Seguindo uma proposta de ação e aventura com temática futurista, Steel Seed foi lançado hoje (22), para as plataformas PC (via Steam), Xbox Series X|S e PlayStation 5. Desenvolvido pela Storm in a Teacup e publicado pela ESDigital Games, o game é visualmente interessante e tem um roteiro consistente, infelizmente sofre em alguns pontos com sua gameplay, que mesmo funcionando bem a maior parte do tempo, apresenta travamentos chatos que podem impedir a progressão do jogador.
Mas, vamos ver este e outros pontos na análise?
Na pele de Zoe, que é acompanhada pelo drone Koby, o jogador é colocado em uma ambientação futurista onde ocorreu uma grande catástrofe que tornou a Terra inabitável. Nossa protagonista acorda nesta época após muito tempo na espécie de um estado de espera, sendo sua função encontrar as quatro sementes que possibilitaria a correção do planeta pós-catástrofe. O problema é que o mundo foi reconstruído pelas máquinas e para elas mesmas. Assim, Zoe será vista como uma presença hostil e enfrentará muitos desafios para concluir seu objetivo.
Dentro do cenário descrito anteriormente, vivemos a narrativa em uma base subterrânea na qual estão armazenados os objetivos. Entretanto, é interessante como game consegue explorar bem a ambientação, mesmo que se passe neste cenário distópico e robótico, temos diferentes biomas. Isto torna a navegação pelos cenários desafiadora e variada, sendo possível perceber o capricho na criação dos ambientes e seus detalhes. A sonorização ajuda na ambientação do jogador e também colabora com a narrativa ao enfatizar a questão mecânica e sempre puxar para o tempo em que o jogo se situa.

Falando do roteiro em si, diversos outros games já abordaram a dominação das máquinas e o planeta se tornando inabitável. Ou seja, Steel Seed não tenta reinventar a roda e vai por um viés que podemos traçar seus próximos passos. Entretanto, ele faz o básico bem feito e entrega uma história competente e que cativa muito mais pela junção do carisma de Zoe e sua curiosidade do que necessariamente pelos grandes eventos que estão por se desenrolar.
Futuro robótico
Com Zoe acordando como planeta já dominado pela IA e com robôs hostis, ela também se vê com o corpo totalmente alterado, aumentando sua potência de forma mecânica, e acompanhada pelo drone Koby. Estes elementos são bastante importantes, principalmente por nos levarem à questão do gameplay que privilegia o stealth e eliminações táticas. Logicamente, isso não é obrigatório, caso o jogador queira seguir o caminho de descer a porrada nas máquinas … essa opção existe, porém não é a mais eficiente e nem a mais divertida.
A construção dos cenários acaba se dividindo em duas partes: a que navegamos no estilo plataforma e em áreas mais amplas que focam no combate. As plataformas são básicas, então vocês podem esperar pulos, pequenos puzzles com botões que elevam e abaixam locais de acesso e paredes para andar. Já o combate apresenta a adição de mais alguns elementos ao trazer a abordagem da protagonista unida ao uso do Koby para distrair, criar armadilhas e até mesmo eliminar inimigos. Mesmo que os inimigos não sejam os mais inteligentes, eles apresentam suas rotas de patrulhas definidas e quando alertados saem em busca do barulho, o que pode ser considerado esperado para o mundo representado.

Porém, por mais que o gameplay seja divertido e que a elaboração de estratégias possam ser variadas pelas habilidades do drone e exploração dos elementos da arena de batalha, os momentos de plataformas e exploração apresentam bugs bastante incômodos e que podem atrapalhar e até mesmo impedir o avanço do jogador na história.
Durante nosso gameplay, não foram poucos os momentos em que Zoe ficou presa em objetos e a solução para o problema foi retomar do último ponto salvo. Neste caso, o incômodo é perder o avanço e ter que lidar um uma leva de inimigos novamente, por exemplo. Em um caso mais grave, a personagem não conseguia avançar pelo cenário por não segurar a próxima quina, como se o objeto não existisse. Aqui, o avanço ficou impossibilitado, mesmo o recarregamento não não foi suficiente em uma primeira tentativa.

Desafios para melhoria
Um ponto que chama a atenção, além dos bugs comentados anteriormente, é o sistema de upgrade de Zoe. A personagem não possui necessariamente uma árvore de habilidades, mas um quadro que libera poderes ao ponto que avançamos no jogo e necessitam de pontos para serem melhorados. Mas apenas os pontos não são suficientes, pois também é preciso cumprir requisitos que se assemelham a desafios.
Por exemplo, seja para realizar upgrades em Zoe ou em Koby, é necessário cumprir exigências como matar 5 inimigos em stealth, marcar 10 inimigos, realizar eliminações com o drone, entre outras. O sistema é interessante por estimular o jogador a realizar diferentes abordagens seja para realizar a build que deseja ou desbloquear conquistas.
Veredito
Steel Seed não inova em sua narrativa, mas faz o básico de forma competente e apresenta personagens carismáticos, assim, engajando o jogador a avançar na história. A gameplay tem momentos bem frustrantes devido aos problemas comentados que afetam o avanço na história e custam trechos já jogados, o que pode quebrar parte do engajamento construído. Visualmente o título é bem trabalhado e mostra um bom level design.
Para quem gosta de jogos de ação e aventura, Steel Seed pode agradar. Mesmo com alguns problemas, não é nada que um patch não possa corrigir e trazer melhorias que resolvam os travamentos do game.
*Chave para análise enviada pela ESDigital Games para Xbox Series