O mundo é dos gatos? Bom, se depender dos games atuais, sim. No comando de um gatinho que deve voltar para seu apartamento, Little Kitty, Big City coloca o jogador na pele de um felino para atividades banais, relaxantes e bastantes características do animal. O título foi lançado em 09 de Maio, sendo desenvolvido e distribuído pela Double Dagger Studio.
Em relação às plataformas, o game chegou para Nintendo Switch, Xbox Series X|S, PC. Vale ressaltar que desde o seu lançamento chegou diretamente ao catálogo do Game Pass e outros serviços de cloud, como a GeForce Now.
História convidativa e carismática
Com uma narrativa bastante direta, Little Kitty, Big City coloca o jogador no papel de um gatinho que caiu da sacada do apartamento onde mora. O problema: o protagonista nunca esteve na cidade e deve encontrar recursos para fortalecer suas habilidades e conseguir retornar para sua casa. Em sua ambientação temos uma representação de metrópole tipicamente japonesa.
A completude da história é bastante simples, sendo o retorno a sua casa podendo ocorrer de forma prática e rápida – logicamente dependendo de pesquisas ou no caso de uma segunda gameplay/speedrun. Entretanto, somos apresentados a personagens carismáticos e missões secundárias que funcionam bem dentro do universo do jogo, assim, acabamos adiando o retorno e somos incentivados a explorar a cidade e interagir com os outros animais.
Por exemplo, explorar um quintal e achar as bolinhas do cachorro ou encontrar os patinhos perdidos pelo mapa e levá-los de volta ao pai pato. Sim, são missões que podem parecer boba, mas quando contextualizadas em um jogo cujo protagonista é um gato e os demais personagens são outros animais, as missões se tornam cabíveis e divertidas de forma geral.
Dito isso, fica claro que a sua história é leve e com potencial para toda família se divertir. Seu visual é cartunizado e bem trabalhado, sendo o destaque para a representação dos animais. Inclusive, vale o comentário para o guaxinim cientista – que constrói portais para viagens rápidas nas tubulações da cidade – que é no mínimo cômico e inusitado.
Pulando, quebrando e caçando
Em relação a gameplay podemos realizar as ações imagináveis para um gato. Então, além de pular, miar, escalar e empurrar objetos para se espatifar no chão, também podemos transpassar a perna de pedestres (causando quedas) e roubar seus pertences quando derrubados. Com objetos derrubados, como lanches, podemos chamar a atenção de passarinhos e caçá-los, assim obtendo uma pena antes de soltarmos as pequenas criaturas.
Mesmo com este minigame, a presença de violência é nula. Isso porque é explicado que ali a “vizinhança é pacífica”, logo, a ‘caça’ de passarinhos é recreativa e como recompensa obtemos uma pena que é usada para liberar os pontos de viagens rápidas.
As ações de forma geral dão andamento a conquistas que não são difíceis de serem obtidas. Entre elas também consta uma lista de conquistas secretas, normalmente ganhas ao realizar alguma ação específica na cidade. Por exemplo, derrubar tinta do andaime em um carro que está logo abaixo ou correr atrás dos pedestres com um objeto perigoso, como uma faca, tesoura ou espada (sim … espada), na boca.
Em relação a evolução do personagem – comentada anteriormente e funcional para voltarmos ao apartamento – é feita encontrando os peixes espalhados pela cidade. Por mais que possa escalar, nosso protagonista é fraco e não tem energia para subir por muito tempo. Assim, ao consumir os peixes ganhamos uma nova barra que dá mais fôlego para escaladas.
Quando chegamos nas escaladas chegamos em um dos pontos mais chatos do jogo, pois com mais fôlego alcançamos mais lugares, conhecemos mais personagens e liberamos itens cosméticos na forma de chapéus temáticos. Porém, a mecânica de escalada é imprecisa e em alguns momentos falha na colisão do personagem com o local agarrado, o que obriga a voltar do início da subida, ou do patamar em que o gato caiu.
Miau miau?
Little Kitty, Big City se apresenta como um jogo casual, amigável, familiar e divertido. Sua narrativa básica é superficial e graciosa, funcionando bem para apresentar as missões secundárias e incentivando a explorar cada vez mais os detalhes do mapa. Seu visual cartunizado é condizente com a intenção do game e os personagens são simpáticos.
Em relação a sua gameplay, ela é funcional na maior parte do tempo e variada quando consideramos a duração do jogo como um todo. Os problemas com os pulos são irritantes e forçam o jogador a repetir ações que deveriam ser simples. Para os caçadores de conquistas, o jogo pode ser um prato cheio, sem fácil de completar e obter o máximo de pontuação.