Biomutant, desenvolvido pela Experiment 101 e distribuído pela THQ Nordic, foi lançado em 28 de maio para as plataformas Xbox One, PlayStation 4 e PC. O game também está disponível na nova geração de consoles, porém na versão dos consoles anteriormente citados.
Despertando interesse e curiosidade desde de seu anuncio, o game se mostrava amplo e que iria explorar bem os combates, a personalização de itens e personagens e implementar mecânicas de RPG impactantes. Vem matar um pouco das curiosidades que o jogo despertou ficando por dentro da história, gameplay, personalização e muitos outros detalhes.
A narrativa
A história se passa no planeta Terra destruído devido ao excesso de poluição causada pelo ser humano. Estes já não mais existem na época em que o jogo se passa, porém deixaram suas marcas nas cidades ainda de pé, pilhas de lixo e ambientes tóxicos. Inclusive a agressão ambiental dá origem aos animais que vemos no game, que teve suas modificações a partir de um derreamento de produtos químicos no mar.
Com essa origem do universo antropomórfico do game como plano de fundo, o jogador cria seu personagem que também tem um passado próprio dentro do universo. Ao longo da gameplay é revelado que controlamos um personagem que abitava uma vila pacífica e cuja mãe era uma guerreira exemplar. Após ataques de uma raça carnívora, seus país foram mortos, o órfão perde parte da memória e é criado dentro de um banker.
Crescido e treinado, ele vai ao mundo e deve lidar com diferentes desafios. Entre os problemas estão os reinos que dividiram as raças que anteriormente viviam em união, a busca por vingança contra o assassino de seus país e Árvore da Vida que está tendo suas quatro raízes de sustentação destruídas por criaturas poderosas.
Super customização e evolução
Um dos pontos altos de Biomutant, que foi muito divulgado desde seus primeiros trailers, é a possibilidade de modificar o personagem em muitos aspectos. Dependendo dos atributos escolhidos ao iniciar o game o player terá a configuração do corpo que seria mais adequada. Por exemplo, personagens muito fortes serão mais troncudos, porém mais lentos; outros mais inteligentes podem ter uma força menor, mas com maior capacidade de carisma e criação.
O jogador também pode optar por diferentes classes, sendo cada uma delas fazendo um melhor uso de alguns tipos de itens. Os Pistoleiros, por exemplo, causam um dano maior com armas de fogo e possuem uma boa alternância com armas brancas, Sentinela tem uma maior resistência e Psi-Freak usa de forma otimizada as mutações que funcionam como magia neste universo.
Por mais que sejamos limitados a certas escolhas logo na personalização inicial, posteriormente podemos aumentar atributos que foram desprestigiados. Desta forma, nada impede que um Pistoleiro use as mutações e mescle com suas técnicas de combate.
Ainda falando de de alterações, o sistema de crafting do game é bem completo ao permitir o incremento de itens encontrados e a construção a partir de materiais base. Por exemplo as armas, elas são dividas em slots: base, cabo, corpo e adicionais; podendo ser combinadas de muitas formas diferentes e gerando diferentes atributos. Essas possibilidades são bastante divertidas e prendem bastante a atenção.
Gameplay e visual
De forma geral, as mecânicas não deixam a desejar ao apresenta uma variedade interessante de golpes e combos com os diferentes tipos de poderes. Inclusive, o game apresenta a aplicação de parry e de um efeito slow motion ao desviar de ataque no tempo certo, assim, abrindo uma janela para golpes que podem causar maior dano. Por mais que seja funcional, as mecânicas de batalha podem se tornar travadas devido a mira automática que torna a batalha contra muitos inimigos um simples esmagar de botões.
Os inimigos são variados e apresentam as características dos biomas em que são encontrados, porém os chefes não parecem chefes ao apresentarem uma dificuldade relativamente baixa. Biomutant também apresenta puzzles que quando completados liberam passagens ou itens, porém eles são bastante simples e pouco variados.
O mapa é extenso e incentiva a exploração, seja em suas cidades fantasmas ou biomas. A locomoção pode ser feita de diferentes formas, variando de mecas, jet skis ou outros animais que são domados com os alimentos corretos. Entretanto, a exploração destaca-se bastante no quesito “fantasma” pela ausência de elementos no mapa que pode tornar a exploração cansativa.
Ainda sobre o mapa, é possível observar uma diferença considerável nas texturas do personagem e ambiente. Se o personagem é mais caprichado, muitos ambientes se mostram com texturas falhas ou de baixa qualidade, o que impacta diretamente na imersão do jogador.
Uma história de vingança, justiça ou pouco importa?
Falando em história, Biomutant tenta construir um enredo que o jogador se importe, porém não atinge o carisma suficiente com seus personagens. Entre as falhas está a mescla da voz dos personagens – que é falada como uma linguagem própria do mundo – com um narrador chato. Junta-se a isso as missões realizadas que não conseguem construir um propósito concreto, fazendo com seja criado um sentimento de “tanto faz” para as ações realizadas.
Desta forma, o passado trágico do personagem acaba esquecido e o senso de urgência fica inexistente. Isso faz com que as premissas iniciais de salvar a Árvore, o mundo ou vingar a morte dos pais do personagem não gere engajamento, sendo seguido por um subsequente desinteresse por explorar o mapa bastante vazio.
Veredito
Biomutant é um jogo com potencial, porém que erra em aspectos, que pela proposta apresentada, deveriam motivar e engajar os jogadores. Se ele acerta em boa parte da gameplay e customização, falha na construção de sua história e carisma dos personagens, que são pontos cruciais para a imersão e entretenimento em game que foca no gênero RPG.
Chave de Xbox One cedida pela THQ Nordic
