Apesar do que o nome pode indicar, Bravely Default II é o terceiro jogo da série e o único a figurar num console de mesa (o primeiro Bravely Default e o Bravely Second são exclusivos de Nintendo 3DS). Mas não se preocupe, você não precisa ter jogado nenhum jogo antes para embarcar na história deste RPG. Por sinal, “embarcar” não parece uma boa escolha de palavras, pois a história do jogo começa com um naufrágio.
O protagonista da história é surpreendido pelo mar mais revolto que o habitual e tem seu navio destruído. O personagem então ouve um chamado de uma voz misteriosa que aparentemente o resgatou e pouco depois acorda na costa próximo ao reino de Halcyonia. Ao acordar ele se vê de frente com Gloria, princesa de Musa.
Após o encontro inicial, Gloria conta que calamidades naturais têm ocorrido por todo mundo devido ao roubo de quatro cristais elementais de seu reino e que possivelmente o próprio naufrágio do navio do protagonista foi causado por isso. Ouvindo isso, você, junto de outros companheiros, decide ajudá-la em sua missão de recuperar os cristais.
Bravos e Destemidos
Inicialmente gostaria de dizer que essa foi minha primeira experiência com a série, e ela me deixou uma ótima impressão inicial. Especialmente nas mecânicas básicas do jogo. Durante as lutas nós somos apresentados a dois comandos Brave e Default.
Ao utilizar o comando Brave você pode antecipar as ações de até três turnos posteriores e com o comando Default o personagem entra em modo de defesa e ganha uma ação extra que se acumula para ser utilizada nos próximos turnos. E essa possibilidade adiciona um elemento de estratégia muito interessante.
Você pode escolher dar 4 ataques de uma única vez para finalizar um inimigo, mas caso não consiga você vai ficar vulnerável a ataques durante todos os turnos que você adiantou com aquele personagem. Assim como você pode escolher ficar defendendo por alguns turnos, para soltar todos estes ataques acumulados de uma única vez sem o prejuízo de ser golpeado. É todo um leque de opções se abrindo a sua frente.
E por falar em leque de opções, Bravely Default II brilha em mais um momento por permitir ao jogador mais estrategista o máximo de customização da sua equipe. No jogo, as classes dos personagens, ou os Jobs, podem ser alteradas livremente. Se você quiser, qualquer um dos personagens pode virar um mago de ataque (Black Mage) ou um curandeiro (White Mage), ou um Monk etc. A escolha é sua.
Padrão de Qualidade
Se sobre as mecânicas de batalha e montagem de equipe eu só tenho elogios, existe uma característica de Bravely Default II que ao mesmo tempo é uma de suas maiores virtudes e seu principal defeito. O gráfico.
A escolha estética do jogo é de aplaudir. Me agrada demais, desde o visual estonteante das cidades até a representação dos personagens no formato Chibi. Posso ter passado um bom tempo do meu dia trocando o Job da Adelle só pra ver como ela ficaria com as roupas de outra classe. Não vou confirmar e nem negar.
Mas é só pisar fora das cidades que os maiores vilões do jogo aparecem, os serrilhados. Sério, eu estava achando tudo lindo nas conversas e quando eu fui para um campo aberto parecia que eu estava rodando um jogo de quatro gerações atrás numa TV 4K.
Um bom respiro nos RPGs de Turno
Se os problemas de desempenho gráfico não te incomodam (que é o meu caso), Bravely Default II é uma ótima aquisição à biblioteca do Nintendo Switch. Bonito e diferente de outros jogos do gênero, é uma compra obrigatória para todo fã de JRPG. Pode ir atrás sem medo.