Indiana Jones and The Great Circle foi lançado oficialmente 09 de dezembro de 2025, chegando para Xbox Series X|S e PC, inclusive já estando no catálogo do Game Pass em seu day one. Desenvolvido pela MachineGames e publicado pelo Xbox, o título era bastante aguardado não só por trazer a aventura de um querido personagem dos cinemas, mas também por ser o primeiro lançamento da Microsoft após a aquisição do conglomerado de estúdios da Actvision Blizzard.

Quando foi anunciado, a opção pela primeira pessoa ao invés da terceira foi um dos pontos que mais levantaram críticas. Porém, o desenvolvimento estava nas mãos do estúdio responsável pelos games mais recentes da franquia Wolfenstein (New Order, Youngblood e The New Colossus). Os títulos anteriormente citados se destacam por sua gamelay dinâmica e visual marcantes.

Mas será que vimos o mesmo em The Great Circle? Confira abaixo mais detalhes e nossa análise do game!

Localizando a história

Antes de qualquer coisa, é importante localizar que a narrativa de The Great Circle se passa entre os filmes Caçadores da Arca Perdida (1981) e O Templo da Perdição (1984), estes que são os dois primeiros longa metragens da franquia. Como é comum nos filmes, somos apresentados ao Dr. Henry Walton “Indiana” Jones Jr em busca de uma relíquia de um gato mumificado.

Não demora para os mistérios serem introduzidos na história, pois o item encontrado é roubado do museu da universidade, em que Jones é professor, por um homem gigante que deixou para trás um pingente misterioso. Assim, rapidamente e sem muitas firulas são introduzidos os conhecidos elementos de cultos misteriosos, organizações secretas e o combate aos soldados nazistas e fascistas que também estão atrás das relíquias.

Indiana Jones - 3
Reprodução/Bethesda

Um ponto muito importante na história como um todo é a compreensão das conversas e notas encontradas. Pelo jogo estar todo traduzido e dublado para o português do Brasil, a história se torna ainda mais acessível e atraente. Sobre a dublagem vale comentar que ela está muito bem feita, com destaque para Marcelo Pissardini na voz de Indiana Jones, Ana Maria Morais como Gina e Gabriel Claudino como o vilão Emmerich Voss.

Por se tratar de jogo que traz personagens filmes muito populares, a modelagem dos personagens estão impecáveis e em sua versão original também contam com grande elenco. Vale destacar que o protagonista foi modelado a imagem que Harrison Ford (com dublagem original de Troy Baker), o que cria maior vínculo com as histórias conhecidas a ponto de se encaixar ao cânone do personagem.

Indiana Jones China
Reprodução/Bethesda

Imersão em primeira pessoa

Um dos pontos mais questionados do jogo logo em seu anúncio foi sua gameplay. Felizmente, a escolha se mostrou promissora após mais mecânicas serem mostradas e com o jogo em mão ela se consolidou como a escolha ideal. 

Para aqueles jogadores que estavam com medo de se sentir no controle de um estranho, em momentos de escalada e pulos entre plataformas temos a alternância da câmera para a terceira pessoa. Assim, a dublagem é reforçada pelo visual do personagem, o que nos remete  a sensação de jogar como o arqueólogo mais famoso do cinema.

Exploração e pancadaria

Atuando em simbiose com a narrativa está a gameplay e sua estrutura de missões. Em relação a gameplay, nosso protagonista apresenta diversos truques, podendo agir de forma mais agressiva, utilizando disfarce para entrar em ambientes restritos e grande mobilidade ao utilizar o cenário – que tem um bom aproveitamento vertical e horizontal – para atingir seus objetivos.

Como arma principal, Indiana tem seus socos, revólver e o clássico chicote, que também é utilizado para escalar e puxar itens. Pelo disparo da arma chamar muita atenção, este é um recurso que deve ser utilizado com cautela, porém a arma também pode ser invertida e utilizada como um objeto de impacto. Dito isso, quase tudo no jogo pode ser um arma, pois candelabros, tochas, pás, instrumentos musicais, panelas e outros itens podem ser utilizados no combate.

Indiana Jones - 1
Reprodução/Bethesda

O combate com socos e empurrões é efetivo e traz uma grande mobilidade para o jogador. Além de diferentes formas de golpes, o jogador também pode se defender e realizar esquivas. Mas cuidado! Suas ações consomem a energia do personagem, o que traz um bom balanceamento e equilíbrio ao combate corpo-a-corpo.  

Indiana Jones - fight
Reprodução/Bethesda

Toda essa variedade é enriquecida pelos disfarces, que reforçam o aspecto stealth do game. Por exemplo, logo no primeiro mapa aberto (Vaticano) podemos encontrar o disfarce de padre e o uniforme dos camisas pretas (que era o nome dado às tropas do exército de Mussolini). A utilização de cada um nos permite acessar áreas sem sermos notados, porém podemos ser notados por superiores, o que mantém o desafio da missão, mas com as facilidades de passar batido por soldados da mesma patente que a sua.

Em relação às missões, elas são variadas e trazem uma variedade boa de objetivos. Entre o que podemos cumprir estão as missões principais, secundários  buscas por tesouro do cenário. O que mais impressiona é como a maior parte das  missões secundárias convergem bem e complementam a primária. Por ter este aspecto, elas não trazem aquele ar de objetivos genéricos e propõe objetivos desafiadores e estimulantes.

Leitura é fundamental

Indiana tem a típica mão de alface nos primeiros momentos do jogo, sendo facilmente derrotado e não causando tanto dano. Entretanto, podemos melhorá-lo de uma forma interessante e que combina com sua profissão de arqueólogo e professor: lendo livros.

Indiana Jones - 6
Reprodução/Bethesda

Em nossa jornada iremos nos deparar com livros que nos trarão melhorias de acordo com sua temática e que exigem o gastos os pontos ganhos ao tirar fotos, resolver sidequests e encontrar artefatos. Entre as melhorias podemos tornar o personagem mais forte, resistente a corridas mais longas, carregar mais itens, entre outros benefícios.  

O interessante é que por mais que o Indiana fique mais forte, ele não fica over power e o desafio do jogo é mantido. Assim, utilizar a furtividade continua sendo estimulado e os inimigos têm seu nível de dificuldade aumentado, não somente em quantidade, mas também porque a partir de certo ponto o uso de armas de fogo é mais recorrente e pode ser letal para nosso aventureiro.

picture
Reprodução/Bethesda

Visuais e desempenho

No tópico gráfico e otimização, o game pode ser considerado um exemplo para a nova geração de consoles. Durante a gameplay a variação de framerate é praticamente imperceptível, mesmo nos cenários mais detalhados e com grande quantidade de elementos. Caprichos visuais como o movimento da água, aplicação de reflexos e marcas que podem ser deixadas no ambiente são exemplos de capricho e boa utilização dos recursos durante o desenvolvimento.

Indiana Jones - egito
Reprodução/Bethesda

A questão da ambientação é um ponto chave para explorar todos os aspectos técnicos mencionados acima. Isso porque durante o game passamos por diversos mapas, nos quais três deles permitem uma exploração mais ampla e dois mais lineares. Em cada localidade podemos experimentar climas variados. 

Por exemplo, enquanto que o mapa do Vaticano é repleto de sidequests e representar uma região mais quente, no Himalaia encaramos o frio das montanhas em uma passagem mais linear focada 100% no desenvolvimento da narrativa principal.  

Resumo da aventura

Indiana Jones and The Great Circle não só impressiona pela fidelidade a franquia, mas também por apresentar gameplay polida e variada, missões primárias e secundárias que conversam bem entre si – estimulando para que sejam completadas –  e um visual digno de nova geração que se mantém estável, sendo praticamente imperceptível a transição de cutscenes para momentos de gameplay.

Quando falamos em desempenho, o game é extremamente competente e se mostra muito bem otimizado. A movimentação é fluida e a transição entre primeira e terceira pessoa sempre traz o jogador de volta ao arqueólogo mais querido dos cinemas. Também são destaques neste ponto a construção de ambientes e reflexos.

É impossível não indicar o game para todos os jogadores, pois ele chama atenção e cativa com seu tom bem humorado e divertido. Os jogadores de Playstation não precisam se preocupar, pois não ficarão de fora. O título chegará ao PlayStation 5 em 2025. Enfim, joguem Indiana Jones and The Great Circle, um dos melhores jogos lançados este ano!

*Chave para análise enviada para Xbox Series pela Bethesda

REVER GERAL
Narrativa
Gameplay
Ambientação
Trilha sonora
Visual
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e jornalista.
critica-indiana-jones-and-the-great-circle-e-a-fusao-perfeita-entre-cinema-e-gameplayIndiana Jones and The Great Circle não só impressiona pela fidelidade a franquia, mas também por apresentar gameplay polida e variada, missões primárias e secundárias que conversam bem entre si - estimulando para que sejam completadas - e um visual digno de nova geração que se mantém estável, sendo praticamente imperceptível a transição de cutscenes para momentos de gameplay.