Que tal um jogo rogue-light com batalhas em turno e mecânicas de cartas? Todas essas características são apresentadas em Iris and The Giant. O jogo foi desenvolvido por Louis Rigaud e distribuído Goblinz Studio, Maple Whispering Limited e Mugen Creations com lançamento em 27 de fevereiro para a plataforma PC (via Steam e GOG) . Com mecânicas precisas, um gráfico amigável e uma temática profunda, Iris and The Giant atrai a atenção do jogador e instiga a buscar cada vez mais detalhes da batalha da personagem.
Um jeito diferente de contar história
Na pele de Iris, uma garota de 13 anos, encaramos os nossos demônios internos em um mundo imaginário. Um ponto muito bom do game é a forma com que as diversas situações que a personagem passa nos é entregue. De forma fracionada, as memórias de Iris nos são mostradas com o avanço e repetição da gameplay, sendo colocadas como itens que devem ser alcançados no tabuleiro de batalha.
A construção da narrativa também é repleta de referencias a mitologias. Por exemplo, ao entrar em seu mundo imaginário a garota é levada até o começo de seus desafios por um barqueiro. Assim como as almas são levadas ao domínio de Hades na mitologia grega. Porém, ao chegar aos desafios a garota não se sente medo, mas sim, motivada para enfrentar seus demônios internos. Por falar em demônios e males, a personagem utiliza referências diretas a “caixa de pandora” para se referir a seu conflito interno.
Visual
Graficamente o jogo é muito bonito e delicado, sendo as imagens que contam a história e os fatos da vida de Iris se assemelhando a desenhos feito a mão. A utilização da cor azul consegue passar a perfeita ideia de melancolia, assim como, a cor vermelha se aproxima mais de assuntos conflituosos. Tanto os inimigos como a protagonista apresentam traços simpáticos.
Repetir e aprimorar
O objetivo do game é fazer que Iris passe por uma série de plataformas, porém em cada uma delas se desenvolve uma batalha baseada em turnos em que os ataques são definidos por cartas. Ao avançar vamos adicionando novas cartas em nossa bolsa e liberando habilidades. Porém, ao morrer perdemos todas as cartas e mantemos as habilidades destravadas anteriormente. Desta forma se aplica a fórmula rogue-light, possibilitando a cada recomeço uma melhor elaboração de estratégia e descoberta de novos recursos.
Durante a jogatina são acumulados pontos que podem ser utilizados para a ativação de habilidades como adição inicial de cartas e outros benefícios. Outro recurso são os amigos imaginários que são descobertos nos mapas, porém para utiliza-los é preciso concluir uma missão que impõe condições especiais.
Variedade de cartas e monstros
As cartas são bastante variadas, totalizando 51 diferentes, sendo de ataque a distância, corpo a corpo, magias e de manipulação de objetos (exemplo: corda para alterar a ordem dos inimigos). Porém, a complexidade está na resolução do cenário e não na utilização das cartas. De forma acessível, jogar as cartas não implica em uso de mana ou qualquer outro recurso, basta estar na sua vez. Os monstros se apresentam em 43 modelos, cada um com um tipo de ataque e uma forma especifica para ser derrotado. Mesmo sendo em grande quantidade, as formas são simples e intuitivas.
Iris and The Giant é jogo simples e excelente! A mescla de uma história fracionada, e que deve ser descoberta, motiva o jogador a querer entender mais da personagem. A abordagem dos conflitos internos e representação da melancolia são feitos de uma forma leve, mas que consegue transmitir de forma clara como a personagem se sente na situação e como está fazendo para lidar com isso. As mecânicas funcionam de forma exemplar e permitem que cada vez que um novo recurso é liberado, ele se mescle com os demais e amplie as opções, assim não deixando a gameplay repetitiva.