Lançado em setembro de 2020 para PC, via Steam, BPM: Bullets Per Minute traz cenários desafiadores com muitos inimigos e gameplay clássica de shooters em primeira pessoa. Assim como outros jogos do gênero, o jogo também dá grande importância para sua trilha sonora. Desenvolvido e publicado pela Awe Interactivea, o título chegou para PlayStation 4 e Xbox One em outubro de 2021.

Em seu plano de fundo, o jogador é colocado na pele de uma Valquíria que deve impedir as criaturas do submundo de invadir o mundo de Asgard. Sem mais elementos de enredo desenvolvidos a fundo, o foco fica para os embates frenéticos e exploração de dungeons ao som de um bom rock pesado instrumental como trilha sonora.

Gameplay e música

Ao jogar Bullets Per Minute é fácil reparar que a música não é tratada somente como um elemento para ambientar o jogador, mas sim, faz parte da construção da gameplay. Inclusive, a gameplay é dinâmica, apresenta boa variação de armas e é envolvente ao ponto de você querer melhorar nela. Mas como já disse anteriormente, a música sem dúvida adiciona um charme a mais as ações realizadas.

Isso ocorre porque o movimento dos inimigos se relaciona com a trilha sonora. Assim, fazendo com que a atenção não esteja apenas onde atirar, mas sim, quando atirar ou usar as habilidades para escapar de algum golpe que pode ser fatal. A dinâmica da música somada a gameplay fica mais evidente nos chefes das masmorras, que em qualquer nível apresenta uma dificuldade considerável e exigem uma atenção redobrada pela alta quantidade de dano causado.  

BPM

Cada run é quase única

A estrutura básica do jogo se apoia na construção de ambientes procedurais e elementos roguelike. Os elementos do gênero estão presentes a medida que recursos de uma partida podem ser acumulados de uma tentativa para a outra, sem o reinício total que é característico do gênero. Já em relação aos ambientes, eles dão compostos por salas que alteram suas posições a cada jogada e mantém os mesmo inimigos ligados ao lugar.

BPM 2

A alternância de salas cumpre o seu papel, porém os inimigos são repetitivos e os chefes se mostram visualmente pobres. Essa escolha torna as batalhas menos marcantes e deixa de lado a possibilidade de criar confrontos mais marcantes. Além disso, os inimigos são mal distribuídos, havendo salas grandes de muito poucos inimigos e espaços mais reduzidos com um excesso que leva basicamente ao final daquela run.

Bullets Per Minute - 3

Neste ponto poderia ser dito: “mas aí está o desafio!”. Certo, é um desafio, mas quando se junta isso a pouca recompensa por vencer a sala e os inimigos fixos, se cria um lugar que ao ser identificado será apenas evitado. Ou seja, a estrutura pode desestimular o jogador de vencer os obstáculos impostos pelo jogo, o que é um problema.

Veredito

Bullets Per Minute (BPM) é divertido e apresenta um level design criativo na utilização de suas salas quase procedurais. Entretanto, pontos que poderiam ser um chamariz ainda maior como no visual, variedade e distribuição dos inimigos deixa a desejar. Entre os aspectos mais interessantes está a utilização da música para ritmar os ataques dos inimigos e ajudar a definir padrões para derrota-los, o que não só conversa com o título do jogo, mas também traz mais atenção para as ações realizadas.

*Chave cedida por Awe Interactive

REVER GERAL
Gameplay
Trilha Sonora
Gráfico
Level design
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e jornalista.
bullets-per-minute-bpm-criticaBullets Per Minute é um jogo divertido, que lembra os clássicos shooters e apresenta desafios interessantes. Suas mecânicas são competentes e tem um bom visual. Infelizmente, o título peca na geração de seus cenários.