Apresentando uma campanha bem enxuta comparado com os jogos antecessores, Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name se apresenta como uma grande recompensa para os fã que acompanham a jornada do Dragão de Dojima.
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Morreu, mas ainda vive
Assim como o nome sugere, Like a Dragon Gaiden (gaiden sendo a palavra japonesa para “conto” ou “história paralela”) cobre acontecimentos na vida de Kiryu partindo imediatamente após o final de Yakuza 6 e a maior parte da trama ocorre durante os acontecimentos de Yakuza: Like a Dragon.
Após adotar o nome Joryu para manter uma promessa realizada no final de Yakuza 6, acompanhamos o nosso protagonista exilado em um templo, ocasionalmente realizando trabalhos de guarda-costas em operações especiais para um grupo secreto do governo chamado Daidoji.
Por vezes esses trabalhos fazem com que membros da Aliança Omi (arqui-rivais do seu antigo clã mafioso) cruzem seu caminho, constantemente correndo o risco dos seus mais antigos inimigos descobrirem sobre sua nova identidade.
Like a Dragon Gaiden entrega uma campanha bem menor que a de jogos anteriores, durando cerca de 14 horas se comparado com a média de 25 horas que um “jogo completo” da franquia costuma entregar e essa é realmente a proposta do jogo. Ser a abertura perfeita para o retorno de Kiryu como personagem jogável no próximo título principal na forma de Like a Dragon Infinite Wealth.
Por um lado a campanha menor é algo bom, por vezes a trama de Yakuza costuma ficar “agarrada” em pontos da história que são apenas complicações no meio do caminho e não muito relevantes para o grande esquema das coisas.
Entretanto, isso não significa que a história de The Man Who Erased His Name é plenamente “agradável”. Grandes porções da campanha do jogo é preenchida com um bocado de grind de atividades paralelas.
O que acaba compensando essas gordurinhas na campanha principal é a presença do elenco de apoio do jogo. Tsuruno, Shishido, Hanawa e Akame são novos personagens feitos unicamente para a campanha desse jogo e sempre enchem a tela nas suas interações com o nosso protagonista. De certa forma dá até pena que provavelmente não vamos ver esses personagens novamente em jogos futuros.
Melhorando o que já era bom
Like a Dragon Gaiden cobre um período da vida de Kiryu onde ele atua como um agente especial em Sotenbori, um distrito fictício de Osaka e também uma cidade recorrente da série. Infelizmente não há muitas novidades sobre a cidade no quesito geográfico, mas ao menos temos a grande adição que é a Rede Akame.
A Rede Akame é introduzida nesse jogo e é uma ótima mudança para a dinâmica de “mundo aberto” da série. Esse sistema une todas as substories, alguns encontros de combate, lojas especiais e até mantém registro da sua progressão em minigames e outras atividades. Realizar objetivos para a Rede Akame pode render pontos que são necessários para comprar upgrades de combate para o Kiryu.
Talvez a Rede Akame não seja nada de inovador de fato, mas ela adiciona um sentimento a mais de unidade entre as várias atividades do jogo. Pode ser chato ser interrompido no meio da sua progressão na história por uma substory, por mais que uma quebra de ritmo pudesse ser bem-vinda, mas com a Rede Akame isso não é mais um problema.
Meu nome é Kiryu, Kazuma Kiryu
Para acompanhar essa temática, um novo estilo de luta e também algumas bugigangas foram adicionadas ao seu arsenal e curiosamente, essas novas ferramentas acabam fornecendo grandes melhorias para a qualidade de vida dessa fórmula de combate que já era sólida a mais de uma década.
No estilo Yakuza de Kiryu, que é o estilo de luta clássico do personagem, não há muitas mudanças e de certa forma isso é bom já que não se mexe em time que tá ganhando. Esse estilo de combate se prova especialmente efetivo em lutas contra apenas um inimigo e seus upgrades dão acesso a muitos recursos incríveis para os jogadores que querem dominar o combate do jogo.
Já no estilo agente de Joryu, além de fornecer um estilo de combate completamente novo, ele também terá acesso à 4 novos brinquedos sendo eles: fios para laçar ou até mesmo puxar inimigos à distância, drones projetados para atrapalhar as ações dos inimigos, botas com propulsão que são perfeitas para atravessar o campo de batalha atrás de inimigos com armas de fogo e os meus favoritos, os cigarros-bomba que explodem após alguns segundos e são perfeitos para lutas contra grandes quantidades de inimigos.
O melhor parque de diversões desse lado do Japão
Além de minigames com jogos de aposta, sinuca e os arcades espalhados pela cidade com jogos antigos da Sega (que a esse ponto já deixaram de ser apenas clássicos de arcade, mas também jóias perdidas do seu catálogo e até títulos do Master System), as principais atividades do jogo são encontradas em três formas: O coliseu, corridas de Autorama e o clube de hostess. Todas essas três atividades possuem seus próprios métodos de progressão e substories relacionadas que vão compor a maior parte do seu pós jogo.
O coliseu que é um recurso clássico feito para o pós game está melhor do que nunca, apresentando várias modalidades diferentes e um sistema de progressão mais elaborado. Ele até mesmo nos permite jogar com outros personagens em batalhas específicas e pela primeira vez na série podemos jogar com Daigo Dojima, o chefe o Clã Tojo que Kiryu defendeu durante quase toda sua carreira.
Outra adição interessante feita no Gaiden é a possibilidade de customização do visual do seu protagonista de uma forma mais “livre”. Agora podemos escolher entre várias opções de peças de vestuário e podemos montar nosso próprio visual.
Grande parte da identidade da série Yakuza são “as coisas extras” como cantar no karaokê, jogar sinuca e até mesmo andar pela cidade resolvendo os problemas cabeludos das pessoas normais do japão e a adição desse “guarda roupa livre”, que te permite andar por aí vestido de palhaço, meio que vem pra dar o toque final nessas bizarrices tão amadas que o jogo proporciona.
Acessibilidade e tradução
Mesmo não possuindo uma aba especial para acessibilidade nas opções do jogo, ele ainda tem alguns recursos de acessibilidade como assistência no combate, uma grande variedade para as opções de legenda como tamanho da fonte e cores e opções de esquemas de cores alternativas para jogadores daltônicos.
O jogo oferece muitas opções de legendas e entre elas temos as legendas em português brasileiro que apesar de volta e meia ela acabar utilizando algumas expressões meio fora de personagem para o Kiryu, ainda cumpre muito bem o seu propósito.
Conclusão
Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name é essencialmente uma ponte entre três jogos, conectando o final de Yakuza 6, passando pelos eventos de Yakuza: Like a Dragon e termina imediatamente onde começa o próximo título da série: Like a Dragon Infinite Wealth, mas ele consegue elaborar ainda mais em cima da fórmula Yakuza e entregar o que seria o mais próximo de um Beat ‘em up perfeito protagonizado pelo Dragão de Dojima.
Seguindo o agora declarado morto Kazuma Kiryu, Like a Dragon Gaiden carrega não só o protagonista de Yakuza 6 como também os seus temas. Like a Dragon Gaiden recompensa os jogadores que acompanharam o Dragão de Dojima por mais de 7 jogos e dá um fechamento para a história do Kiryu que nós nem sabíamos que precisávamos.
Contudo, Like a Dragon Gaiden é um bom aperitivo antes do prato principal que será Infinite Wealth em janeiro. O tempo de Kiryu já passou, mas ele ainda tem um último adeus para dar.
Chave de PS5 para review cedida por SEGA
Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name já está disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series e PC via Steam. O jogo também está disponível através do Xbox Game Pass.