Lançado em 27 de março, The First Berserker: Khazan chegou para as plataformas Xbox Series X|S, PlayStation 5 e PC (via Steam). Desenvolvido pelo estúdio Neople e publicado pela Nexon, o título tem uma proposta de gameplay brutal e desafiadora que tem como objetivo instigar o jogador a superar inimigos batalha após batalha. Vem conferir nossa análise do game!

Bases narrativas diferentes

Apresentando uma narrativa conduzida de forma diferente dos soulslike mais tradicionais, The First Berserker coloca o jogador na pele de Khazan, um renomado guerreiro que é vítima de um golpe de estado planejado por seus próprios aliados. Durante uma emboscada, ele é capturado e seu amigo assassinado. Preso e sendo transportado por terras gélidas, um deslizamento de rochas o liberta, porém o deixa extremamente machucado.

Misteriosamente, como já era mostrado antes mesmo do acidente, vozes sussurrantes rondavam o ar. Com os acontecimentos as vozes julgam Khazan um receptáculo digno para sua tarefa: restabelecer o equilíbrio do submundo. Para isso, a entidade ajuda o herói a chegar até uma espada mística e muito poderosa. Assim, é estabelecido os objetivos da jornada, uma parceria que dará a Khazan poder para realizar sua vingança contra aqueles que o encarceraram; enquanto ajuda a misteriosa voz a estabilizar o submundo.

cutScene
Reprodução/Nexon

Como já comentado no início da sessão, o game foge do padrão soulslike de contar sua narrativa de forma vaga ao optar por uma abordagem mais cinematográfica, com muita ação, porém utilizando cutscenes e diálogos que desenvolvem bem a trama. Falando em trama, temos na jornada personagens interessantes e profundos que trazem bons incrementos a história.

Outra diferença que o torna marcante é como seus mapas são utilizados. Quando falamos de jogos souls, já pensamos em mapas amplos e exploráveis que se conectam de uma forma quase que conseguinte. Aqui temos algo diferente, pois após o começo do jogo somos apresentados a um hub, que permite diálogo com aliados, desconstrução de equipamentos e seleção de missões. são justamente essas missões que trazem a progressão da narrativa, sendo possível visitar mapas anteriormente completados para a realização de atividades secundárias.

The First Berserker -2
Reprodução/Nexon

Cell shading brutal

Em relação a seu visual, The First Berserker: Khazan opta por um estilo cell shading, que imita a estética anime. Isso não quer dizer que o jogo não seja brutal, pois seus golpes são impactantes e suas finalizações não deixam de pesar a mão no derramamento de sangue, tal qual toda a trama está envolvida. A escolha também favoreceu as artes de inimigos e cenários, tornando-os convidativos e bastante diretos, combinando com seu estilo narrativo.

Falando em inimigos, eles são bastante variados e apresentam um design instigante, que transmitem seu potencial de ameaça muito rapidamente. Quando derrotados não é incomum deixarem equipamentos, sendo frequentemente repetidos ou pouco melhores com o que estamos usando. Entretanto, fica subentendido a intenção que eles sirvam para ser desmanchados a fim de gerar recursos. O excesso de itens obtidos desta forma é bom no começo, mas com o avançar do gameplay torna a busca armas e armaduras algo trivial, o que tira importância ou o apego a itens mais característicos já que a três passos poderemos encontrar algo teoricamente melhor.

Sword
Reprodução/Nexon

Retomando a questão visual e o aspecto ameaçador dos inimigos, os chefes brilham neste quesito. Sendo não só visualmente criativos e detalhados, mas também desafiadores ao extremo. Assim, entendê-los pode levar horas e superar seus desafios pode significar diagramar os principais movimentos e entender se devemos defender, esquivar, qual a melhor arma para usar e a que distância enfrentá-lo.

Muito difícil?

Nos tópicos anteriores já comentamos sobre os inimigos e como eles se diferenciam por seu aspecto visual e ameaçador, também abordando sua dificuldade. Mas e Khazan? Como é controlar este guerreiro? Bom, neste quesito o jogo encontrou maneiras criativas de trazer mecânicas conhecidas recombinadas para trazer um gameplay característico. Em relação às ações, Khazan conta com ataque forte, fraco e carregado, podendo realizar esquivas e bloqueios quando pensamos pelo lado defensivo.

Porém, o elemento de estamina – que é característico de jogos souls – é utilizado de forma mais ampla e letal. Tal qual Sekiro, tanto o protagonista quando os inimigos utilizam estamina, porém o bloqueio no momento exato não apenas reduz a energia do oponente, mas também recupera a de Khazan. Assim, permitindo que seja explorada a vulnerabilidade do inimigo com um golpe especial e ataques em sequência.

pathToBoss
Reprodução/Nexon

Outro diferencial com relação a estamina é que os inimigos também sofrem perdas conforme realizam seus ataques. O que permite estratégias de esquiva e bloqueio em diferentes ordens, explorando os ataques velozes de chefes contra eles mesmos, por exemplo.

A presença de diferentes armas, estratégias e a questão da estamina comentada anteriormente não tornam o jogo fácil. De forma geral, ele é muito desafiador e exige que o jogador tenha uma boa noção para a aplicação de bloqueios e esquivas, sendo a realização destas ações complicadas, mas recompensadoras. É válido comentar que o jogo apresenta um sistema de invocação de npcs que podem ajudar contra alguns chefes, mas que não será a solução dos seus problemas.

The First Berserker - 1
Reprodução/Nexon

Veredito

The First Berserker: Khazan surpreende ao trazer uma narrativa mais cadenciada, cinematográfica e desafiadora. Os elementos de gameplay presentes são bem aplicados e utilizados de formas funcionais para implementar uma jogabilidade agressiva e que premia a iniciativa dos jogadores frente aos desafios. Dentro de tantos jogos que buscam se enquadrar no gênero souls, Khazan consegue se diferenciar e encontrar seu caminho reorganizando elementos de forma eficiente.

Mas para quem The First Berserker: Khazan é indicado? Por seus estilo visual cell shading se aproximar de hack and slash, o jogo pode chamar a atenção de um grande público. Porém, os desavisados devem estar cientes dos desafios que irão enfrentar principalmente contra os poderosos chefes e mapas marcados por mobs extremamente agressivos. Assim, fica a indicação para os fãs de souls e jogadores que decidirem investir seu tempo aprimorando e refinando sua gameplay contra diferentes padrões de ataques e esquivas.

*Chave para análise envia a pela Nexon para PlayStation 5

REVER GERAL
Narrativa
Gameplay
Visual
Ambientação
Design
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e Jornalista.
critica-sangue-aco-e-resistencia-em-the-first-berserker-khazanThe First Berserker: Khazan surpreende ao trazer uma narrativa mais cadenciada, cinematográfica e desafiadora. Os elementos de gameplay presentes são bem aplicados e utilizados de formas funcionais para implementar uma jogabilidade agressiva e que premia a iniciativa dos jogadores frente aos desafios.