O universo de games da franquia Yakuza é nostálgico para jogadores mais antigos, porém pode ser um pouco confuso para os novos devido a suas histórias vinculadas e por não seguir uma linha cronológica. O ano de 2020 pode ser considerado um ponto de virada da franquia com a chegada de Yakuza: Like a Dragon, pois a partir deste ponto os jogos seguintes renovaram suas propostas.

Lançado em 20 de fevereiro de 2025, Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii chegou para as plataformas PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, Xbox Series X |S e PC. Desenvolvido pela Ryu Ga Gotoku Studio e publicado pela SEGA, o jogo traz Goro Majima como protagonista e mecânicas que o diferencia dos títulos anteriores.

Mas será que o jogo é bom? Vamos discutir mais sobre o assunto em nossa análise!

Aventuras em alto mar

Sua narrativa tem início com Goro Majima desmemoriado acordando em uma praia na ilha Rich. Salvo por um garoto, chamado Noah, não demora para a ação começar após termos que enfrentar alguns piratas que visitam recorrentemente a região. No elenco principal também estão o tigre – … ou melhor, o “gato” – Goro e Jason, que é pai de Noah e um ex-caçador de tesouros.

Passado um tempo, Majima lembra um pouco de seu passado e querendo descobrir mais, se encaminha para a região para onde outros Yakuzas estão realizando um trabalho. Entretanto, adotando um estilo pirata e gostando da nova vida que está levando.

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Reprodução/ SEGA

A partir deste ponto, além dos vínculos criados com os personagens apresentados, a história toma diferentes contornos. Isso porque, diferente de títulos anteriores (como The Man Who Erased His Name), o foco se desvia de seu status como Yakuza e dá ênfase em suas aventuras piratas. Os elementos do passado do personagem estão presentes, porém de forma explícita para dar dimensão de sua vida como mafioso, mas sem o peso que uma trama focada neste elemento traria.

Quando juntamos o carisma de Majima, suas loucuras temáticas e o ritmo acelerado da história temos um título muito convidativo. Ao mesmo tempo que desvincula o foco de um enredo mais clássico de máfia traz a oportunidade de aproveitar o jogo independente de capítulos passados da franquia. As referências e personagens conhecidos alimentam a ideia de Pirate Yakuza in Hawaii ainda fazer parte da franquia.

Estilo é tudo

Quando falamos do aspecto gameplay, é inevitável não falar nos estilos de luta. Além do já esperado Cão Louco, a sua versão pirata apresenta o Lobo do Mar. Os estilos se mostram com golpes distintos e podem ser alternados livremente dentro das batalhas.

Eles podem ser considerados completamente diferentes entre si. No “Cão Louco” somos apresentados a golpes mais comuns a um jogo da franquia Yakuza, sendo utilizado socos, chutes e armas brancas. Seu especial permite que o jogador faça dois clones de Majima temporariamente para ajudar no combate.

Já o Lobo do Mar é um método de luta mais interessante por ser incremental. Inicialmente, temos apenas uma espada, sendo liberada a segunda não muito tempo depois. Ao longo do gameplay ganhamos arma de fogo, um gancho que ajuda a alcançar inimigos e lugares mais altos em que está presente um gancho e instrumentos musicais que invocam deuses obscuros do mar. Ao todo são quatro instrumentos que sua versão pirata pode desbloquear, sendo três deles encontrados em missões secundárias especiais.

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Reprodução/ SEGA

Descrito os estilos, podemos falar mais dos combates e inimigos. Começando pelo combate, as lutas são extremamente dinâmicas e divertidas, sendo fluídas da mesma forma que vemos em The Man Who Erased His Name e Ishin!, ambos de 2023. Isso é um ponto bastante positivo, porque por mais Yakuza: Like (2020) a Dragon e Like a Dragon: Infinite Wealth (2024) tenham batalhas intensas, as lutas em turnos combinam mais com Ichiban do que Majima.

Em relação aos inimigos iremos enfrentar diferentes quantidades. Assim, andando pelas ruas do Havaí encontramos com frequência grupos de três ou quatro oponentes, da mesma forma, em missões ou batalhas navais podemos enfrentar 40 de uma vez. Por mais que os inimigos sejam bastante genéricos, não chega a ser um problema pela velocidade com que os combates se desenvolvem.

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Reprodução/ SEGA

Ainda sobre os inimigos, mesmo que alguns tenham habilidades diferentes, o real impacto de sua força acaba sendo a quantidade de vida que eles apresentam. Por exemplo, enquanto que um inimigo simples tem uma barra vermelha, indicando somente uma vida; outros mais difíceis e mais habilidosos podem apresentar uma barra roxa. Neste caso, para eliminá-lo é necessário zerar sua barra de vida 3 vezes, passando para a barra amarela e então a vermelha.

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Reprodução/ SEGA

Missões e upgrades

Em Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii iremos navegar e visitar diferentes conjuntos de ilhas que se localizam na região do Havaí. Dentro destes mapas e localizações estão distribuídas as missões principais e secundárias. Até mesmo as secundárias são interessantes por trazerem situações inusitadas e recompensas que ajudam bastante em nossa jornada, como por exemplo recursos e novos membros para a tripulação.

Por mais que as missões primárias direcionam bem a narrativa e tragam um entendimento claro do que está acontecendo, é muito difícil não se deixar levar pelas secundárias e demais atividades. O aspecto genérico dos inimigos é compensado em NPCs carismáticos e histórias paralelas que incentivam o jogador a explorar mais as regiões.

Tais localizações são alcançadas principalmente com a navegação, que é a temática principal do game e fundamental para a evolução do personagem. Isso porque, juntar ouro e pontos de pirataria é necessário para liberar novos ataques, aumentar a vida e a força de Majima. Por mais que as mudanças sejam marcadas por um power level maior dos golpes, a variedade de golpes não chama tanto a atenção.

Atividades é o que não falta

Quando o assunto são mini games, o jogo não decepciona! Em praticamente todos os lugares que visitamos é comum a presença de atividades extras que envolvam cartas, tiro ao alvo, máquinas de bichinhos, entregas e claro, os clássicos karaokês.

Não sendo somente um fator que estende o tempo de gameplay, a presença destes elementos interativos ajudam a dar mais vida para os ambientes, são divertidos e combinam bem com este universo. Assim como durante as missões, tais momentos também mostram mais do personagens e seus trejeitos, o que cativa e os torna mais simpáticos.

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Reprodução/ SEGA

Vale comentar que um dos melhores mini games é o Coliseu. Localizado na ilha de Madlantis, mas que pode ser acessado pelo menu do game também, ele é marcado por batalhas entre navios. Entre as modalidades temos competições de batalhas consecutivas, batalhas rápidas e duelos de espadas.

Navegação

O tópico de navegação pode parecer um pouco redundante, porque iremos abordar aspectos da gameplay. Porém, por ser uma parte bastante central do jogo vale a pena entrarmos com mais detalhes em suas mecânicas e momentos que iremos utilizá-lo.

Basicamente, a exploração e o trajeto entre as missões nas diferentes ilhas são feitos com nosso navio. Isso implica não só no controle do barco, mas também em um gerenciamento da tripulação. O gerenciamento ocorre com atividades de recrutamento, em que trazemos novos tripulantes e melhoramos os equipamentos e diferentes aspectos – como vida e impulso – do navio. Alterações cosméticas também estão presentes e permitem uma ampla personalização.

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Reprodução/ SEGA

Em relação a gameplay, ela ocorre de forma bastante direta. Da mesma forma que na cidade encontramos inimigos e entramos no cenário de batalha, no mar também entramos na região que delimita o combate. Utilizando as armas (canhões, metralhadora e um lança míssil que Majima pode utilizar no convés) devemos afundar os barcos inimigos, assim, ganhando pontos de pirataria.

Mesmo ocorrendo com uma frequência alta, tais embates dificilmente ficam repetitivos. Isso porque em alguns casos devemos invadir o navio oponente, o que torna o combate naval dividido na etapa do confronto de barcos e posteriormente no embate das tripulação. A dinâmica funciona bem e sem dúvida é um dos pontos mais altos do jogo!

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Reprodução/ SEGA

Veredito

Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii acerta ao trazer uma narrativa mais solta do core da franquia. Sua história é independente, interessante e cativa o jogador nos variados tipos de missões apresentadas. Sua trilha sonora é bem feita, visualmente é caprichado e tem gameplay rápida e fluida. Durante nossa análise não encontramos travamentos ou bugs que afetasse a dinamicidade do combate e demais movimentações.

Ainda sobre a gameplay, devido a variedade de mecânicas e formas de se explorar o jogo, é fácil se ver aproveitando das localizações realizando missões secundárias e caçadas de recompensas. Dado esses elementos, é um jogo que pode encantar jogadores que estão tendo o primeiro contato com a franquia ao mesmo tempo que agrada os jogadores velhos de casa.

*Chave para análise enviada pela SEGA para Xbox Series

REVER GERAL
Narrativa
Gameplay
Trilha sonora
Visual
Ambientação
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e Jornalista.
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