A Princesa e o Cavaleiro | Crítica – A Editora JBC lançou recentemente a edição especial do clássico “A Princesa e o Cavaleiro” (Ribon no Kishi), de Osamu Tezuka. Esse primeiro volume conta com 331 páginas e 16 capítulos, de acordo com a Editora a obra estará completa em dois volumes.
Nova Versão
Essa nova versão traz ilustrações coloridas totalmente remasterizadas e também uma sobrecapa com detalhes em hot stamping dourado que faz qualquer fã de mangá se apaixonar à primeira vista.
Com um formato 15,0 x 21,0, essa obra reaquece as antigas histórias “leves” de amor com uma pegada suave e de fácil leitura, até mesmo pelo fato da obra ter começado a ser publicada em 1953, na revista Shoujo Club.
Se você ama os desenhos animados antigos da Disney, essa obra certamente é para você. Tanto os personagens masculinos quanto as femininas geralmente apresentam proporções faciais exageradas, e apesar de nenhum personagem ser particularmente atraente para os moldes atuais, A Princesa e o Cavaleiro ainda tem seu charme clássico.
Era Uma Vez…
De fato não é uma obra complexa, com reviravoltas muito elaboradas, ela segue o seu próprio ritmo sem muitas pretensões o que a torna uma excelente entrada para as crianças no mundo dos mangás. Na trama acompanhamos as aventuras da princesa Safiri na Terra da Prata.
Por causa de uma antiga lei de seu reino, ela é obrigada a se disfarçar de príncipe para que seu pai não seja destronado. Desconfiado e de olho na coroa, o perverso Duque Duralumínio, auxiliado pelo nefasto Senhor Nylon, tenta desmascarar Safiri. Seu objetivo é empossar seu filho, o Príncipe Plástico, e assim tomar controle da Terra da Prata.
E é claro que esse não é é o único problema que a nossa heroína enfrenta, já que a mesma também enfrenta a terrível Madame Inferno e o nefasto Satã, que querem o coração de menina dela para dá-lo à sua filha Heckett. No entanto, a heroína, além de brava e destemida, é uma exímia espadachim e ainda conta com o auxílio do anjinho peralta Ching, do príncipe Franz, da Terra do Ouro, e do pirata Capitão Blood.
Inspiração Teatral
Toda a trama da história começa no Céu, antes de descerem para a Terra as crianças recebem um coração, que para os meninos é azul e para as meninas rosa – então né, vamos revelar pela idade na obra e vamos fingir que não vimos nada. Certa vez o anjinho Ching, em mais uma de suas travessuras, faz uma menina engolir o coração azul e graças a isso ela fica com dois corações.
De fato é uma leitura calma, divertida e com algumas lições de moral, o mais interessante é que podemos perceber uma grande influência do Teatro de Takarazuka, que é o oposto dos grandes teatros antigos gregos, já que no “Takarazuka” conta apenas com mulheres em seu elenco.