Com lançamento marcado para 1 de fevereiro, Granblue Fantasy: Relink é o novo game da série desenvolvida pela Cygames.

O game é uma continuação de Granblue Fantasy, game para dispositivos mobile e navegadores lançado em 2014 e que também ganhou uma adaptação em anime disponível no canal da Cygames no Youtube e na Crunchyroll.

Com a ideia de expandir a história de Granblue, Relink é um RPG de ação que conta com múltiplos personagens jogáveis, combate hack ‘n’ slash e se baseia em diferentes tipos de missões para construir uma boa narrativa.

A equipe d’O Megascópio teve a oportunidade de conferir o game na íntegra com antecedência a convite da Cygames – confira abaixo o que achamos de Granblue Fantasy: Relink em uma review sem spoilers.

A história da tripulação da Grandcypher

Relink acompanha a tripulação celeste da Grandcypher: o mundo de Granblue possui embarcações que são capazes de voar, e quem geralmente compõe a equipe responsável por esses navios são chamados de tripulação celeste.

A bordo da Grandcypher conhecemos diversos personagens, sendo os principais o capitão – que pode ser um modelo masculino ou feminino baseado nos personagens do primeiro jogo, Gran ou Djeeta respectivamente, que também podem ter seu nome alterado – além de Vyrn, um pequeno dragão e melhor amigo do capitão, e Lyria, uma garota de cabelos azuis com poderes misteriosos.

Caso você esteja familiarizado com Granblue Fantasy, irá ver diversas caras conhecidas no elenco do jogo: Katalina, Rosetta, Io, Rackam e Eugen, personagens recorrentes no jogo e anime, estão no elenco principal do game e podem ser escolhidos a qualquer momento para compor a equipe do jogador na missão de encontrar a terra prometida de Estalúcia.

O game em si se passa no Mundo dos Céus, um conjunto de ilhas que flutuam no Espaço Celeste de Zegagrande, local protegido por poderosas criaturas chamadas bestas primordiais. Seu poder é tão grande que elas se tornam alvo da misteriosa Igreja de Ávia, que tem objetivos obscuros que podem mudar o rumo do Mundo dos Céus.

Granblue Fantasy: Relink
Gran e a tripulação da Grandcypher. Reprodução/Cygames

A equipe e o combate

A game é jogado através de uma equipe com quatro personagens: as missões principais precisam incluir o capitão como líder da equipe, mas missões secundárias e online são livres para qualquer formação. Além dos personagens já citados, os jogadores também tem acesso ao cartão de tripulação, que permite liberar novos tripulantes para a equipe – todos também de alguma forma relacionados com o primeiro jogo.

Cada personagem tem um elemento principal, variando entre vento, água, fogo, terra, luz e trevas, e seus ataques especiais costumam se basear nesse quesito. É importante lembrar disso pois os inimigos mostram fraquezas a elementos específicos durante os combates, e ter o personagem certo na equipe pode mudar o rumo das lutas.

Falando em lutas, aqui temos o principal elemento do game, que é o combate hack ‘n’ slash clássico em tempo real apoiado por combos que variam entre ataque leve e pesado, ataques especiais e personagens focados em ataques de perto e de longe. Dentre os destaques, podemos falar do ataque conectado, que preenche uma porcentagem toda vez que os personagens atacam juntos até chegar em 100%, quando o tempo congela para os inimigos e a equipe ganha aumento dos atributos temporariamente.

Um aspecto muito interessante é o Modo de Assistência, que funciona em diferentes níveis para auxiliar jogadores que ou não gostam ou tem algum impedimento com o combate rápido. Esse modo varia até a Assistência Completa, que permite que todas as ações durante as batalhas sejam feitas automaticamente, dando liberdade para o jogador poder apreciar a história independente do seu nível de habilidade ou de função motora.

Granblue Fantasy: Relink
O combate de Relink consegue ser bastante frenético. Reprodução/Cygames

Missões e narrativa

Como todo RPG, Relink é focado em histórias, tanto novas quanto antigas. Além das missões da história principal, os jogadores também tem acesso a dois grupos de missões, as Missões Paralelas e os Episódios do Destino. Essas missões podem ser de combate contra chefes da história do jogo, contra hordas de inimigos, de defesa de um ponto específico ou mesmo de exploração, e podem ser encontradas nas duas cidades disponíveis no game.

Nas Paralelas encontramos uma forma bastante sólida de farm tanto para recursos usados para forjar e melhorar armas, quanto para experiência usada para subir de nível, já que elas podem ser repetidas indefinidamente e podem ser jogadas de forma solo ou cooperativa online, lembrando até mesmo um pouco de como Monster Hunter costuma funcionar.

Já os Episódios dos Destinos contam histórias de todos os personagens do game, primeiro fazendo uma recapitulação da narrativa dos acontecimentos do Granblue de 2014 e depois acrescentando novos fatos acontecidos no Mundo dos Céus para conhecermos melhor o elenco, também oferecendo aumento de nível, de atributos e recursos.

Além disso tudo, a narrativa do game também é expandida no Diário de Lyria, onde encontramos diversas informações que coletamos ao longo do jogo sobre os povos, lugares, curiosidades e acontecimentos do mundo e universo de Granblue.

Granblue Fantasy: Relink
As Missões Paralelas também oferecem um ranking de classificação baseado nas performances dos jogadores. Reprodução/Cygames

Veredito

Relink é uma excelente pedida para o começo do ano, e mesmo possuindo um escopo menor de gameplay e não sendo um nome tão grande no mercado, não deixa nada a desejar para os outros JRPGs que também estão saindo nesta época.

Seus visuais são simples mas sólidos, pendendo mais para o lado anime e, por conta disso, sendo capaz de entregar personagens com estéticas diversas e cenários lindíssimos, mesmo que não seja uma grande exemplo de potência gráfica. A trilha sonora também segue a mesma linha, contando com algumas boas faixas energéticas que encaixam bem nos momentos mais altos da história.

Em termos de gameplay, o jogo tem bases bem trabalhadas, e não é possível passar a campanha inteira apenas apertando o botão de ataque leve e derrotar todos os inimigos: se faz necessário um certo entendimento de como os inimigos funcionam e como seus próprios personagens se portam em diferentes situações. Seus combos não são dos mais variados, mas quem se aprofundar nas mecânicas, certamente irá encontrar vantagens, principalmente contra os inimigos mais fortes.

Talvez seu ponto mais fraco seja, ironicamente, a história, que não oferece tempo o suficiente passado com a tripulação para que o jogador realmente se importe com os personagens a ponto de sentir as escolhas feitas pelo roteiro chegando na parte final do jogo. Essa relação melhora um pouco caso o jogador já conheça os personagens do Granblue anterior, mas ainda assim não é o bastante para tornar o enredo algo realmente interessante, apesar de seu potencial.

No quesito acessibilidade, o jogo faz um excelente trabalho com o Modo de Assistência, que permite que pessoas com diferentes dificuldades motoras ainda consigam apreciar o game. Além disso, o jogo também tem suporte a daltonismo e mapeamento completo dos controles, contando também com localização completa dos textos em português, mas com vozes disponíveis apenas em inglês ou japonês.

Vale mencionar que levamos por volta de 30 horas para terminar a história principal do game e tivemos alguns problemas de desempenho, com travamentos durante a gameplay ou mesmo com o jogo nem chegando a abrir algumas vezes e ficando travado em uma tela preta, a partir do capítulo 8 da história.

Granblue Fantasy: Relink
Relink é uma excelente pedida para esse começo de ano. Reprodução/Cygames

Granblue Fantasy: Relink estará disponível a partir de 1 de fevereiro para Playstation 4 e 5, e para PC via Steam.

Chave de review para PC recebida via Cygames

REVER GERAL
Direção
Enredo
Jogabilidade
Localização
Design
Matheus
Fã de Yu-Gi-Oh!, Drakengard/NieR e Tomb Raider. Nas horas vagas, analista de Relações Internacionais e professor de inglês.
critica-granblue-fantasy-relink-apresenta-mundo-coeso-e-gameplay-vicianteGranblue Fantasy: Relink é uma excelente pedida para o começo do ano, e mesmo possuindo um escopo menor de gameplay e não sendo um nome tão grande no mercado, não deixa nada a desejar para os outros JRPGs que também estão saindo nesta época.