Lançado no último dia 24 de agosto pela Bandai Namco Entertainment, Armored Core VI Fires of Rubicon é um game de ação veicular com robôs gigantes disponível para Playstation, Xbox e PC.
O jogo é o sexto título da linha principal da franquia desenvolvida pela FromSoftware: Fires of Rubicon é o retorno da série após Armored Core: Verdict Day, de 2013, marcando o fim de um hiato de 10 anos sem novidades.
A franquia é conhecida pelos combates intensos entre mechas, com grandes possibilidades de customização e bom nível de dificuldade, e isto não é diferente para Armored Core IV. A convite da Bandai Namco, o Mega teve a oportunidade de conferir o game na íntegra – acompanhe nossa crítica abaixo.
Um mundo de mercenários
A história de Armored Core VI se passa no planeta Rubicon 3, lar da fonte de energia conhecida por Coral, capaz de aumentar a capacidade tecnológica da humanidade para níveis muito além do esperado. Porém, o poder da Coral era muito grande, o que acabou causando um evento cataclísmico e incendiou todo o sistema estelar. O game acontece cerca de meio século após este evento, quando a humanidade redescobre a Coral e tenta, mais uma vez, ter controle deste recurso tão poderoso.
É neste cenário que o jogador entra, controlando um mercenário independente piloto de um Armored Core, um robô de combate gigante com grande capacidade de personalização e adaptação. Ao se infiltrar em Rubicon 3, o jogador passa a assumir trabalhos para diferentes mega corporações e grupos de resistência, lutando contra oposições, em sua maioria, compostas ou por máquinas automatizadas ou por outros mercenários a bordo de diferentes Armored Core.
O game é dividido em missões que o piloto precisa realizar para seus empregadores, que costumam ser bastante curtas, principalmente se o jogador já sabe o que está fazendo. Sua história é contada de forma direta entre essas missões, através de transmissões e de mensagens, bastante diferente do padrão FromSoftware de enredo.
Apesar de ter uma história interessante e bem contada, o que torna o jogo verdadeiramente atraente, neste cenário, são suas diferentes mecânicas de combate.
Combate complexo e recompensador
O grande trunfo de venda de AC VI é seu combate: de acordo com a própria FromSoftware, o game foi aprimorado pelo conhecimento adquirido pelo estúdio desenvolvendo outros jogos de ação, como Dark Souls, Bloodborne e Elden Ring. Porém, não se engane, Fires of Rubicon não é um jogo Souls, e conta com alguns elementos que o destacam completamente dos outros títulos da FromSoftware.
- Movimentação omnidirecional
Um dos pontos principais do combate é a movimentação omnidirecional: diferente de seus parentes de estúdio, AC VI depende muito da capacidade do jogador em se movimentar em 360º, considerando, também, a movimentação vertical na hora de atacar ou defender. Para isso, os mechas possuem propulsores, permitindo acesso a voos, mesmo que relativamente curtos.
Esta adição de plano na movimentação torna o controle dos Armored Core extremamente não-natural a princípio, principalmente se o jogador não tem experiência com esse tipo de movimentação. Porém, no momento em que o jogador entende como controlar seu mecha e incorpora a mentalidade de análise completa dos arredores, o combate se torna surpreendentemente prazeroso.
- Personalização
O segundo ponto mais importante está na vasta coleção de peças para os mechas que podem mudar completamente a gameplay. Ao acessar a loja de peças entre missões, o jogador tem acesso a diferentes tipos de itens que não só mudam o padrão de ataque dos Armored Core, mas também afetam sua velocidade, sua forma de movimentação e até mesmo seu próprio estilo de combate – por exemplo, ao utilizar pernas mais pesadas, o mecha vai ter a tendência de ser mais lento, melhorando sua resistência a ataques; mude para pernas leves, e sua movimentação passa a ser mais veloz, aumentando a capacidade de desvio.
Dentre as peças disponíveis, o jogo conta com diferentes tipos de partes inferiores, armas para os dois braços do robô – que variam entre uma variedade de armas de fogo e de espadas a laser – armas para os ombros de robô – geralmente algum tipo de lança-foguetes – e mais. Além de lidar com os atributos de ataque, defesa e outros, o jogador precisa prestar atenção no limite de peso do AC na hora de considerar seus upgrades.
A capacidade alta de customização é importante pois AC VI é um jogo feito para múltiplas tentativas: mesmo que, no geral, os inimigos simples e os sub-chefes sejam relativamente fáceis, os chefões de fases geralmente exigem uma análise maior, fazendo com que ser derrotado para retornar ao menu e trocar sua build para algo mais condizente com a situação seja não só inteligente, mas necessário na maioria das vezes.
- Quantidade de informações
Por fim, vale o destaque para as informações que estão na tela a todo momento: cursor de mira, quantidade de munição para os diferentes tipos de armas de fogo, energia para voo, barra de resistência e de HP, quantidade de itens de cura, indicação de pontos de interesse e de interação e mais.
Apesar de parecerem poucos, com o decorrer do game percebemos que esses números todos são extremamente necessários para entender sua posição em cada situação de combate, ajudando no planejamento de como derrotar seus inimigos em tela.
Cenários simples e de pouca exploração
Devido ao altíssimo foco no combate, a parte visual de AC VI não é exatamente uma obra de arte, e isso não é demérito nenhum. Seus cenários são bastante sóbrios, condizente com o status de mundo pós-calamidade em que o game se passa.
Boa parte de suas missões se passam em cenários pequenos e são curtas, com objetivos claros e diretos: por conta disso, a exploração não é algo extremamente importante no game. Apesar disso, existem missões em cenários maiores, onde é possível sair um pouco do caminho linear e encontrar coisas como ACs destruídos com informações e peças que não estão disponíveis na loja.
Mesmo assim, é interessante notar a qualidade de certos elementos, como os destroços presentes em certas fases, que possuem boa quantidade de detalhes e mostram o carinho que o game recebeu de seus desenvolvedores.
Veredito
Fires of Rubicon é um jogo do tipo difícil de entender mas divertido de masterizar, e que definitivamente não é para todo mundo. As diferentes possibilidades de combate abrem caminho para uma boa variedade de estilo de jogos contemplados: se você gosta de jogar como um tanque que varre tudo em seu caminho, AC VI torna isso possível; se você prefere ser do tipo mais veloz, também é facilmente alcançável; se você só quer controlar um robô gigante com uma belíssima espada a laser em uma mão e uma metralhadora de alta destruição na outra, você também está no lugar certo.
Porém, o tempo necessário para ficar confortável com o jogo, principalmente com a movimentação e com a dificuldade de certos chefes, pode ser um problema para quem só procura uma diversão mais casual.
O visual do game não é extremamente chamativo, mas faz seu trabalho em ajudar a estabelecer Rubicon 3 como um mundo plausível – a parte sonora do jogo, particularmente, é um bom destaque, com efeitos sonoros dos combates sendo muito bem executados pelos desenvolvedores.
Uma parte negativa do game é a falta de opções de acessibilidade: o jogo não possui mudança de tamanho de fonte, por exemplo, mantendo seus textos com um tamanho incomodamente pequeno, além de não ter configurações de audiodescrição, diferentes contrastes de cor e outras opções que deveriam ser padrão na indústria.
Armored Core VI Fires of Rubicon está disponível para Playstation 4 e 5, Xbox One e Series X|S, e PC, contando com legendas em português-brasileiro.
Chave para review cedida por Bandai Namco Entertainment