Desenvolvido pelo estúdio sul-coreano Shift Up e publicado pela Sony Interactive Entertainment, Stellar Blade foi lançado em 16 de abril de 2024 exclusivamente para PlayStation 5. O game, que ganhou ampla notoriedade pelos polêmicos visuais de sua protagonista, traz a proposta de uma história focada na ficção científica e com gameplay voltada para o hack and slash. Mas será que o game cumpre o que prometeu com sua gameplay? Suas polêmicas foram justificadas? Vem conferir mais detalhes com a nossa review!
Vale ressaltar que o game está totalmente dublado e legendado para o português do Brasil.
Mergulhando no planeta
Stellar Blade se passa muito tempo no futuro, sendo a humanidade praticamente extinta da terra e criada em uma estação espacial comandada pela Mão Esfera. Este personagem é louvado como uma entidade responsável pela salvação dos humanos que habitavam o planeta. Dentro deste contexto é apresentada a protagonista Eve, que faz parte de um esquadrão de elite e é enviada para a terra para eliminar os Naytibas. Estas criaturas ocupam a terra no tempo em que a história se passa.
Ao chegar ao planeta, Eve se depara com criaturas bastante fortes e uma situação pior do que o esperado, assim, levando a derrota certa de seu esquadrão. Se não fosse por Adam, um humano que habita a última resistência da terra contra as criaturas, a protagonista já estaria derrotada. Agora com ajuda, ela pode tentar cumprir sua missão e chegar a encontrar provas de que tudo o que ela sabe pode não ser a verdade completa.
Partindo da premissa acima, temos em Stellar Blade uma história curiosa, cheia de surpresas e reviravoltas que aparenta ansiosa por mostrar seus segredos. Isso porque com poucas horas de jogo é possível “entender” parte do roteiro e como as coisas vão se desenrolar a partir do excesso de informação jogadas na cara do jogador com as descobertas. Entretanto, o jogador pode ser facilmente surpreendido com o final.
A previsibilidade aparente de como as informações são dispostas não tira a graça do jogo, porém o posicionamento das informações de forma mais cautelosa e distribuída poderiam trazer dinâmicas diferentes para a narrativa. Por exemplo, nas missão do Orcal em que é possível ter uma visão geral dos acontecimentos do mundo.
Na busca dos primeiros itens requeridos por ele, já somos apresentados a eventos que ocorreram no planeta que contradizem as informações da protagonista e são colocadas como verdade absoluta. Segmentar a certeza das informações e provas do ocorrido poderia trazer mais importâncias para outras missões, assim, distribuindo a descoberta da narrativa de forma mais balanceada e obter o mesmo resultado apresentado.
Atacando e defendendo
Quando o assunto é gameplay, a ação que nos trailers trazia um ar de Bayonetta e Devil May Cry se mostrou muito mais Nier: Automata. Isso porque seus ataques são mais ritmados e não são focados em combos infinitos ou frenéticos demais. Desta forma, se equiparando a um estilo mais controlado, com tempo de reações precisos e usos de habilidades especiais que devem ser bem administradas de em batalhas mais complicadas, como é visto nos últimos chefes.
Para eliminar seus inimigos, E conta com sua espada, um drone no auxílio do mapeamento do ambiente e que também dispara quatro tipos diferentes de projéteis. Tanto os equipamentos quanto habilidades de sobrevivência, esquiva e ataques especiais podem ser melhoradas em suas respectivas árvores, porém isso aparenta não refletir diretamente na jogabilidade quando o assunto são as habilidades. Assim, passa uma impressão de muitas opções de melhoria, mas poucas realmente significativas.
Parte das gameplays também se passam nos acampamentos, que além de terem as máquinas para as melhorias mencionadas acima, também servem como ponto de salvamento, viagem rápida e desbloqueio de roupas. Utilizando moedas encontradas na aventura – chamada viticoins – o jogador pode desbloquear novas vestimentas para Eve caso tenha encontrado as respectivas blueprints. Além disso, nesta mesma máquina também podem ser feitas as melhorias do drone, na exoespinha e equipamentos intrínsecos ao personagem.
Se as melhorias nas árvores de habilidade são pouco significativas, as realizadas nesta outra máquina do acampamento são bem mais interessantes e trazem melhoras mais visíveis. Aumentar o nível da espada realmente aumenta seu dano, enquanto que a exoespinha e o cantil adicionam, respectivamente, a possibilidade de adicionar novos chips de atributos e itens que permitem a regeneração da vida.
Além do ataque, outro ponto fundamental do gameplay é a defesa e a esquiva. Estas que além de evitar o ataque inimigo também ajudam no acúmulo de poder para a utilização de ataques especiais e desequilíbrio do oponente. Basicamente, a cada bloqueio realizado no tempo certo o oponente perde um de seus “pontos de resistência”, assim, quando não há mais pontos é possível aplicar um golpe fatal ou que cause mais dano do que o comum no caso de chefes e subchefes.
Mesmo com pontos baixos, a gameplay de forma geral é competente, divertida e bem implementada. Durante a jogatina para a crítica não foram encontrados problemas técnicos que afetassem as batalhas ou que me forçaram a carregar devido travamentos.
Som e fúria
O que é um gameplay sem inimigos, não é mesmo? E aqui são apresentados uma grande variedade de inimigos bastante bizarros e criativos. Com a maior parte dos mapas abertos se passando em um cenário desértico, não é possível fazer uma relação direta de oponentes e biomas. Entretanto, eles são marcantes e apresentam aparências ameaçadoras, logicamente, com destaque para chefes e subchefes, que apresentam mecânicas únicas e visual impactante.
A trilha sonora que embala o jogo também não fica para trás. Com algumas das faixas assinadas pelo compositor que trabalhou em Nier: Automata, as trilhas utilizadas para a exploração e combate conseguem chamar a atenção do jogador e ditar a dinâmica do embate e apresentar momentos divertidos, como quando são encontradas as latinhas de refrigerante que são os colecionáveis do game.
Quanto ao visual o título se mostra bastante polido e explora a verticalidade dos cenários de forma pontual. Apesar dos cenários caprichado, o destaque fica para a protagonista que apresenta caprichos a mais em sua movimentação e consequentemente contrasta com o cenário como um todo.
A polêmica vale a pena?
Stellar Blade é um bom jogo pela competência em que agrupa elementos conhecidos e engaja com sua gameplay de ação cadenciada e divertida. Em relação a sua narrativa, ela é interessante , aparentemente óbvia e surpreendente nos reais acontecimentos, mas poderia ter sido trabalhada com mais calma durante a gameplay.
Os inimigos são marcantes e conseguem caracterizar bem o game, apresentando também uma trilha sonora que chama a atenção. Ainda em relação aos inimigos, as batalhas contra os chefes são marcantes tanto pela forma com que são apresentados, como pelas habilidades de cada um deles
Após jogar Stellar Blade fica nítido que o jogo é bem mais do que as discussões que ocorreram em torno de Eve antes de seu lançamento. O título vale a pena ser jogado e para os entusiastas de conquistas e itens desbloqueáveis é um prato cheio que conta com três finais diferentes, sendo um deles secreto.
*Chave enviada para review pela Sony Interactive Entertainment