Após fechar o último capítulo de uma grande saga em Endwalker, Dawntrail é a mais nova expansão de Final Fantasy XIV que nos apresenta o “Novo Mundo”, nossas merecidas férias em um paraíso tropical e também a boa e velha aventura de descoberta a moda antiga, sem o peso de ter que salvar o mundo dessa vez.
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Tural é o grande continente que seria o equivalente às Américas do mundo real, e como os navegantes do passado, o nosso Guerreiro da Luz vai conhecer essa nova terra e também conhecer seu povo e a cultura desse lugar que se desenvolveu tanto quanto o resto do mundo, mas em total isolamento.
O nosso convite para Tural parte de uma das candidatas ao trono, Wuk Lamat, uma dos quatro candidatos ao trono e que deseja preservar a grande era de paz que seu pai adotivo instaurou no continente 80 anos antes e para isso precisamos da ajuda do guerreiro da luz no rito de sucessão do trono.
Rito este que é uma grande corrida por todo o continente em busca da cidade dourada onde cada candidato ao trono terá que passar por 7 desafios especiais para chegar lá.
As Vistas Familiares do Novo Mundo
E durante essa grande corrida somos apresentados à Tural, o novo grande continente que representa as Américas e apresenta muita influência das culturas pré-colombianas, mas também um pouco da influência dos biomas brasileiros nas áreas mais ao sul e também há uma piscadela para o Velho Oeste nas áreas mais ao norte.
Enquanto Kozama’uka e Yak Tel são biomas muito com uma carinha mais brasileira de florestas mais densas e regiões formadas por rios, Urqopacha já apresenta uma região montanhosa que traz imediatamente a imagem das paisagens do Peru à mente. Shaaolani por sua vez é uma área dedicada inteiramente ao velho oeste com seu deserto avermelhado, cowboys, xerifes e até uma ferrovia própria.
Dando espaço para o novo elenco
Quando se trata de Final Fantasy XIV, a história é de longe o maior foco do jogo. Cada elemento de FFXIV é permeado por ela e cada nova expansão é como se fosse um novo jogo singleplayer de alta qualidade com suas 30h – 40h sendo adicionado ao grande pacote do MMO. O jogo realmente faz por merecer tocar os créditos ao final de cada expansão e não é diferente com Dawntrail.
Mas dessa vez o nosso protagonista, o guerreiro do luz, acaba ficando um pouco mais de lado com o grande foco sendo no desenvolvimento de Wuk Lamat e seu crescimento para se tornar a rainha de uma grande nação com cada etapa do rito de sucessão e acompanhamos ela quase que como um mentor tanto em combate quanto em como lidar com as novas responsabilidade que ela terá.
Infelizmente alguns outros personagens também acabam de lado como os Scions of The Seventh Dawn que continuam sendo nossos companheiros desde A Realm Reborn até hoje.
Até então FFXIV havia feito um ótimo trabalho de manter cada membro dos Scions com uma voz ativa, sendo parte da história, participando e se desenvolvendo nesse mundo, mas com Dawntrail isso acabou perdendo muita força, sendo os Gêmeos Leveilleur as maiores vítimas disso. Acompanhando o protagonista e Wuk Lamat por toda a expansão e raramente tendo diálogos divertidos ou deixando a marca das suas personalidades nos eventos da história.
Dá pra sentir que os desenvolvedores de Final Fantasy XIV perderam a oportunidade perfeita de apresentar um novo elenco de NPCs que poderia ser tão icônico quanto os Scions em Dawntrail.
Viper e Pictomancer
Como padrão, todos os jobs receberam atualizações de todos os níveis de complexidade. Tanto alguns que apenas receberam mais botões e habilidades que complementam o kit anterior quanto jobs que tiveram parte de seus sistemas revisados. No entanto, grande parte deles apenas adicionam mais à base extremamente sólida que foi estabelecida em Shadowbringers.
A nova expansão traz para o jogo dois novos jobs na função de DPS. O novo job que é a cara da expansão sendo Viper, que é original de FFXIV e a mais nova adição à ordem de magos no jogo com o Pictomancer, que tem suas origens com a Realm de Final Fantasy VI.
No caso do Pictomancer, ele trás uma dinâmica meio única pros magos do jogo onde cada passo do seu combo mágico pode ser usado alternadamente entre habilidades com alvos individuais ou com efeito em área e instiga um pouco mais o senso de gerenciamento de recursos já que ele consegue acumular várias cargas de várias habilidades poderosas ao mesmo tempo.
A mecânica principal do Pictomancer acaba sendo os seus desenhos e “motifs”, pintando características de monstros, armas ou paisagens nos seus quadros e trazendo esses conceitos a vida com os mais diversos efeitos, dando muita flexibilidade para o job e mais carne para os jogadores mais estratégicos comerem.
Já o “tchan” do Viper seria, finalmente, ter um job no jogo que utiliza de duas armas ao mesmo tempo e não satisfeito, ainda pode alternar entre a forma de manejo duplo ou a forma de “lâmina dupla” onde ele funde as duas espadas pelos pomos formando uma só arma.
Porém, ao contrário do que você pode esperar, o gameplay de Viper não gira em torno de ter uma fase específica para cada forma da sua arma, mas sim na sua capacidade de alternar entre essas formas com sua estrutura única de combos para gerar inúmeros buffs diferentes.
A “segunda parte” do job fica por conta do estado de Reawakening, onde o Viper tem acesso a um combo extremamente rápido e poderoso que é o grande ápice da sua rotação de habilidades.
Infelizmente o Viper acaba sendo mais uma classe que sofre um pouco por não termos servidores dedicados na América Latina por conta do próprio Reawakening e sua habilidade irmã que deve ser usada entre cada ataque.
Pra Gringo Ver
Uma série de infortúnios é causada por conta da alta latência na conexão, desde não sermos capazes de desviar de ataques em área e até não conseguirmos utilizar os kits dos jobs da forma como foram feitos para serem usados. Muitos jogadores no PC inclusive se veem sem muita escolha a não ser utilizar de programas de terceiros para poder aproveitar os conteúdos mais focados em dificuldade e coordenação entre os jogadores para garantir uma experiência meramente mais tolerável.
Já os jogadores no console não possuem a mesma sorte já que não há acesso a essas ferramentas de terceiros e também há um delay bem mais considerável no console em relação ao PC e isso é realmente uma pena já que a equipe de FFXIV finalmente conseguiu lançar uma versão do jogo para o Xbox alguns meses antes do lançamento da nova expansão.
Há uma luz no fim do túnel, pelo menos. Em declarações anteriores ao lançamento de Dawntrail, o time de desenvolvimento do jogo já mencionou terem estudado a possibilidade de adicionar data centers na nuvem e, apesar de não ser a solução ideal, já seria um grande passo na mitigação desse problema mesmo que ainda não tenhamos idéia de quando isso vai ser implementado.
Infelizmente, Final Fantasy XIV mesmo após mais de 10 anos em atividade ainda não possui qualquer nível de localização nem para o português brasileiro e nem para o espanhol.
Dawntrail é a “nossa” expansão, mas não parece que Final Fantasy XIV vai ser mais facilmente acessível para América Latina tão cedo.
Muito Conteúdo por vir
Dawntrail está só no início da sua vida enquanto expansão. No momento que escrevo essa crítica o primeiro nível das raids de conteúdo endgame ainda não estão disponíveis e há muito conteúdo prometido durante a vida útil da expansão.
Novas quests especiais do Hildbrand, um novo modo de jogo chamado Cosmic Exploration, novas Criterion Dungeons, uma série de Alliance Raids baseada em Final Fantasy XI, um novo job limitado que será o Beastmaster e até mesmo mais um modo de Field Operations (similar à Eureka e Bozja) baseando no Triângulo das Bermudas. Muita coisa está sendo preparada para manter os próximos dois anos de atualizações do jogo.
Veredito
Nenhuma avaliação é final quando se trata de um MMORPG e seu ambiente que sempre muda, cresce e com Dawntrail não é diferente. No lançamento da expansão os principais conteúdos que temos acesso é a campanha principal, novos jobs e nova raça jogável a variação feminina dos Hrothgar.
Contudo, Dawntrail é um grande primeiro passo para o futuro que aguarda além da saga de Hydealyn e Zodiark. Sempre entregando uma longa campanha que te deixa ansioso pela próxima vez que você vai poder jogar, apesar de todos os seus pequenos defeitos e dificuldades de localização que eu fiz questão de puxar a orelha nessa crítica. É uma aventura extremamente prazerosa de acompanhar e que se mantem super divertida até o final e abre muitas portas para o futuro desse grande e vasto mundo.
Final Fantasy XIV: Dawntrail já está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series e PC
