemos a revelação de que Eskel, Lambert e Geralt tem aproximadamente a mesma idade e foram treinados juntos. Além desses personagens, também tivemos o Remus, o bruxo que morreu no episódio três da primeira temporada.
Isso, é claro, se funde perfeitamente com a segunda temporada, onde esperamos ver muito mais dos bruxos agora adultos. Em o Sangue dos Elfos estabelece que Coën é novo na fortaleza, então por isso ele não precisava estar ali na fortaleza:
“Coën está passando conosco seu primeiro inverno. Ele vem do Norte, de Poviss.”
Rei Dagread de Kaedwen e sua tataraneta Calanthe
Como confirmado pelo Beau, o Rei Dagread de Kaedwen é um ancestral direto de Ciri. A neta de Dagread, Ellen, casou-se com o rei Corbett de Cintra e juntos tiveram um filho que chamaram de Dagorad, em homenagem a seu avô.
Dagorad acabou sendo sucedido por seu único filho e herdeira Calanthe e o resto é história. Embora Ciri tenha pouco em comum com seu antepassado notoriamente distraído, seu nome completo é Cirilla Fiona Ellen Riannon, em homenagem a vários ancestrais ilustres, dos quais vieram de Kaedwen.