Lançado para PC em fevereiro de 2024 e chegando para os consoles Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4 e PlayStation 5 em junho do mesmo ano, FROGUE coloca o jogador em um desafio curioso. Na proposta, o game desenvolvido pelo Wired Dreams Studio e publicado pela QUByte Interactive, mistura elementos de roguelike, bullet hell e batalha em turnos, o título proporciona um bom desafio para os jogadores.

Entre os elementos utilizados do roguelike está a gameplay mais punitiva e os mapas gerados de forma procedural a cada nova tentativa. Dito isso, vale ressaltar que quanto ao quesito narrativo o jogo não ganha profundidade devido a sua estrutura e referências mecânicas utilizadas.

Visual retro

Começando pelo seu visual, o game adota um estilo retro, mas com marcas suficientes para se localizar na geração em que deseja. Por exemplo, quando pegamos títulos que emulam outras gerações podemos ter maior pixelização e movimentos mais limitados.

Aqui, temos um caso de um jogo que toma alguns elementos do passado, mas adicionalmente também utiliza uma arte menos quadrada e com cores precisas para se situar como um título atual. Assim, fugindo em grande parte de um contexto de emulação.

A parte que retoma a emulação fica por conta do cenários de forma geral e os inimigos, que em sua grande parte são representados por polígonos mais característicos. Enquanto isso, nosso protagonista traz mais detalhes e cores para diferenciar dos demais padrões de cores.

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Reprodução/QUByte Interactive

Mecânicas opostas e complementares

Quando olhamos as mecânicas implementadas podemos pensar na contradição de bullet hell com batalhas em turnos. Como isso poderia se complementar e se mostrar coeso? Bem, a resposta é dada pela pausa (ou alguns delays) entre o ataque e o tempo que ele leva para atingir seu alvo, assim, dando ao jogador um tempo de reação que caracteriza a mecânica de turno.

Diferente do que é proposto em The Land Beneath Us, que utiliza turnos com movimentação simultânea entre o seu personagem e demais inimigos, em FROGUE temos a alternância delas. Assim, mesmo com uma grande quantidade de ataques iminentes, existe uma brecha para analisar o cenário e realizar seu ataque e movimentação. A combinação funciona de forma dinâmica e este intervalo não tira por completo a velocidade do jogo.

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Reprodução/QUByte Interactive

Entre os maiores diferenciais está o ataque não estar vinculado diretamente com a movimentação, isso porque, podemos arremessar nossa arma na direção do inimigo e ela não necessariamente o atingirá. Porém, ao realizar a movimentação do personagem a arma também irá se mover e poderá atingir um ou mais inimigos dependendo de suas movimentações. Este elemento enriquece a estratégia e diferentes abordagens para se utilizar nos diferentes cenários que devemos vencer na aventura.

Também é válido comentar sobre a amplitude das movimentações possíveis. Com nosso protagonista podendo se pendurar em qualquer um dos cantos do cenário é possível explorar toda a verticalidade e horizontalidade do ambiente.

Exploração mapa
Reprodução/QUByte Interactive

A mistura é boa?

FROGUE faz de forma interessante e criativa a mistura entre bullet hell, roguelike e turnos. Apesar de alguns elementos parecerem opostos, como é o caso de bullet hell e turnos, eles são usados para criar uma gameplay estratégica e que traz um desafio curioso para os jogadores, fazendo com com cada movimentação tenha ainda mais peso. Pela movimentação possibilitar a exploração do cenário tanto na vertical quanto na horizontal, apresenta uma boa utilização do espaço e diferentes abordagens para vencer os mobs inimigos.

Ainda sobre a gameplay, a dinâmica de arremessar sua arma e avançar, também avançando o ataque, é muito funcional e combina com a proposta de misturar diversos elementos. Sua estrutura de mapas gerados proceduralmente é variada e cumpre a proposta roguelike de cada tentativa ser única. O visual do jogo tem um estilo charmoso que remete ao retro, levando o jogador para gerações de console passada, mas com a arte bem trabalhada que o situa no tempo certo.

A indicação de FROGUE fica para aqueles jogadores que gostam de jogos que remetem ao retro, mas sem se perder completamente no tempo. Além disso, entender que a mistura traz um desafio de nível bom é essencial para curtir o jogo e aproveitá-lo ao máximo, assim, podendo curtir e se adaptar melhorar as dinâmicas de alternância entre estratégia e ataques massivos dos oponentes.

*Chave para review enviada pelo QUByte Interactive para Xbox Series

REVER GERAL
Gameplay
Visual
Ambientação
Variedade
Porposta
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e jornalista.
critica-frogue-e-uma-mistura-de-generos-bem-combinada-e-divertidaFROGUE faz de forma interessante e criativa a mistura entre bullet hell, roguelike e turnos. Apesar de alguns elementos parecerem opostos, como é o caso de bullet hell e turnos, eles são usados para criar uma gameplay estratégica e que traz um desafio curioso para os jogadores, fazendo com com cada movimentação tenha ainda mais peso.