Disponível para as plataformas Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4, PlayStation 5 e PC (via Steam), SlavicPunk: Oldtimer foi desenvolvido pela Red Square Games e publicado pela Gaming Factory. Como o título sugere o seu título, o game traz consigo características comuns ao gênero cyberpunk, por exemplo ao contrapor de forma escancarada a alta tecnologia com a baixa qualidade de vida das pessoas de forma geral.

Apresentando uma gameplay isométrica e visual bastante dark, o game é desafiador e coloca o jogador frente a cenários que exigirá explorar ao máximo as habilidades do protagonista. Vem conferir mais detalhes do game!

Típico cyberpunk

Sua narrativa é baseada na obra do autor polones, que escreve fantasia e ficção-científica, Michał Gołkowski. No controle do investigador particular Yanus, o jogador se vê rapidamente em meio a situações bélicas e que escalam de forma muito brutal. Isso porque, a busca por uma pessoa se torna uma série de conflitos com gangues, corporações e autoridades.

A estrutura de forma geral funciona e ambienta bem o jogador no universo proposto, sendo um começo mais misterioso e o passado sombrio do protagonista um clichê interessante e que prende a atenção durante a campanha. Os cenários destacam a sujeira e condições desumanas que boa parte da população vivencia enquanto usam seus equipamentos tecnológicos  e telas gigantescas.

O enredo cumpre os checkpoints do gênero e cria personagens críveis para o mundo apresentado. Além disso, a trilha sonora é competente e colabora para  a imersão.

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Reprodução/Gaming Factory

Ação e respawn bizarro

Seguindo um estilo de gameplay de shooter isométrico, a dinâmica das fases funciona de forma bastante linear.  Assim, entramos em um cenário, enfrentamos inimigos e avançamos para o próximo. Em alguns ambientes devemos ativas dispositivos para liberar o caminho, o que estende um pouco as possibilidades de ação além do tiroteio frenético e que pode levar Yanus rapidamente à morte. Por isso, o jogo é bastante desafiador e coloca o jogador para testar sua leitura de cenário e utilização de habilidades de Yanus.

Entre as habilidades está a possibilidade de utilizar a espécie de uma leitura de rede para afetar a movimentação e demais ações dos inimigos. Sua utilização adiciona uma camada estratégica interessante, pois quando a acionamos, o tempo é “pausado” e podemos selecionar os inimigos que serão afetados. Por mais que ela pareça “apelona” de início, com o decorrer das fases os inimigos crescem em habilidade e quantidade, assim, fazendo a utilização de todos os recursos que dispomos necessária. 

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Reprodução/Gaming Factory

Apesar das qualidades, alguns pontos afetam o gameplay de forma negativa, não afetando a ação em si, mas como o jogador irá se comportar frente a ela. Primeiramente, os tutoriais do jogo são contra-intuitivos. Isso porque o seu tamanho padrão é bastante pequeno e não destaca a importância do que está sendo mostrado. Por exemplo, o tutorial da habilidade de afetar inimigos é apresentado de forma tímida no lado direito da tela, o que tira sua importância  e pode trazer dúvidas na utilização de recursos tão importantes.

Outros dois pontos são: sua câmera e o respawn de inimigos. Dentro de construções a câmera se torna um pouco confusa e os embates são afetados pela falta de transparência de algumas paredes. Por fim, mas não menos importante, temos o respawn de inimigos que apenas surgem no mapa. Não foram poucas as situações em que em meio ao confronto um inimigo surgiu do mais completo nada, inclusive bloqueando meu personagem de avançar.

De forma geral, temos ao longo do jogo uma gameplay funcional, mas que é afetada por aspectos técnicos que poderiam ter sido mais bem pensado. Somente a oclusão de paredes e objetos sólidos com a mudança de posicionamento da câmera e  pontos mais focados para o aparecimento de inimigos já poderiam tornar  a gameplay bem mais divertida.

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Reprodução/Gaming Factory

Cenários e sonorização

Como já comentado anteriormente, os cenários são o que podemos esperar de um típico jogo cyberpunk: sujeira, neon e uma tecnologia que em certos aspectos só marcam a decadência. As salas e mapas que avançamos parecem bem trabalhados e focados na imersão, a existência de assets (como tvs, sofás e computadores) que se repetem com frequência é notada, porém passa batido pensando no game como um todo.

Se a trilha sonora foi pensada para favorecer a imersão, a tela de game over não. Quando morremos com Yanus não temos uma animação ou mais indícios de que devemos voltar ao checkpoint. Neste caso, ao morrer temos um congelamento de tela, seguido de um grunhido (que representa o grito do protagonista?) e uma tela de game over com as opções de continuar ou voltar ao menu. 

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Reprodução/Gaming Factory

Vale a pena?

SlavicPunk: Oldtimer tem uma temática interessante e caracteriza bem um universo cyberpunk com suas contradições e conflitos. Sua gameplay, por mais que seja recheada de ação, uma boa variedade de armas, inimigos e divertida tem como ponto contra elementos estruturais que jogam contra ela. Assim, por mais que seja proposta uma movimentação rápida e habilidade que possibilite a elaboração de estratégias, objetos que bloqueiam a visão na rotação da câmera  e inimigos surgindo no meio do mapa quebram um pouco  a dinâmica e trazem um gosto amargo.

Indicaria o SlavicPunk para aqueles jogadores aficionados pelo tão querido futuro distópico e entusiastas de isometric shooters, pois o tema irá ajudar na continuidade do gameplay. Os problemas com  a câmera, o tutorial demasiadamente minimalista e inimigos caindo do céu criam uma dificuldade artificial que pode cansar jogadores mais casuais. 

*Chave para análise enviada para Xbox Series pela Gaming Factory

REVER GERAL
Narrativa
Gameplay
Trilha sonora
Ambientação
Sonorização
Renan Alboy
Editor do Megascópio e apaixonado por quadrinhos e jogos. Mestre em Ciência da Computação e jornalista.
critica-slavicpunk-oldtimer-segue-a-linha-o-genero-cyberpunkSlavicPunk: Oldtimer tem uma temática interessante e caracteriza bem um universo cyberpunk com suas contradições e conflitos. Sua gameplay, por mais que seja recheada de ação, uma boa variedade de armas, inimigos e divertida tem como ponto contra elementos estruturais que jogam contra ela.