Lançado no último dia 21 de junho, Noreya: The Gold Project é um metroidvania 2D feito em pixel-art com um universo complexo e gameplay refinada.

O game foi desenvolvido pelo Dreamirl Game Studio, estúdio independente francês, e apresenta aos jogadores um mundo e história que são moldados por suas escolhas: envolvido entre uma guerra entre Deuses da Luz e do Ouro, o jogador precisará escolher bem seus aliados e seu caminho.

A equipe d’O Megascópio teve a oportunidade de conferir Noreya na íntegra – acompanhe o que achamos na nossa análise abaixo.

Luz versus Ouro

Noreya acompanha a história de Kali, uma guerreira que já sentiu o terror dos poderes de um deus que a fez perder tudo. O jogador a conhece em sua jornada para a Cidade de Ouro, onde ela buscará sua vingança contra Salluste, o Deus da Avareza hoje conhecido como Deus do Ouro.

Em seu caminho, Kali é contatada pela Deusa Primordial da Luz, que conta sua história: há muito tempo, a região de Lemia era governada pela Deusa da Luz, que teve seu trono tomado por Salluste, agora Deus que comanda a região. Para salvar sua terra, a Deusa escolhe Kali, que passa a ter acesso aos poderes da Luz.

É neste contexto que Noreya acontece, com sua progressão pautada puramente pelas escolhas que o jogador pode fazer entre aceitar os poderes da Luz e purificar seus inimigos para trazer paz para Lemia, ou se entregar aos poderes do Ouro e ir em busca de sua vingança contra Salluste.

Noreya: The Gold Project
Reprodução: Dreamirl Game Studio

Um mundo de escolhas

Seguindo a premissa das escolhas, o mundo do game se divide em dois, uma parte de luz e outra de ouro. Essas partes são acessíveis dependendo da lealdade dos jogadores: os pontos de saves ao longo das regiões são compostos por estátuas dos dois deuses, onde é possível gastar pontos conquistados contra inimigos para liberar melhorias.

As melhorias variam de acordo com o deus escolhido, sendo possível se devotar completamente a uma divindade ou outra, ou mesmo escolher um equilíbrio e ter acesso a diferentes tipos de upgrades.

O principal fator influenciado por essa lealdade a um dos deuses, porém, é o mundo disponível para explorar: o game funciona com um sistema de Karma de acordo com a escolha feita pelo jogador, deixando disponível apenas partes específicas do mundo para explorar e da história para seguir.

Essa escolha de design por parte do estúdio é interessante por conta do quesito replay, permitindo que o jogo possa ser experienciado de duas formas diferentes, pelo menos – esse fator se reflete, por exemplo, nos variados finais possíveis, deixando diversas possibilidades em aberto para os jogadores.

Noreya: The Gold Project
A árvore de habilidades do game consegue ser bastante variada. Reprodução: Dreamirl Game Studio

Gameplay e visuais

No quesito gameplay, Noreya é um metroidvania clássico: movimentação simples de entender e que, com upgrades, vai se tornando mais complexa; ataques básicos e habilidades que também podem ser melhoradas; e exploração pautada em ida e volta, sempre com áreas que só podem ser acessadas com novos poderes.

Os inimigos tem uma boa variação tanto de design quanto de dificuldade, sendo possível encontrar bons desafios mesmo fora de chefes – esses, inclusive, também seguem a linha normal de um metroidvania, oferecendo altos de níveis de dificuldade e sendo possível, também, enfrentá-los em qualquer ordem.

Os visuais feitos em pixel art trazem um charme bastante característico para o game, que não depende muito de detalhes e expressões dos personagens para passar intensidade ou urgência na sua história. A trilha sonora, particularmente, faz um trabalho excelente em criar uma atmosfera que envolva o jogador no mundo do game, encaixando muito bem com o tema fantasioso do jogo.

Noreya: The Gold Project
Reprodução: Dreamirl Game Studio

Veredito

Noreya: The Gold Project é uma excelente pedida para os fãs de metroidvania: apesar do gênero não ter falta de representantes (até mesmo há quem diga que esteja um pouco saturado), Noreya não perde em nada no quesito qualidade de obra. Os visuais e trilha sonora entregam um mundo competente e cativante aos jogadores, que também ficam pela progressão bem trabalhada da gameplay e, principalmente, de sua história.

Caso você seja um dos que não aguentam mais esperar por Silksong, Noreya pode ser uma boa escolha de mundo para conhecer nesse meio tempo. O game está disponível em português-brasileiro e também conta com algumas opções de acessibilidade relacionadas a flashes e luzes que podem aparecer durante a gameplay.

Noreya: The Gold Project
Reprodução: Dreamirl Game Studio

Noreya: The Gold Project está disponível para Playstation, Xbox, Nintendo Switch e PC.

*key para review recebida via PixelHeart

REVER GERAL
Enredo
Direção
Trilha Sonora
Jogabilidade
Design
Matheus
Fã de Yu-Gi-Oh!, Drakengard/NieR e Tomb Raider. Nas horas vagas, analista de Relações Internacionais e professor de inglês.
critica-noreya-the-gold-project-traz-boas-horas-de-exploracao-e-combate-refinadoNoreya: The Gold Project é uma excelente pedida para os fãs de metroidvania: apesar do gênero não ter falta de representantes, Noreya não perde em nada no quesito qualidade de obra. Os visuais e trilha sonora entregam um mundo competente e cativante aos jogadores, que também ficam pela progressão bem trabalhada da gameplay e, principalmente, de sua história.