As hqs de The Witcher, fruto da parceria da CD Projekt Red com a Dark Horse Comics, já se mostraram um sucesso e no início de 2024 foi anunciada The Witcher: Corvo Bianco. Diferente das edições anteriores, esta história foi dividida em cinco partes e não quatro como as anteriores. Quando falamos em sua equipe criativa temos no roteiro Bartosz Sztybor, nas artes e letras Corrado Mastantuono, Matteo Vattani e Hasan Otsmane-Elhaou.

Para os fãs dos jogos somente o título já é um indicativo da localidade em que a narrativa se passa e quais tons podemos esperar no desenrolar da trama. Mas a história é tão previsível assim? Como Geralt está em relação a sua atuação como bruxo?  Vem conferir mais detalhes da história. Esta análise é livre de spoilers.

Era uma vez

Tendo seu primeiro fascículo lançado em maio de 2024 e finalizada em dezembro do mesmo ano, a história de Corvo Bianco se passa próximo a região de Beauclair , que é a capital do ducado de Toussain, e mostra Geralt aposentado de seus afazeres de bruxo vivendo com Yennefer e produzindo vinho. Entretanto sua paz é perturbada após um nobre, chamado Lord Bolius, enviar seus capangas para requerer a posse da terra.

Após um embate inicial entre Geralt, Yennefer e os capangas, todos são levados até a Duquesa Anna Henrietta, que cedeu as terras ao bruxo graças a serviços prestados ao ducato. Vendo a situação, Bolius propõe um acordo: Geralt e seus capangas devem resgatar seu filho que foi amaldiçoado e está preso, sendo dado às terras que teoricamente são suas em troca. Sem muita opção Geralt volta a ativa para a nova missão.

Corvo Bianco 1

A partir deste plot a história tem início e desdobramentos bastante interessantes. Personagens inusitados que aparecem no caminho, alianças improváveis e até mesmo um velho conhecido de quem jogou as DLC’s de The Witcher são elementos presentes na narrativa. Assim, ela se mantém consistente e despertando interesse a cada fascículo lido. 

Em relação a sua localização temporal, a história mostra um Geralt que vive em paz ao lado de Yennefer e tem como tarefas diárias a produção de vinho e matar os monstros que invadem sua plantação. Dentro deste cenário, fica claro que a história se passa após Blood and Wine, até mesmo porque as terras que agora são suas foi o presente dado no final da DLC. Inclusive, em um momento vemos a sala de armas e armaduras do bruxo.

Arte clara e pacífica

Em relação a arte, ela se mantém como uma boa qualidade tal qual das histórias publicadas anteriormente. As representações da região de Toussain remetem bastante ao que é visto no game, o que é excelente para os jogadores e consegue expor toda a exuberância visual do ducado.

Por sua vez, as cores apresentam o contraste que existe na região: toda sua beleza arquitetônica, tramoias políticas e ambições representadas em tons pastéis. Esse tipo de representação também é feita em Wild Animal para diferenciar os núcleos antagônicos e expor posicionamentos. Aqui, ao seguir um padrão, e o antagonismo ser representado apenas pela parte de de Lord Bolius, as cores deixam a sensação de uma paz frágil e agressiva.   

Corvo Bianco 4

Entrelinhas

Quando analisamos os subtextos presentes no quadrinho, o material trabalha seu roteiro com foco na questão da ganância e obtenção do que deseja a qualquer custo. O tema é trabalhado de forma bastante humana, porém mais focado na ação do que nas histórias anteriores.

Por exemplo, em Wild Animals tivemos muita ação, mas com um tempo um pouco maior para desenvolver as relações dos personagens e suas motivações. Já em Fading Memories temos muita pouca ação e diálogos mais voltados para um aspecto reflexivo. Em Corvo Bianco, é apresentado certo nível de desenvolvimento no diálogo dos personagens, porém se mistura a ação com intervalos bem curtos.

Tal forma de abordar os personagens e situações passam uma sensação de maior agilidade na história, mas também torna um pouco mais superficial. O que pode ser interessante quando comparamos essa abordagem nos roteiros com a paz instável transmitida pelas cores pastéis de Toussain, assim, combinando o cerne da história e seu visual.    

Veredito

The Witcher: Corvo Bianco é uma recomendação certa para os amantes de quadrinhos e fãs da franquia. A história é consistente, divertida, sua arte é caprichada e carrega a essência do universo de The Witcher. Entretanto, a aparição de um personagem que catalisa toda a história pode deixar dúvidas nos ingressantes da franquia. Talvez ser mais explícito em quem é esse personagem poderia ser um bom complemento para quem não jogou The Witcher 3 ao invés de deixar no campo de “fica subentendido”.

REVER GERAL
Roteiro
Arte
Cores
Referências
Ambientação
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e jornalista.
critica-com-volta-de-vilao-iconico-the-witcher-corvo-bianco-retoma-blood-and-wineThe Witcher: Corvo Bianco é uma recomendação certa para os amantes de quadrinhos e fãs da franquia. A história é consistente, divertida, sua arte é caprichada e carrega a essência do universo de The Witcher.