Blasphemous 2 foi lançado no final de agosto de 2023, sendo desenvolvido pelo estúdio The Game Kitchen e distribuído pela Team17. O título chegou para as plataformas Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC. Com uma história carregada com um background religioso, o segundo game da franquia adiciona novas mecânicas em cenários bem trabalhados.

Narrativa

Sua narrativa mostra a volta do Penitente, não o mesmo do primeiro jogo, mas um novo no mesmo mundo, na terra de Cvstodia. Seguindo uma fórmula básica, devemos eliminar os líderes do culto que dominam a localidade e reestabelecer a predominância do milagre.

Por mais seja um plano de fundo para esta macabra aventura, é elogiável o desenvolvimento do universo como um todo. Quando lido com atenção, os diálogos conseguem explorar bem os personagens que existem neste mundo, aprofundando e deixando mais complexa uma história que perderia muito conteúdo caso permanecesse em uma estrutura superficial.

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Mapas e Gameplay

Seguindo a lógica dos jogos metroidvanias, Blasphemous 2 apresenta sua exploração bastante semelhante ao primeiro game, com a diferença que o avançar nos mapas não levam somente a novas habilidades e upgrades, mas também a novas armas. Isso porque, quando começamos a campanha podemos optar por uma de três armas: Centella, Veredictoe Sarmiento e Ruego Al Alba. Elas são caracterizadas por:

  • Centella: um kit de duas espadas caracterizadas por ataques rápidos e vinculada a eletricidade;
  • Veredictoe Sarmiento: uma bola de ferro que possui habilidades de fogo;
  • Ruego Al Alba: Uma espada vinculada a sangue e semelhante a espada Mea Culpa do primeiro game.

Além de habilidades e ataques distintos, cada uma delas permite acesso a áreas especificas do game. Assim, sendo funcionais para a resolução de puzzles, exploração de novas áreas e um forte fator de quais áreas o jogador terá acesso primeiro. Durante a exploração é necessário encontrar as outras duas armas para avançar nos cenários.

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Voltando aos mapas, eles se apresentam memores em extensão em relação ao primeiro game, mas não menos interessantes. Cada um apresentando seu bioma e ambientação distinta, também estão recheados com inimigos bizarros e um pouco repetitivos. Os chefes apresentam design e movimentações únicas e se mantém bem desafiadores.

Na gameplay é passível de crítica a dificuldade do game. Por mais que a proposta seja mesclar mecânicas de metroidvania com soulslike, o segundo título flerta mais com o primeiro gênero citado. Permitir que o jogador pudesse escolher uma forma menos punitiva de jogar não seria um demérito, mas sim, uma forma de ampliar eu público ao torna-lo mais acessível.

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Visual e trilha sonora

Se a gameplay e mapas chamam a atenção, a trilha sonora e a ambientação é parte fundamental para a imersão dos jogadores. Com ambientações 2D que trazem como inspiração localidades da Espanha, os cenários são detalhados e dignos de admiração, também trazendo elementos do catolicismo europeu e evocando elementos do gótico e renascentismo. Uma aspecto muito importante é a beleza visual apoiando a gameplay, que no caso aqui se mostra ao deixar claro pontos acessíveis e sinais gráficos não explícitos que induzem a exploração.

A trilha sonora se enquadra nestes elementos adicionando a tensão com composições certeiras para situar o clima de forma exata. Por exemplo, a escolha de uma trilha sonora mais melancólica e desesperançosa, como na  Cidade do Santo Nome, e mudando sua intensão em batalhas com faixas que provocam desde urgência.

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Veredito

Blasphemous 2 dá uma boa continuidade ao primeiro game e adiciona mecânicas muito interessantes.  A variedade de armas gera combates ágeis e puzzles interessantes que normalmente levam a recompensas impactantes no game. Os mapas são variados e não muito longos, porém os inimigos são repetitivos. A trilha sonora combina bem com o design visual, conseguindo criar um clima que transmite toda a estranheza que narrativa se propõe.

 Em relação a sua dificuldades, assim como o primeiro game, ele se mantém bastante desafiador, porém mais focado nos aspectos de metroidvanias. A adição de outras dificuldades seria muito bem vinda. Sua ganmeplay funciona bem e apresenta não só batalha memoráveis, mas também explorações divertidas e descobertas de habilidades recompensatórias.

*Chave cedida pela Team17

Veja também:

REVER GERAL
Narrativa
Gameplay
Trilha sonora
Ambientação
Direção de arte
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e jornalista.
critica-blasphemous-2-e-um-metroidvania-ambiciosoBlasphemous 2 dá uma boa continuidade ao primeiro game, sendo uma continuação direta, mas ao mesmo tempo apresenta uma história independente que se passa no mesmo universo. Sua gameplay é boa sua trilha sonora e design é marcante. Sem dúvida uma indicação certa!