Crítica: Rosewater — Ambientado no mesmo universo de Lamplight City, Rosewater é um game situado no Velho Oeste que aposta em uma proposta voltada para aventura e resolução de puzzles. O novo lançamento da Grundislav Games segue o tradicional estilo point-and-click, trazendo um misto de exploração, narrativa e desafios de estratégia.

O jogo já está disponível na plataforma Steam, onde recebemos a chave para esta análise.

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Início da jornada e jogabilidade

Tudo começa quando conhecemos Harley Leger, uma jornalista freelancer que acaba se envolvendo em uma caça ao tesouro. Logo no início, temos um monólogo sobre sua conexão com a fronteira ocidental, enquanto ela observa a paisagem pela janela de um trem a caminho da pacata cidade de Rosewater.

A jogabilidade segue o formato clássico de aventuras point-and-click, com uma interface que permite interações dinâmicas. O jogador pode passar o mouse sobre certos objetos, além de contar com um ícone de “olho” que permite observar os itens, levando a protagonista a comentar sobre cada detalhe daquilo que está examinando.

Embora o estilo de jogo possa não ser o mais atrativo para o público moderno, os puzzles são bem construídos e tornam a experiência menos monótona, já que 90% do tempo de jogo é dedicado a tomar decisões que afetam diretamente o desenvolvimento da história, incluindo escolhas de diálogo que impactam o relacionamento com os personagens.

Gráficos e Direção de arte

Se comparado a outros títulos da Grundislav Games, Rosewater apresenta um visual charmoso, com resolução alta e cenários detalhados. No entanto, não se trata de uma superprodução gráfica, mantendo o estilo clássico da desenvolvedora, com animações feitas por rotoscopia – uma característica presente na maioria dos jogos do gênero.

Reprodução/Grundislav Games

Trilha Sonora

Este é um dos pontos em que o jogo deixa a desejar. Apesar da presença de instrumentos tradicionais do western, a trilha sonora não consegue contribuir significativamente para a imersão. As músicas são muito sutis, sem impacto e, muitas vezes, sem identidade.

O fato é que a trilha poderia ter recebido mais atenção, já que a ambientação do jogo exige uma trilha sonora envolvente para reforçar a atmosfera do Velho Oeste. O gênero point-and-click se beneficia bastante de uma música cativante e imersiva, algo que Rosewater não entrega completamente.

Já os efeitos sonoros são bem trabalhados, mas nada que se destaque de forma memorável.

Narrativa

Por mais simples que seja, o enredo é um dos pontos fortes de Rosewater. A história começa de maneira simples, sem complexidade, mas conforme a aventura se desenrola, o jogador se vê envolvido em uma trama repleta de desafios morais e reviravoltas interessantes.

O grande destaque está na construção dos personagens. Nossa protagonista, Harley Leger, está cercada por personagens e interações dinâmicas. Como o jogador pode escolher as falas de Harley, há uma sensação real de moldar sua personalidade e influência dentro da história.

Reprodução/Grundislav Games

Dificuldade

Rosewater não é um jogo extremamente difícil, mas também não apresenta desafios impossíveis. A principal questão é a adaptação do jogador às mecânicas e padrões comuns aos point-and-click.

Os puzzles são um dos pontos altos da experiência, oferecendo desafios interessantes sem serem excessivamente frustrantes. Diferente de outros jogos do gênero, onde a dificuldade dos quebra-cabeças pode ser um obstáculo, Rosewater mantém um equilíbrio saudável entre desafio e acessibilidade.

Veredito

Com uma narrativa simples, mas funcional graças ao sistema de escolhas, Rosewater se destaca como um bom entretenimento para fãs de point-and-click. No entanto, alguns problemas podem comprometer a imersão, como a trilha sonora pouco impactante e uma jogabilidade que pode não agradar quem não está acostumado com o gênero.

Ainda assim, a Grundislav Games conseguiu entregar uma experiência satisfatória dentro do gênero, com um bom equilíbrio entre elementos tradicionais e algumas inovações, como puzzles acessíveis, mas ainda desafiadores. Para quem aprecia narrativas envolventes e uma abordagem clássica de aventura, Rosewater pode ser uma escolha válida.

O jogo está disponível para PC via Steam.

*Chave para review cedida por Grundislav Games.

REVER GERAL
Jogabilidade
Trilha sonora
Direção de arte
Diversão
Luis Nascente
Apresentador do canal Lulu Checkpoint e do podcast Café com Nerdice, formado em marketing, fanboy da Square e nerdão dos animu!
critica-rosewater-e-os-problemas-de-seguir-a-tradicao-do-genero-point-and-clickRosewater é um point-and-click ambientado no Velho Oeste, trazendo uma narrativa que vai se moldando junto aos seus personagens. A jogabilidade segue o estilo clássico do gênero, com puzzles bem construídos e escolhas que impactam a história. Visualmente, o jogo impressiona com cenários detalhados e animações em rotoscopia, mas a trilha sonora decepciona, falhando em criar imersão. Apesar de não inovar muito, Rosewater entrega uma experiência equilibrada e acessível para fãs do gênero.