Deck of Souls foi lançado em 20 de junho de 2024, sendo desenvolvido pela Big Booty Studios e publicado pela HeroCraft PC para PC (via Steam). Com uma proposta ousada, o game apresenta as conhecidas e populares mecânicas de roguelike, porém adiciona elementos de deckbuilding, RPG e elementos que caracterizam jogos como soulslike.

Entre os elementos que são hoje caracterizados com souls está a forma de contar sua história. Sim, o jogo possui uma narrativa, porém é contada a conta gotas e principalmente entre os diálogos que temos com os chefes e subchefes que enfrentamos durante a jornada. De forma geral, essa escolha funciona bem e combina com a mecânica roguelike que é proposta para o avanço no game.

Mapas e visuais

Apresentando uma visão 2D, Deck of Souls traz gráficos pixelizados e bem trabalhados. Tantos os protagonistas, NPCs e inimigos apresentam detalhes interessantes que os diferenciam e os tornam marcantes. Inclusive, entre os inimigos temos muitas inspirações em mobs que encontramos nos jogos da From Software. Por exemplo, durante nossas runs podemos encontrar um baú para ser aberto, nele podemos encontrar itens, porém ele também pode se revelar um perigoso Mímico.

Ainda sobre o visual, é interessante ver como o game é bem ambientado e mostra constância no design de suas fases. Para finalizar o game navegamos por 4 mapas, sendo cada um deles finalizado por um chefe cujo combate se desenvolve em duas fases. Cada mapa é bastante característico e de certa forma carrega a temática do inimigo que será enfrentado no final. Assim, criando um clima que dialoga bem com a forma que sua narrativa se desenvolve e passa para o jogador uma ambientação cativante.

Quanto ao avanço no mapa, ele funciona aos moldes de Slay The Spire ao aplicar uma navegação por pontos que designam combate, update (que são realizados em estátuas aos moldes da bonfire e permitem realizar update de atributos), interações aleatórias e melhoria de itens. 

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Reprodução/HeroCraft

Mecânicas de Combate

Todo o combate do game se desenvolve em torno da utilização das cartas para dar dano e se defender dos inimigos. Ao vencer podemos escolher uma nova carta para a construção e melhoria do nosso baralho, sendo a estamina utilizada como recurso para colocar nossas cartas em campo. Também, a cada vitória ganhamos pontos para a realização de update – que seriam equipados a almas dos games souls – e experiência que preenche uma barra que ao ficar cheia habilita uma nova habilidade passiva.  

O combate acima é enriquecido com as classes dos personagens que podemos escolher. Inicialmente temos liberado apenas o cavaleiro, porém a cada tentativa que realizamos são ganhos pontos de experiência equivalentes ao nosso progresso que liberam novas cartas, itens e classes. Podem ser liberadas as classes de Mago e Ninja, sendo cada uma delas bastante características e se relacionando de forma mais eficiente com um tipo de carta. 

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Reprodução/HeroCraft

As diferentes classes e suas interações com as cartas, permite que o jogador crie diferentes estratégias que podem ser caracterizadas como builds para a run. Por exemplo, um cavaleiro pode jogar baseado em cartas de dano, bem como pode buscar aumentar seu escudo para causar dano baseado na quantidade acumulada. Por outro lado, o mago tem prevalência de cartas instantâneas que podem ser usadas sem custo ao cumprir alguns requisitos. 

Entre os destaques do combate está o seu desafio, que se mostra bastante estratégico e cadenciado. Tal qual suas referências, ele pede que o jogador entenda a hora de atacar e defender, bem como quando combar as cartas para criar combos e causar a maior quantidade de dano possível de uma única vez.

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Reprodução/HeroCraft

Mais elementos souls?

Temos classes, cartas e deckbiuld, mas onde mais elementos de RPG e souls se misturam ao game? Bom, essa pergunta pode ser respondida com a distribuição dos pontos ganhos em atributos. Estes mesmos atributos que também influenciam nos equipamentos que podem ser carregados, na sua escolha de cartas e no impacto que eles causam no combate.

Desta forma, a depender da classe do nosso personagem distribuir mais pontos em um atributo do que em outros é mais interessante para, por exemplo, causar mais dano com cartas de golpes físicos ou aumentar a carga máxima que podemos carregar. A combinação do update de atributos e o consequente impacto nas cartas é interessante e distingue o game de outros jogos de construção de baralho que se prendem somente as cartas.

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Reprodução/HeroCraft

Veredito

Deck of Souls traz uma proposta criativa e que chama atenção ao misturar elementos de roguelike, deckbuild e soulslike de forma inteligente e eficiente. A variedade de classes, mesmo que seja apenas 3, unido a quantidade de cartas proporciona alta rejogabilidade e possibilita diferentes builds que fazem jus as referências propostas.

Visualmente o game é caprichado e os inimigos se mostram variados. Ainda sobre os inimigos, destaca-se as batalhas contra chefes que se estruturam em duas fases com diferentes comportamentos. Assim, exigindo bastante leitura de jogo do player.

Vale muito  apena conferir o game, ainda mais que por misturar uma série de elementos tem chance de agradar a diferentes públicos que irão se surpreender com a proposta.

*Chave para review enviada para PC pela HeroCraft PC

REVER GERAL
Enredo
Gameplay
Efeitos sonoros
Ambientação
Direção de arte
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Jogador de Gwent for fun e Mestre em Ciência da Computação.
critica-deck-of-souls-apresenta-mistura-inusitada-coerente-e-divertida-em-sua-gameplayDeck of Souls traz uma proposta criativa e que chama atenção ao misturar elementos de roguelike, deckbuild e soulslike de forma inteligente e eficiente. A variedade de classes, mesmo que seja apenas 3, unido a quantidade de cartas proporciona alta rejogabilidade e possibilita diferentes builds que fazem jus as referências propostas.