Com uma proposta roguelite futurista, ArcRunner aposta em uma evolução consistente nas habilidades de seus personagens e muita ação para incentivar o jogador. O game foi lançado em 03 de Abril para as plataformas PlayStation 5, Nintendo switch, PC, Xbox Series X|S e Xbox One, sendo desenvolvido pela Trickjump Games e publicado pela PQube.
Correndo contra o tempo
Em sua narrativa o jogador é colocado na estação espacial de Titã The Arc como um agente android que deve deter KORE, a IA que controla a estação foi infectada com um metavirus. Com a infecção, o protocolo de segurança que dá nome ao game foi ativado, assim, dando início a missão principal do título roguelite cyberpunk. Só tem um problema … todas as máquinas da estação estão contra você, o que tornará seu objetivo muito mais complicado e desafiador. Dada a descrição da história é possível observar que ela é superficial, porém para o gênero no qual o game se enquadra, ela é funcional e desperta a curiosidade pelos múltiplos finais.
Dentro deste cenário que serve como base para aventuras e tiroteios contra inimigos consideravelmente fortes, o agente irá atravessar diversas localidades da estação até atingir seu objetivo, sendo o início em mapas até a parte mais interna da estrutura espacial. Ainda falando dos cenários, os mapas que atravessamos são interessantes e bem estruturados para o desafio proposto ao não se limitar de forma artificial e permitir uma boa mobilidade dos jogadores para elaborarem suas estratégias. Além disso, cada parte apresenta inimigos mais característicos, o que ajuda com a imersão na história.
Entretanto, os cenários de ArcRunner se repetem bastante dentro de um mesmo ciclo, principalmente nas fases iniciais da Cidade e das Docas que são mais extensas. Tal repetição não chega a ser necessariamente um problema, porém pode trazer uma certa desorientação e tirar o senso de progressão. Cenários mais variados dentro de uma mesma temática trariam maior sentimento de progressão e maior riqueza ao que é apresentado no game. Felizmente, após as duas fases iniciais, ao nos aproximarmos do núcleo, os trechos se tornam mais curtos e não ocorrendo a repetição.
Evolução constante
Quando o assunto é gameplay temos muita ação e momentos desafiadores, porém dois elementos se destacam: os personagens disponíveis e o sistema de evolução. Em relação aos personagens estão disponíveis o Ninja e o Soldado inicialmente, sendo liberado posteriormente o Hacker. O jogador é livre para trocar entre eles após a finalização de uma run e início de uma nova tentativa. Mesmo com habilidades distintas, todos podem utilizar o vasto arsenal de armas, que conta com armas de fogo e como principal e diferentes granadas como secundárias, encontradas durante a gameplay.
O que muda de forma efetiva entre cada personagem são suas habilidades. Enquanto o Ninja usa uma espada como arma corpo-a-corpo e pode ficar invisível, assim possibilitando uma abordagem que elimine os inimigos de forma mais furtiva, o soldado pode usar um escudo para defletir balas e tem seu martelo com uma área considerável de dano. Já o Hacker usa golpes elétricos como corpo-a-corpo e sua habilidade especial é manipular inimigos e itens do cenários para entrarem em curto circuito.
As três habilidades são fortes e possibilitam diversas formas de gameplay, o que favorece bastante a rejogabilidade. Além disso, pensando no modo multijogador, as classes se complementam bem e tornam a experiência muito divertida e com grande potencial tático.
O segundo ponto, referente a evolução do personagem, é feito de duas formas: dentro da própria run entre os cenários e após a finalização da tentativa. Dentro da própria fase as melhorias são temporárias, por exemplo com updates de danos, movimentações e visualização de inimigos. Já entre as tentativas são feitas melhorias de forma definitiva, como mais vida, mais força e melhora de desempenho em algumas características mais gerais, estas melhorias são feitas com pontos obtidos nas estações de melhorias temporárias, que são cumulativos na run.
Ao apresentar estas duas formas de melhoria, ArcRunner ganha ainda mais na cadência e consistência de seu gameplay. As melhorias feitas ao final de cada run são efetivas e o impacto pode ser sentido facilmente na jogatina, o que prende o jogador e o incentiva a sempre buscar mais pontos para ficar cada vez mais forte.
Veredito
ArcRunner tem um belo visual poligonal que puxa para as cores neom, com gameplay divertido e muita ação. Dentro de sua proposta roguelite, os ciclos de repetição do jogo são bem estruturados, pois apresentam personagens com classes distintas, que possuem características próprias, e uma boa variedade de armas. Assim, incentivando novas tentativas, incluindo o reinício da campanha em dificuldades mais desafiadoras quando adicionamos as melhorias dos personagens e o modo multijogador.
Quando o assunto é a melhoria dos personagens, a aplicação dos pontos nas características são efetivas e é possível sentir o impacto das melhorias na gameplay. Um ponto negativo é a repetição de cenários dentro de um mesmo ciclo de jogo. Isso não chega a afetar a gameplay em si, porém deixa a sensação de desnorteamento em alguns momentos, além do que é a adição de novos cenários (principalmente para a Cidade e as Docas) daria uma maior riqueza de detalhes no mundo apresentado.
Seja para jogar sozinho ou com os amigos, ArcRunner é uma boa pedida pela sua abordagem casual e que “facilita” suas runs com uma evolução efetiva do personagem. É um título que pode ter um apelo mesmo com os jogadores que não são familiarizados com gênero, assim, sendo uma indicação certa.
* Chave para review enviada pela PQube para Xbox Series