Lançado no último dia 10 para Playstation, Switch e PC, Freedom Wars Remastered traz de volta um dos xodós da era do PS Vita.

A nova versão do game foi produzida pela Dimps Corporation, mesmo estúdio responsável pelo jogo em seu lançamento original em 2014. Na época, Freedom Wars foi o segundo maior lançamento first-party da história do Playstation Vita no Japão em termos de venda, consolidando a franquia como uma das mais rentáveis do console.

Após 10 anos de seu lançamento, o game retorna com uma versão Remastered que entrega, essencialmente, a mesma experiência do título original – e que nós, do Mega, tivemos a oportunidade de testar na íntegra a convite da Bandai Namco, que publica o jogo.

Tudo pela Panopticon

Em 102014, a superfície da Terra já não é mais habitável. Para continuar viva, a humanidade se mudou para o subterrâneo do planeta e, com o tempo, as Panopticons nasceram: cidades-Estado que fazem com que seus cidadãos contribuam para o sustento e crescimento da sociedade em troca de proteção e condições habitáveis de vida.

Devido ao estado de ruína do mundo, recursos são escassos, e isso leva a guerras constantes entre Panopticons. Essas guerras são lutadas pelos criminosos de cada cidade, que são obrigados a contribuir para pagar por seus crimes – mesmo que, na maior parte das vezes, o crime seja algo tão básico quanto ter nascido.

É neste contexto que o protagonista é inserido, cumprindo uma sentença de 1 milhão de anos e que, na tentativa de diminuir seu tempo de punição e subir de vida dentro do seu Panopticon, irá esbarrar em segredos que ele não deveria saber.

Freedom Wars Remastered
Reprodução: Dimps Corporation

Um jogo de ação sem tanta ação assim

Freedom Wars é um game de ação no sentido mais simples da palavra, onde os jogadores controlam um personagem completamente customizável e engajam em batalha em terceira pessoa com ataques que mudam seu estilo dependendo da arma escolhida, variando entre curta e longa distância.

O grande diferencial em termos de combate é o uso dos Espinhos, chicotes que tem diferentes tipos e uso como ataque, defesa e suporte. Essa mecânica também tem grande aplicação na movimentação, sendo possível lançar esses chicotes em diferentes direções para escapar ou se aproximar de um inimigo rapidamente.

Essas mecânicas são aplicadas em missões onde o jogador precisar limpar uma área de inimigos, enfrentar um oponente gigante ou resgatar civis presos no campo de batalha, com muitas vezes sendo uma mistura dessas três possibilidades.

Infelizmente, esse loop de gameplay não é mais tão atrativo quanto há dez anos: o jogo inteiro passa a sensação de ser um grande círculo entre missão de combate para diminuir o tempo de prisão e poder explorar os arredores da Panopticon para progredir a história e chegar em outra missão, sem mostrar nenhum tipo de inspiração para algo a mais.

Freedom Wars Remastered
Reprodução: Dimps Corporation

Nós contra eles

O elemento mais fora da curva que o jogo apresentava no lançamento original e que trouxe de volta para o remaster é a Liga das Panopticons: toda vez que iniciamos o jogo, podemos escolher fazer parte de uma das 47 Panopticons que o game possui, todas com nomes de prefeituras do Japão como Tóquio ou Quioto.

Como citamos, cada cidade batalha ferozmente por recursos e isso é traduzido em uma competição direta entre os jogadores de diferentes distritos na forma de uma tabela de classificação das cidades que mais possuem recursos.

Além de conseguir pontos nas missões comuns, os jogadores também podem invadir outros Panopticons e subjugá-los, tomando controle de sua produção. As cidades com maior pontuação ganham recompensas especiais, sendo uma forma interessante de manter uma comunidade engajada com o game.

Freedom Wars Remastered
Reprodução: Dimps Corporation

Veredito

Freedom Wars fez parte de uma geração de jogos que prosperou no ambiente portátil de consoles como o PS Vita ou o Nintendo DS mas que, mesmo com a boa base de fãs, não conseguiu modernizar seu estilo de gameplay com seu remaster, passando a sensação de ser apenas mais um dos muitos jogos com estilo de anime.

Claro que, quando pensamos em qualidade de produto, Freedom Wars entrega bons resultados, possuindo um estilo artístico e narrativo muito particular que incorpora bem a ideia de dever a sua vida para o Estado. Fatos como o personagem não ser capaz de deitar para dormir ou não poder correr por mais de dez segundos por vez sem ser multado expressa muito bem essa visão.

Mas somente a visão não sustenta o game, que acaba se tornando cansativo após as primeiras horas de jogo. Sua história não cativa o bastante, os comandos em exploração e combate não são dos mais inspirados, e seus personagens acabam sendo ralos demais, sem serem capaz de fazer o jogador se apegar a eles.

Vale destacar, pelo lado positivo, que o game está completamente localizado em português-brasileiro (mesmo que seus textos possuam pequenos erros de gramática e concordância aqui e ali). Além disso, o jogo também tem boas opções de acessibilidade visual, sonora e motora.

Freedom Wars Remastered
Reprodução: Dimps Corporation

Freedom Wars já está disponível para Playstation 4 e 5, Nintendo Switch e PC.

*Chave para análise para PC disponibilizada por: Bandai Namco

REVER GERAL
Enredo
Direção
Trilha Sonora
Jogabilidade
Design
Matheus
Fã de Yu-Gi-Oh!, Drakengard/NieR e Tomb Raider. Nas horas vagas, analista de Relações Internacionais e professor de inglês.
critica-freedom-wars-volta-a-vida-com-remastered-mas-nao-empolgaFreedom Wars fez parte de uma geração de jogos que prosperou no ambiente portátil de consoles como o PS Vita ou o Nintendo DS mas que, mesmo com a boa base de fãs, não conseguiu modernizar seu estilo de gameplay com seu remaster, passando a sensação de ser apenas mais um dos muitos jogos com estilo de anime.